O Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, afirmou que participará do Google Lunar X Prize, que dará US$20 milhões para a equipe que conseguir colocar um robô na Lua até 2012.
Robô lunar – Para mostrar que já estão trabalhando na tarefa, os pesquisadores apresentaram a primeira versão do seu robô lunar, o Scarab (escaravelho). Segundo eles, o Scarab tal como está não será enviado à Lua, mas servirá para testar as tecnologias necessárias para que um de seus “descendentes” possa ser o primeiro robô a seguir os passos da missão Apollo.“Um explorador lunar irá se deparar com um ambiente hostil no escuro perpétuo das crateras do pólo sul da Lua, onde as temperaturas no solo atingem -190º C e sem fonte de energia ao seu alcance”, poetiza William Whittaker, coordenador do projeto.
Perfuratriz espacial – A atual versão do Scarab é equipada com uma perfuratriz capaz de recolher amostras de solo a até um metro de profundidade. Para isso ele possui um sistema que o fixa firmemente no solo, para que sua furadeira possa funcionar com precisão. Sem dúvida um grande desafio de engenharia, já que o robô, além de ser capaz de fixar-se para coletar amostras, deve ser ágil o suficiente para andar sobre o regolito, a fina poeira da Lua. Para simplificar o projeto e otimizar o equilíbrio massa-agilidade, os engenheiros optaram por colocar a furadeira no centro do robô e não em um braço robótico. Para isso o Scarab foi dotado de uma suspensão ativa capaz de baixar o robô inteiro até o chão, para maior firmeza. O inverso também é verdadeiro e, para passar por cima de pedras maiores, ele é capaz de elevar o próprio corpo a pouco mais de meio metro de altura.
Micro-usina atômica – Como deverá operar em escuridão total, o robô lunar não poderá ser alimentado por energia solar, como os robôs Spirit e Opportunity, que estão estudando a superfície de Marte. Como as sondas espaciais que devem ir até os confins do Sistema Solar, onde a luz do Sol não chega em quantidade suficiente, o robô lunar será alimentado por uma micro-usina atômica. O pequeno reator gera calor pelo decaimento de radioisótopos, calor este que é transformado em eletricidade por placas de material termoelétrico. O Scarab possui uma forte lâmpada para iluminação do ambiente, que o permitirá fazer filmes e fotografias. Mas sua navegação será baseada principalmente em sensores à base de LEDs emissores de raios laser, que consomem muito menos energia. Ter seu próprio reator nuclear significa que o Scarab terá um suprimento contínuo de energia, mas não que ele disponha de muita energia. Outra conseqüência dessa restrição é que ele não é muito rápido, podendo andar a até cerca de 10 centímetros por segundo em terreno plano. No caso de terrenos acidentados ou antes de efetuar perfurações no solo ele deverá ficar parado por um tempo para acumular energia em um banco de capacitores.
Pesado mas ágil – A necessidade de firmeza e agilidade coloca exigências conflitantes também sobre o peso do robô espacial. Ele deve ter massa o suficiente para aplicar pressão sobre a perfuratriz – para que ela seja capaz de perfurar as rochas – e para evitar o efeito de contra-rotação, que poderia fazer com que o robô girasse, ao invés da broca. Por outro lado, para alcançar o máximo de eficiência, ele deve ser o mais leve possível. Os testes fizeram com que que os projetistas chegassem a um peso mínimo de 250 quilogramas para o robô já carregado com todos os equipamentos. Parece muito, mas é bom lembrar que o robô lunar possui um mini-reator nuclear, com todo o seu aparato de proteção. E ele mede 1,70 metro de comprimento por 90 centímetros de largura.