A espetacular missão Rosetta da Agência Espacial Europeia (ESA) terá seu digno final no próximo 30 de setembro. Mesmo sem ter sido projetada para isso, a nave principal está sendo lentamente conduzida para um toque suave na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde, de acordo com os responsáveis pela missão, residirá para sempre como um monumento à engenhosidade e eterna busca pelo conhecimento pela humanidade. Mas restava um último feito histórico, e ele aconteceu no último dia 05 de setembro, quando imagens tomadas pelas câmeras da Rosetta finalmente encontraram o local de pouso do módulo Philae.
Em um dos mais extraordinários feitos da Era Espacial, Philae foi liberado pela Rosetta em 12 de novembro de 2014 para um histórico pouso no 67P. Sabe-se que o pequeno módulo quicou na superfície por três vezes devido à falha nos arpões que deveriam fixá-lo, e finalmente parou em posição desfavorável para obter energia em seus painéis solares. Mesmo funcionando com a força das baterias por somente 60 horas, Philae enviou muitas informações, permitindo inclusive descobrir a presença de moléculas orgânicas na superfície do cometa (mas nunca de condições favoráveis à vida, conforme alguns mistificadores tentaram explorar e comentamos nos links abaixo).
Em junho de 2015 houve mais um contato do Philae, mas desde então os contatos foram intermitentes e em julho último a ESA declarou o fim da missão do módulo. No anúncio do último dia 05 a agência revelou fotos que mostram como o módulo ficou orientado de lado em uma fenda escura na superfície do cometa. Diante da posição do Philae se revela evidente porque encontrá-lo foi tão difícil e também comprova porque ele não obteve energia solar suficiente para funcionar. As imagens foram tomadas a somente 2,7 km de distância e as buscas iniciadas logo após o pouso foram concentradas graças às transmissões do Philae durante sua conturbada aterrissagem. Depois de muito vasculhar as áreas candidatas o módulo foi finalmente encontrado.
MISSÃO HISTÓRICA
A cientista Cecília Tubiana, da equipe da câmera Osiris da Rosetta e primeira pessoa a ver o módulo, comentou: “Com somente um mês para o final da missão da Rosetta, estamos felizes por finalmente encontrar Philae e o observar em tantos detalhes. Ele estava oculto na sombra, mas assim que aumentamos o brilho das imagens o encontramos!”. Em sua descida final no dia 30 de setembro, a Rosetta ainda aproveitará para investigar o cometa de muito perto, incluindo uma série de poços abertos em uma região batizada de Ma´at, onde os cientistas esperam obter dados sobre a estrutura interna do corpo celeste. A nave poderá também obter novas fotos de Philae e seu pouso deverá ser semelhante ao da Near Shoemaker, da NASA, que também não era projetada para isso mas conseguiu pouscar no asteroide Eros 433 em 12 de fevereiro de 2001. Será um final adequado para uma das mais espetaculares missões espaciais da história.
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