
Um dos casos mais extraordinários da história da Ufologia norte-americana, o caso Roswell, sem dúvida, guarda muitas semelhanças com os fatos que ocorreram em nosso país desde janeiro deste ano. Neste artigo vamos chamar a atenção para estas semelhanças, indicando também os aspectos que as diferenciam.
Um estudo dos fatos desencadeados a partir do acidente ocorrido no Novo México, no início de julho de 1947, pode servir inclusive de embasamento para nossas pesquisas, e principalmente como orientação para as atitudes que ainda certamente teremos que tomar para viabilizar a divulgação total de todos os detalhes do caso ocorrido no Sul de Minas Gerais. Com os cuidados necessários para que seja alcançado um nível máximo de credibilidade.
Os indícios de que um UFO caiu em Varginha, resultando na captura dos ETs pelo Exército e Corpo de Bombeiros, acumulam-se rapidamente. Isso leva os ufólogos a fazerem uma comparação inevitável entre as circunstâncias que envolveram a queda de Roswell, há 50 anos, e o caso mineiro, de janeiro passado, estudado e divulgado pelos principais ufólogos brasileiros
Antes de mais nada, devemos ter consciência das diferenças existentes entre os dois momentos históricos, separados por quase meio século. Em 1947, os EUA estavam sob uma grande onda de aparições de discos voadores. Apesar das aparições terem sido registradas antes, pela primeira vez o país estava sendo invadido, de norte a sul, por objetos que pareciam ignorar algumas de nossas leis físicas, demonstrando uma capacidade tecnológica muito além da ciência terrestre. Desde que os jornais divulgaram o avistamento de nove objetos com a forma de pires pelo piloto Kenneth Arnold, durante um vôo na região do Monte Rainier, no Estado de Washington, no dia 24 de junho, os discos voadores não saíam das manchetes.
Sem dúvida, a região de maior incidência era o estado do Novo México, onde tinham sido testadas pela primeira vez as armas nucleares jogadas no final da Segunda Guerra Mundial sobre o Japão e desenvolvidos vários projetos de defesa do país, como mísseis, experiências eletrônicas e de radar. A história começa numa pequena cidade chamada Roswell, que tinha nas suas proximidades uma base da Força Aérea do Exército (hoje USAF), sede do 509° Esquadrão de Bombardeiros, o único do mundo na época a portar armas nucleares.
Na noite do dia 2 de julho de 1947, duas testemunhas tiveram a chance de observar um objeto luminoso de forma discóide sobrevoando a cidade, que poderia se tratar de mais um simples avistamento, entre as centenas de outros que estavam sendo divulgados na época. Mas aquela observação era apenas o início da história: naquela mesma noite, em meio a uma tempestade, num rancho de propriedade da família Brazel, tinha sido notado o som de uma grande explosão, que não parecia ligado à tempestade.
FRAGMENTOS METÁLICOS — No dia seguinte, o rancheiro W. W. Brazel, juntamente com os seus filhos, encontrava na propriedade um sulco de 170 m de comprimento, tendo à volta uma quantidade enorme de fragmentos metálicos de vários tipos e dimensões. Mac Brazel só comunicou sua descoberta às autoridades vários dias depois quando procurou o xerife George Wilcox, que entrou em contato com a base militar de Roswell. Ainda se pensava na possibilidade dos fragmentos fazerem parte de algum tipo de artefato lançado pela base local.
Com a chegada das notícias, o coronel William Blanchard, comandante da base, enviou para fazer o reconhecimento dos destroços o major Jesse Marcel, oficial de inteligência, e Cav Cavitt, oficial de contra-espionagem. No dia seguinte, eles retornaram a Roswell trazendo alguns dos fragmentos. Após o exame feito no material, não restou dúvida de que estavam diante dos destroços de uma máquina voadora cuja origem não poderia estar relacionada à nossa tecnologia.
Segundo Marcel, o material não podia ser dobrado, quebrado ou mesmo amassado permanentemente. Surpreendentemente, apesar de tamanha resistência, era quase sem peso, como um metal de características plásticas. Existiam alguns fragmentos cobertos de símbolos ou inscrições. Alguma forma de escrita desconhecida. Coube ao primeiro tenente Warren Haugth, oficial de Informação Pública, a expedição de uma nota oficial para a imprensa, divulgando a queda e o recolhimento dos fragmentos do disco na propriedade de Brazel.
A notícia começava a se espalhar pelo mundo. As rádios locais rapidamente colocaram no ar a história. Hoje é evidente que a queda de uma nave extraterrestre em Roswell só foi confirmada inicialmente pelas autoridades militares locais, devido à falta de uma política governamental relacionada ao assunto. Alguns memorandos conseguidos recentemente, através de processos judiciais amparados na chamada Lei de Liberdade de Informações, aprovada pelo Congresso americano, são muito reveladores. Uns fazem menção não só à queda de discos voadores, como também, às preocupações do governo frente ao problema.
Um desses, enviado pelo coronel da Inteligência do Exército dos Estados Unidos, Eustin L. Poland, em nome do quartel-general do Quarto Exército em Houston, Texas, para o diretor da Inteligência do Exército, no Pentágono, dá uma visão realista da situação no Novo México na época da queda do disco em Roswell. Ele declara textualmente em relação aos UFOs:
“Órgãos no Novo México estão preocupados com esses fenômenos… Sabe-se que esses incidentes são de tal importância, em especial porque estão ocorrendo nos arredores de instalações secretas, e que um grupo científico foi enviado para a localidade a fim de estudar a situação, visando uma solução desses fenômenos extraordinários com a menor demora possível.”
INÍCIO DO ACOBERTAMENTO — Entretanto, no mesmo dia em que foi distribuído o famoso release de Roswell, tinha início a maior operação de acobertamento da história norte-americana, engendrada por mentes que estavam a centenas de quilômetros de distância.
O próprio major Marcel foi obrigado a participar de uma farsa, em que os destroços recolhidos seriam apenas partes de um balão meteorológico. Mac Brazel foi confinado na base de Roswell por vários dias, enquanto o recolhimento dos fragmentos era completado. Ao ser liberado, contou uma estória diferente da que tinha apresentado em uma das rádios locais, desmentindo suas afirmações iniciais.
Sua nova versão desqualificava totalmente uma interpretação ufoló
;gica dos fatos. A rádio KGFL, de Roswell, recebeu ordens de suspender as transmissões relativas à queda do disco. Segundo Walt Whitmore Jr, seu pai, o proprietário da rádio, recebeu telefonemas do próprio secretário da Comissão Federal de Comunicação e do senador Chaves, do Novo México. Ambos comunicaram ao seu pai que seria caçada a licença da rádio, caso não suspendessem as transmissões.
O repórter Johnny Boyle da Rádio KSWS, também localizada em Roswell, enviado para a base com o objetivo de fazer uma cobertura, foi barrado por um bloqueio militar. A estação de Rádio KOAT, de Albuquerque (Novo México), que estava transmitindo os acontecimentos pelo telégrafo, recebeu através do mesmo veículo de comunicação o texto: “Atenção Albuquerque: cesse transmissão. Repito: cesse transmissão. Assunto de segurança nacional. Não transmita. Continue no ar”.
A região onde havia acontecido o acidente foi totalmente isolada pelos militares. E isso tudo por causa de um simples balão meteorológico! Testemunhas civis foram ameaçadas, inclusive o xerife Wilcox. O Caso Roswell era sepultado por uma operação que envolveu vários órgãos do governo, onde a intimidação das testemunhas foi usada sempre que necessário, e no país que defende ser até hoje o baluarte da liberdade e democracia. Por 30 anos a verdade esteve longe do povo norte-americano.
Em Varginha as coisas não foram muito diferentes. Tudo começou também em meio a uma grande onda de aparições e, como em Roswell, a partir de testemunhas civis. Podemos dizer que o caso começou na madrugada do dia 20 de janeiro, quando um objeto voador não identificado foi avistado em uma propriedade rural situada à beira da estrada que liga Varginha a Três Corações.
As testemunhas foram Eurico Rodrigues de Freitas e Oralina Augusta de Freitas. Eles estavam dormindo quando foram despertados pelo barulho dos animais da fazenda que corriam de um lado para outro no pasto, em frente à janela da casa. Ao olharem para o céu, notaram um objeto alongado, de cor cinza, em forma de submarino, do tamanho de um microônibus, sobrevoando lentamente a fazenda.
Segundo o casal, o aparelho não apresentava luzes na sua parte externa e soltava alguma coisa semelhante à fumaça. Não reportaram também qualquer forma de ruído que pudesse ser atribuída ao objeto. A nave foi avistada durante vários minutos, tendo em seguida dirigido-se a Varginha.
Mas o momento crucial dessa história, a partir do qual tudo começaria a ser investigado, ocorreria somente horas depois, por volta das 15h30, quando foi avistada uma criatura que segundo as testemunhas “não era nem homem nem animal”. As protagonistas do fato foram as irmãs Valquíria e Liliane Silva, e a amiga Kátia Andrade Xavier.
Elas passavam por um dos terrenos da região, quando notaram a criatura de pele marrom viscosa, olhos enormes vermelhos e três protuberâncias na parte superior do crânio, interpretadas por elas como chifres. Não notaram a existência de boca e nariz. Apresentava muitas veias saltadas, principalmente nos ombros.
A criatura foi vista agachada. Os pés eram desproporcionalmente grandes. Em questão de segundos, as três testemunhas correram chorando em direção a suas casas em pânico. Quando Liliane, Valquíria e Kátia chegaram em casa, foram socorridas e contaram a estranha história.
Cerca de quarenta minutos depois, a mãe das duas irmãs, Luísa Helena Silva, retornou juntamente com outras pessoas ao local. A criatura já havia desaparecido, mas havia deixado sinais de sua presença: no local, Luísa encontrou duas pegadas de tamanho avantajado, e pôde sentir ainda um cheiro esquisito.
No dia seguinte ao fato, o pesquisador Ubirajara Rodrigues tomava conhecimento daquela estranha história. Ubirajara não sabia, naquele momento, que ao procurar as testemunhas estava dando início à investigação do mais extraordinário caso da história da Ufologia Brasileira.
COMPETÊNCIA E SERIEDADE — A partir do envolvimento de Ubirajara – sem dúvida um dos maiores talentos da Ufologia Brasileira, cuja competência e seriedade conhecemos há mais de 15 anos –, foram surgindo novas peças do quebra-cabeça. Alguns depoimentos indicavam que a criatura havia sido capturada numa operação militar envolvendo membros do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Exército. Existiam ainda rumores de que a criatura havia passado pelo Hospital Regional, e pelo Humanitas. Toda essa história foi negada, mas era evidente para Ubirajara, que alguma coisa muito importante estava sendo encoberta.
O pesquisador mineiro contatou a professora Irene Granchi, do Centro de Investigação sobre a Natureza dos Extraterrestres (CISNE), que convenceu o jornalista Luiz Petry, um dos editores do programa Fantástico da Rede Globo, a visitar Varginha, para tomar conhecimento dos fatos que já haviam sido divulgados através de alguns jornais. E, no início de fevereiro, a história era colocada em rede nacional através desse programa.
Não havia mais como abafar a história, para desespero das autoridades envolvidas. A mídia em geral parecia não aceitar com tanta facilidade – como ocorrera há 50 anos nos EUA – os desmentidos das autoridades militares. Era evidente que uma nova abordagem frente ao assunto estava sedimentada.
Poucos dias depois, chegava à região o pesquisador Vitório Pacaccini, que traria o apoio necessário para que as investigações andassem mais rapidamente. O pesquisador conhecia muitas pessoas na região, realidade que foi decisiva para o esclarecimento do caso.
Pacaccini conseguiu localizar e gravar o depoimento de um dos militares que tinha participado diretamente da operação de captura do extraterrestre. Um dos pontos mais reveladores desse depoimento é o fato dele dizer que a captura foi feita por volta das 10h30 da manhã do dia 20. Ficava patente, já naqueles dias, que estávamos diante de duas criaturas – já que as meninas haviam tido seu contato somente às 15h30, portanto várias horas depois.
A descrição do ser feita pelo militar coincidia perfeitamente com a apresentada pelas meninas, ou seja, tratavam-se de criaturas semelhantes. Algo muito mais importante que o avistamento das meninas tinha acontecido. Os militares brasileiros tinham em mãos uma criatura de outro mundo.
ORIGEM DOS SERES — Um dos pontos mais misteriosos do Caso Varginha era entender como as criaturas tinham chegado aos arredores da cidade, pois ao contrário do incidente em Roswell, não havia um só depoimento ou informação que indicasse a queda de uma nave, ou mesmo uma simples referência a possíveis fragmentos de um objeto acidentado.
Voltando a Roswell, os fragmentos da nave, apesar de extremamente leves, eram praticamente indestrutíveis, ou seja, a energia necessária para a fragmentação da estrutura da nave – liberada na explosão da mesma – foi imensa e teria fatalmente aniquilado os corpos da tripulação. Vestígios dos ocupantes não poderiam ser reconhecidos.
Jesse Marcel e os membros da família Brazel afirmam também que não encontraram nada entre os destroços que pudesse, pelo menos de longe, passar a idéia de corpos. Uma das versões do recolhimento de corpos em Roswell, sugere que o achado de Mac Brazel corresponderia apenas a uma parte da estrutura da nave que, após o choque com o solo, teria ainda conseguido ganhar altura e voar alguns quilômetros até a queda definitiva.
Uma outra alternativa estaria ligada à descoberta feita pelo doutor La Paz, referente à presença de dois UFOs naquela noite na região. Os objetos teriam se chocado, provocando a total destruição de um deles – o encontrado no dia 3 de julho por Brazel. O segundo teria mantido boa parte da sua estrutura preservada, continuando em vôo durante algum tempo, até a queda, a poucos quilômetros do primeiro UFO. Em ambas as hipóteses, a sua tripulação teria sido capturada em uma operação independente, realizada depois.
As testemunhas do caso Roswell insistem em não aparecerem publicamente. Uma delas teria participado da autópsia de uma das vítimas do caso, justificando seu silêncio com a alegação de que ainda estava na folha de pagamento do governo. O agente funerário Glenn Dennis, no dia 8 de julho de 1947, recebeu telefonemas do hospital da base de Roswell solicitando informações sobre técnicas de conservação de cadáveres. Dennis foi até o hospital onde encontrou uma enfermeira conhecida que o alertou que ele seria morto por estar lá. Logo em seguida, apareceram dois policiais do Exército e o arrastaram para fora do hospital.
No dia seguinte, segundo revelou o mesmo agente funerário aos pesquisadores Kevin D. Randle e Donald R. Schmitt, autores do livro UFO crash at Roswell, a enfermeira revelou a Dennis que três corpos não humanos, pequenos e delicados, com grandes cabeças e grandes olhos haviam dado entrada no hospital.
Outras testemunhas relacionadas ao assunto só falaram sobre suas experiências no final de suas vidas, como o sargento do Exército Melvin E. Brown, que participou da operação de resgate dos corpos. Brown guardou silêncio durante toda a sua vida, revelando seu envolvimento com o fato já no seu leito de morte, quando finalmente contou aos seus familiares todos os detalhes do caso.
O depoimento mais importante conseguido por Schmitt e Randle em suas investigações foi, entretanto, o do brigadeiro general Arthur E. Exon, piloto da Segunda Guerra Mundial. Na época do caso, Exon era tenente-coronel no campo de Wright, e comandou a base em 1964 e 1965, como coronel e depois como brigadeiro. Exon confirmou para os pesquisadores todos os detalhes básicos do caso. Segundo ele, os alienígenas foram encontrados fora da nave, e em condições razoáveis.
UNIÃO DOS PESQUISADORES — Com a união dos esforços, Ubirajara e Pacaccini começaram a ter acesso a mais informações e não demoraram a aparecer outras testemunhas militares, contrárias à manutenção do sigilo. Muitas informações recebidas, não possuíam a menor credibilidade – para não falarmos de algumas que foram passadas com intuito de confundi-los.
Um dos fatores que contribuiu para que outras fontes militares se apresentassem foi o alto grau de ética demonstrado por esses dois pesquisadores e depois por outros colegas que se juntaram para apoiar as investigações. Todos os militares exigiram anonimato, pois evidentemente, no mínimo, suas carreiras estariam terminadas se fossem identificados. As patentes de alguns deles eram mais do que o suficiente para aceitarmos seus depoimentos, mas todos os detalhes fornecidos foram checados e comparados com informações de testemunhas civis, cuja credibilidade já havia sido confirmada.
No mês de abril, todos os detalhes básicos do caso já haviam sido levantados, inclusive os referentes à captura de uma segunda criatura, também no Jardim Andere (possivelmente a mesma avistada por Liliane, Valquíria e Kátia algumas horas antes).
Alguns dos informantes militares chegaram a fornecer os nomes e patentes dos principais envolvidos em cada fase da operação. Era evidente que a manutenção dessas informações estava se tornando perigosa. Poucos sabiam desses detalhes. A maior dificuldade era descobrir o que fazer diante daqueles fatos, já que não era possível apresentar publicamente nenhuma das fontes ouvidas.
O ufólogo Claudeir Covo sugeriu que fôssemos a Varginha, no dia 4 de maio, para realizarmos uma reunião com intuito de discutirmos a situação, que estava cada vez mais explosiva. Reunião que, certamente, entrou para a história da Ufologia Brasileira.
Quando chegamos a Varginha, Pacaccini prontamente nos colocou a par das últimas novidades, e de uma verdadeira bomba: poucos dias antes, Luísa Helena Silva, juntamente com as filhas Liliane e Valquíria, tinham recebido a visita de quatro homens que não se identificaram, mas queriam apresentar uma proposta de suborno. Estavam dispostos a pagar o dinheiro que fosse necessário para que suas filhas negassem ter avistado a criatura em janeiro.
Era evidente que havia um projeto para desmoralizar o caso a partir das primeiras testemunhas – da mesma maneira que havia ocorrido 50 anos antes no Novo México. A grande diferença entretanto é o caráter das testemunhas brasileiras, que apesar de viverem com muitas dificuldades, deram uma lição de moral que pode servir de exemplo para muitas autoridades do país.
REUNIÃO HISTÓRICA — Dia 4 pela manhã: os pesquisadores começaram a chegar e as discussões tiveram início. Mas foi no período da tarde que tomaram as decisões definitivas, pertinentes às informações que seriam passadas aos representantes da imprensa presentes, que aguardavam ansiosos um pronunciamento oficial dos pesquisadores.
Quando finalmente as portas da reunião foram abertas aos jornalistas, Ubirajara apresentou Luísa Helena e suas duas filhas, que prestaram um depoimento explosivo referente à tentativa de suborno.
Logo em seguida, o pesquisador Claudeir Covo leu um manifesto assinado por membros de dez dos principais grupos do país, no qual é afirmado que “ocorreu em Varginha, nos dias 20 e imediatamente seguintes do mês de janeiro, uma operação envolvendo militares e civis, que resultou na captura de criaturas biologicamente não classificadas, que foram mantidas sob observação médica e posteriormente retiradas da cidade (…)”.
Em seguida, Pacaccini divulgou os detalhes básicos do caso e os nomes de alguns dos militares envolvidos na operação. Era evidente que a história estava sendo feita, e os presentes à reunião, de uma maneira ou de outra, faziam parte dela.
Naquela mesma noite, os telejornais das emissoras locais colocavam no ar toda a história. A partir daquela noite, ficava patente que “os envolvidos nas pesquisas não estão simplesmente brincando de fazer Ufologia”, garantiu Ubirajara aos jornalistas.
A reação dos militares não demorou muito: foi marcado para o dia 8 de maio um pronunciamento do comando da ESA. Sabíamos que tudo seria negado, o que não imaginávamos era a falta de habilidade demonstrada pela instituição para tratar o problema.
O próprio comandante da ESA, general Sérgio Lima, leu a nota que negava qualquer envolvimento da ESA com os acontecimentos. Um dos jornalistas presentes, não satisfeito, perguntou ao general onde estavam os militares citados no dia em que teriam se sucedido os fatos denunciados. Em resposta, o general disse que “estavam trabalhando em prol do Exército e da Nação”.
Alguns dos informantes militares do caso varginha chegaram a fornecer os nomes e patentes dos principais envolvidos em cada fase da operação. Era evidente que a manutenção dessas informações estava se tornando perigosa. Poucos sabiam desses detalhes. A maior dificuldade era descobrir o que fazer diante daqueles fatos, já que não era possível apresentar publicamente nenhuma das fontes ouvidas
PARA QUEM? — Questionado se poderia provar isso, o general limitou-se a responder: “Provar para quem?”. O jornalista insistiu invocando a imprensa – já que afinal supostamente se pretendia esclarecer os fatos. O general Lima disse então que não tinha que provar nada e se retirou.
Tivemos que esperar 30 anos para que a verdade sobre Roswell começasse a ser conhecida. Em Varginha, graças à competência dos principais investigadores do caso e da coragem manifestada por testemunhas civis e militares, três meses foram suficientes. É evidente também que vivemos um outro momento histórico, afinal já se passaram quase 50 anos.
Recentemente, começaram a surgir informações, inclusive de que há fragmentos metálicos de uma nave espacial acidentada, que documentam esse aspecto misterioso do caso. Esse material pode estar relacionado ao UFO avistado na madrugada do dia 20 de janeiro, pois estava soltando algo semelhante a fumaça e se movimentava lentamente.
Tenho certeza de que Liliane, Valquíria e Kátia ainda não perceberam a importância do papel que desempenharam nessa história. O fato de terem encontrado a criatura foi uma coincidência, mas a atitude tomada pelas irmãs frente ao suborno foi um ponto definitivo para o caso.
Onde estaríamos hoje se tivessem fraquejado? Outras testemunhas foram localizadas e deram sua parcela de contribuição para o caso, mas a grande maioria se negou a colaborar. Algumas delas sequer responderam às tentativas de comunicação.
Na Humanidade, sempre existiram, e continuarão a existir, aqueles cujos nomes serão lembrados pelas gerações futuras. Muitos deles por terem dado até a vida em nome da verdade. Há 400 anos, Giordano Bruno morreu queimado na fogueira inquisitória por ousar declarar a existência de outros mundos habitados. Felizmente continuam existindo pessoas como Jesse Marcel, Glenn Dennis, Ubirajara e Pacaccini e, por que não dizer, todos nós, pesquisadores e testemunhas, que de uma forma ou de outra assumimos a responsabilidade. Existe um fenômeno nos desafiando e um dia teremos que encará-lo de frente.
A política de acobertamento engendrada, a partir da queda em Roswell, é uma bomba relógio prestes a explodir. E o governo dos EUA, mais do que ninguém, sabe disso. Conforme memorando enviado pelo diretor assistente do departamento de Inteligência da CIA, H. Marshall Chadwell, para Walter Bedel Smith, diretor da CIA, liberado também através da Lei de Liberdade de Informações, podemos constatar este acobertamento:
“Discos Voadores apresentam dois elementos de perigo, os quais têm implicações de segurança nacional. O primeiro envolve considerações psicológicas da massa, e o segundo refere-se à vulnerabilidade dos Estados Unidos ao ataque aéreo…
“Recomenda-se que o diretor da Agência Central de Inteligência avise ao Conselho de Segurança Nacional sobre as implicações do problema Disco Voador (…) Que o Diretor discuta este assunto com o Conselho de Estratégia Psicológica (…) Que a CIA, com a colaboração do Conselho de Estratégia Psicológica, desenvolva e recomende ao Conselho de Segurança Nacional adotar uma política de informação pública que minimizará a preocupação e possível pânico resultante dos numerosos avistamentos de objetos voadores não identificados”.
Vivemos os últimos momentos de um processo que colocará nossa Humanidade frente a uma realidade para qual não foi preparada. 50 anos de mentiras podem levar uma boa parcela da população para o abismo.
A partir do momento em que todas as bases desmoronarem, diante de um fenômeno que tem sido o verdadeiro inspirador dos saltos evolutivos dessa mesma Humanidade – sem que entretanto ela tenha consciência. Alguma coisa muito importante acontecerá nos próximos anos e cabe aos governos assumirem sua responsabilidade, enquanto ainda podem fazer alguma coisa, pois o tempo está se esgotando…
Varginha versus Roswell
Por Equipe UFO
Apesar de quase 50 anos separando esses dois importantes casos ufológicos, Varginha e Roswell têm muitos detalhes que os aproximam. São cidades pequenas do interior, envoltas em grandes ondas nacionais de avistamento de UFOs, que entraram para a história como grandes marcos da Ufologia Mundial. Mas que, no entanto, também possuem fatores que os diferem um do outro. Para auxiliar o entendimento do leitor, resolvemos fazer um quadro-resumo com esses fatores, tanto os semelhantes quanto os distintos, para que se localize em relação a esses acontecimentos, sem querer, claro, fazer uma comparação entre os mesmos, pois sucederam-se em momentos distantes, em locais e circunstâncias diferentes.
Cidades mineiras são alvo preferido dos UFOs
Quais as intenções dos extraterrestres e o que fazem aqui? Certamente, essas são umas das mais in
trigantes perguntas no meio ufológico. Nessa fenomenologia deparamos com incógnitas que impossibilitam concretizar tais estudos, por estarmos cercados de desinformação e obstáculos. São inúmeras as fraudes que, com fim de ridicularização, muitas vezes, descrêem a Ufologia e nos conduzem a um difícil trabalho, mas que, apesar de tudo, é recompensador.
Diante dessas intrigantes perguntas, temos que tentar pelo menos buscar as respostas… Uma vez que temos uma rica casuística ufológica – repleta de fatos e evidências – que dá autenticidade ao fenômeno e põe um fim à dúvida de que UFOs existem – dúvida irrisória, mas que muito prejudica nosso crédito. Para isso, e para nossa própria defesa de argumentação, devemos incansavelmente progredir em nossas pesquisas. Pois ser ufólogo não significa tratar de uma ocupação simples ou até mesmo inútil, como muitos pensam… Mas sim, de um importantíssimo trabalho de estudiosos que, com muita persistência, mantêm a questão de forma esclarecedora, séria e objetiva, em um nível de reconhecimento da verdade.
Para não deixarmos que considerem o fenômeno como um mito – tachado assim pelos que receiam ou temem perder a razão –, como intentam os governos quando não informam o que sabem, os preconceituosos, cientistas e militares mantêm todo conhecimento dentro de seus quartéis. Até mesmo a igreja exclui a Ufologia dos seus princípios, talvez por medo de esclarecer os acontecimentos santificados que, na realidade, são ocorrências ufológicas mal interpretadas e atualmente impostas como sinais de santos e seus milagres.
Para podermos esclarecer tantas perguntas, temos que trabalhar e encarar todos esses obstáculos. Devemos ser oportunistas diante da grande incidência que estamos presenciando nestes últimos meses, onde, encontramos fatos de indispensável importância no estudo do Fenômeno UFO que, com certeza, trarão provas irrefutáveis, além de esclarecedoras. Que constituirão em nossas mentes uma posição livre de toda essa desinformação e preconceito.
Márcio V. Teixeira