Estamos em 2005. Pensamos que já é tempo de aceitarmos novas idéias a respeito dos grandes acontecimentos de nosso tempo, entre os quais figuram os perturbadores discos voadores e os chamados OVNIs ou UFOs. Apesar de serem ainda, por incrível que possa parecer, desacreditados por muitos e sua presença venha sendo acobertada há décadas pelas grandes potências, sua incidência se torna cada vez mais desafiadora e mais próxima. Sobre o intrigante mistério das manifestações marianas, queremos abordar a temática desses enigmáticos objetos que são avistados nos céus, de forma não convencional, ou seja, queremos ousar admitir uma outra idéia sobre a sua origem e presença na Terra que, diga-se de passagem, não é tão recente assim. Pensamos que eles estão aqui mesmo, bem perto de nós, e escorados em depoimentos não oficiais, de caráter pessoal, filosófico e iniciático. Encontramos referências de que em sua maioria alguns desses enigmáticos manifestantes podem, de fato, proceder do interior da Terra. Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose já o teria afirmado desde os idos de 1959.
Seguindo esses princípios e após anos de experiência e contatos com pessoas de diferentes conduções de pensamentos, além de vivências assentadas sobre acontecimentos não explicados pela ciência acadêmica, é que ousamos ponderar que a procedência dessas coisas chamadas de UFOs podem ter três origens distintas. Uma delas seria a terrestre, proveniente de grandes bolsões no interior da Terra, onde teriam desenvolvido uma grande tecnologia. A outra poderia ser extraterrestre, em sua minoria, por acreditar que um planeta como o nosso, tão pequeno e de pouca relevância no Sistema Solar e na galáxia, não seria um atrativo tão expressivo para raças mais desenvolvidas. Acrescente-se a isso a situação caótica em que vive sua gente, seus conflitos variados, doenças, guerras e embates religiosos de toda a sorte. E a terceira, uma origem extradimensional, que pudesse explicar sua presença em determinadas situações não compreendidas pelas observações e análises convencionalmente utilizadas.
Análise paracientífica — Pensamos que, genericamente, a casuística mariana tem a ver com tudo isso e que pode se tratar de contatos com certos habitantes de outros mundos esporádicos, acidentais ou mesmo planejados por eles. Sua estranheza está verdadeiramente mais relacionada à nossa própria análise e compreensão do fato em si, sobrecarregados pelo excesso de misticismo e crença, do que em relação ao seu objetivo essencial, à sua realidade crua, como uma tentativa de nos dizer, com clareza absoluta, que “eles estão bem aqui, sob os nossos pés” e que se preocupam com nossos descaminhos espirituais, filosóficos e científicos, para não dizer sociais e econômicos. Particularmente, sobre a manifestação de Itaúna (MG), gostaria de fazer algumas ponderações fundamentadas em observações pessoais do fato, incluindo conversas com pessoas envolvidas à época e outras revelações inusitadas que me chegaram de forma bem curiosa. Essa não seria, portanto, uma abordagem científica das aparições marianas e, muito pouco de ciência, em verdade, poderíamos extrair delas, a não ser o fato em si. À parte, diante da excessiva conotação religiosa que as envolveram escorada exclusivamente na crença, poderíamos analisar tais fenômenos sob outros aspectos, contrariando a idéia de que uma santa apareceu na cidade mineira. Queremos deixar bem claro que não pretendemos ferir convicções, mas que estamos vivendo um novo tempo, no qual as coisas precisam ser vistas com maior objetividade. Também queremos destacar que a hipótese de Maria de Nazaré, aspecto da Divina Mãe manifestada na Terra, estar por trás destes fenômenos, ou de alguns deles, não invalida a nossa abordagem, pois a mesma procede de um outro mundo que não o nosso. Por que então não pensar que poderia ser mesmo de uma região no interior de nosso planeta?
Outra coisa que pretendemos apresentar é que há uma grande má vontade de ambas as partes, a religioso-filosófica e a científica, de se conciliarem para se avaliar fatos dessa natureza, uma vez que cada uma delas acaba puxando a “verdade” para sua caixa de quinquilharias. Muitas pessoas ligadas às religiões e até mesmo ao esoterismo podem pensar que blasfemamos e se arrepiam ao afirmarmos que Maria de Nazaré ou outra manifestação de semelhante linhagem, mestres espirituais ou adeptos, possam fazer contatos conosco utilizando-se de certas tecnologias desconhecidas, de “naves translúcidas” e até mesmo de efeitos espetaculares. Lembremo-nos de que Arthur C. Clarke teria escrito, num lance de grande intuição, em um de seus livros que “toda tecnologia superior pode parecer magia”, e ainda a afirmativa do monsenhor Corrado Balducci, que foi amigo íntimo do Papa João Paulo II e teria participado de Congressos de Ufologia na Itália: “Que diferença faz se os anjos em vez de asas tivessem astronaves?”
Acrescentaríamos, do mesmo modo, à questão, outra pergunta: Se em vez de descerem à Terra em nuvens, Maria de Nazaré e outras aparições de natureza celeste preferissem também naves iluminadas, semelhantes ao Sol ou disfarçadas de fumaça? Que mal teria este comportamento? Quando qualquer um de nós toma uma condução para viajar, carro, ônibus, avião ou trem, tal veículo não interfere em nossa condição espiritual, moral e nem pode alterar os nossos objetivos. É importante refletir que Balducci em seu pronunciamento teria dito também que a Igreja Católica não pode mais ficar alheia a um tema tão importante como o dos discos voadores e que chegou a hora de se derrubar dogmas. De qualquer forma, o fato está aí, cada vez mais presente na vida das pessoas, quer o queiramos considerar e aceitar, ou não. Ignorar os acontecimentos, simplesmente, não resolve o problema.
Catolicismo e Teurgia — No caso específico de Itaúna [Veja matéria completa nesta edição] há alguns aspectos que nos levaram a pensar sobre o mesmo de forma um pouco diferente da convencional. Em julho de 1981, em viagem à cidade de Barra do Garças (MT), na companhia de dois amigos de Belo Horizonte, conheci o trabalho desenvolvido pela Teurgia e o próprio fundador do Monastério Teúrgico, o senhor Udo Oscar Luckner. Durante alguns dias estivemos acampados em sua fazenda nas proximidades de Araguaiana, à cerca de 60 km de Barra do Garças, onde tivemos oportunidade de conversar algumas vezes. Num desses encontros ele me perguntou onde eu morava, disse-lhe que procedia de Itaúna, uma cidade no interior de Minas Gerais, próxima a Belo Horizonte. Para
minha surpresa, ele afirmou que já conhecia a localidade e que tinha, inclusive, um grande amigo morando lá.
Retruquei imediatamente, falando que havia outras cidades em outros estados brasileiros com esse mesmo nome (existe Itaúna do Sul, no interior do Paraná e Itaúnas, no Espírito Santo e em Goiás). Porém, Luckner corroborou o fato dizendo já ter estado lá diversas vezes para visitar seu amigo e que ali havia um certo lugar muito estranho, onde diziam ter aparecido uma santa. Confirmei o episódio com certo espanto e percebi que ele conhecia mesmo o local, porque esse acontecimento não havia sido muito divulgado fora do município naquela época. A partir de então, comecei a imaginar que o Caso de Itaúna poderia ter outras conotações além daquelas que pensava e que poderia se tratar de algo bem mais complexo, e porque não dizer estranho, envolvendo seres de outras dimensões ou mundos ainda não conhecidos.
A título de ilustração do tema, queremos também informar que nossa localidade é muito ativa em avistamentos de objetos estranhos no céu, luzes e fenômenos de natureza desconhecida e não é incomum encontrar pessoas falando sobre tais ocorrências. Apesar da mordaça quase inquisitorial que impede que muitos moradores falem abertamente sobre esses acontecimentos, pude ouvir pessoas das mais variadas classes sociais contarem suas histórias. Dentre elas um dentista, um empresário, donas de casa, comerciantes, religiosos, céticos etc, tentando cada um dar uma explicação para o que viu. Este autor mesmo já presenciou alguns fenômenos dessa natureza por estas paragens, sendo que o mais antigo data de 1970.
Senhora de Itaúna — Interessei-me em pesquisar a aparição da Gruta de Itaúna, cujo ser avistado foi recentemente oficializado pela Igreja Católica Apostólica Romana como Nossa Senhora de Itaúna. No local, em verdade, não havia nenhuma gruta ou caverna natural, mas sim um descampado e uma pequena elevação. Procurei uma moradora, hoje professora aposentada, que reside próximo ao local dos avistamentos e ali residia desde a época do início dos acontecimentos, ocorridos em 27 de julho de 1955. Fui muito bem recebido por ela, que me mostrou um caderno com inúmeras anotações sobre o fenômeno. Tratava-se de uma espécie de livro que havia escrito de forma bastante poética. Leu algumas de suas páginas, muito bem redigidas, num português claro e romântico e pudemos assim abordar sobre o que tinha acontecido ali, sob a ótica dessa senhora e de seu marido, que se encontrava também presente.
Disseram-me que por vezes já tinham visto algumas luzes sondando o lugar e que não sabiam o que poderia ser. Porém, um fato lhes chamou a atenção na noite que antecedeu o aparecimento da estranha figura. Já era tarde e estavam quase se preparando para dormir quando ouviram um ruído muito forte vindo de fora e, segundo disseram, parecia que um avião havia caído no meio das árvores e quebrara tudo na sua queda. “Era um barulho ensurdecedor”, comentaram. Assustados, ela e o marido saíram de casa, ficaram em baixo de uma espécie de alpendre e olharam em volta. De acordo com as testemunhas, tudo estava em perfeita ordem e na completa escuridão, pois naquela época a rua não tinha calçamento, era curta e sem iluminação. Como nada podiam ver, fecharam a porta novamente e se recolheram, encabulados com aquele barulho estranho, pensando que de manhã certamente iriam saber o que teria acontecido ali. No dia seguinte, três meninos saíram de casa para pegar um cavalo que pastava nas redondezas e foi exatamente naquele local, próximo da residência do casal, que eles tiveram a visão da santa.
Em pouco tempo a notícia se espalhou pela cidade e as pessoas começaram a ir ao local, com o intuito de conseguirem ver a aparição. Muitos moradores da cidade afirmaram tê-la observado. Em nossa percepção do fato, não descartamos a hipótese de que foi Maria de Nazaré, ou uma de suas inúmeras representações, que teria aparecido naquela região remota de Itaúna. Porém, escorando-nos nos avistamentos do Roncador em relação à importância desse acontecimento e de outros semelhantes, chegamos a pensar que poderiam se tratar de manifestações de seres (masculinos ou femininos) que estivessem ligados à nossa humanidade desde épocas mais longínquas.
Tendo já alcançado um grau mais elevado de evolução, talvez estivessem tentando trazer até nós certas informações ou mensagens de como melhor conduzir nossas vidas e evitar um futuro desastroso. O Caso de Itaúna mostra-se em perfeita relação com os demais apresentados. Curiosamente, um dos videntes que presenciou a imagem era um farmacêutico de formação acadêmica convencional, que aceitou o fato como sendo uma aparição da própria Virgem Maria, atribuição esta feita pela Igreja Católica local à época.
Mensagens em comum — É fato constante que todas essas manifestações vêm sempre coroadas por mensagens pedindo orações e conduta religiosa compatível com os princípios divinos. Não seria, portanto, de se estranhar que a santa de Itaúna também tenha deixado um recado aos seus fiéis, como o recebido por Ovídio Alves de Souza em 31 de março e 05 de abril de 1957, do qual podemos extrair o seguinte texto: “Grandes tormentos ameaçam a humanidade. Cultivai a terra para não faltar provisões nos dias tormentosos. Orai, fazei penitências, rogai a Jesus Eucarístico para que o Brasil não seja atingido. Homens ímpios negando a existência de Deus querem transformar o mundo em antros para impor à humanidade idéias perversas. Sacerdotes abandonando o caminho de Deus põem em perigo a fé do povo. Mães que perdendo o amor maternal, provocam terríveis crimes. Crianças vivendo no abandono são escandalizadas pelos ímpios”.
A carta ainda revela que Deus, vendo todas essas iniqüidades, lançará sobre a humanidade um grande castigo. “E quando chegar a hora, terríveis raios de luz cairão sobre grande parte da humanidade. Um terço dela perecerá. Muitos terão morte lenta. Sessenta e um Santos Sacerdotes de Deus serão mártires, dando o próprio sangue para remir as ofensas feitas a Deus pelos ímpios.
Metade do mundo se cobrirá de luto por três dias e quando passarem os tormentos, muitos acenderão velas nos altares e agradecerão a Deus por terem sido poupados”.
Estas informações são conhecidas por todos, mas ninguém pensa que algo de mal vai acontecer ao nosso planeta e à humanidade. Porém, se olharmos em volta, veremos que muitas coisas previstas já estão em plena vigência, apenas que chegaram brandamente e passaram a fazer parte de nossas vidas. Essas previsões não foram transmitidas apenas dos dias de hoje. O Vishnu Purana, um dos mais antigos livros da Índia, previu que no final da Kali Yuga [A Idade Negra que nossa atual civilização está atravessando], os homens seriam diferentes. Relatou que nesses tempos apareceriam “…monarcas de mau espírito, gênio violento, mentirosos e perversos, que dariam a morte a mulheres e crianças. Os puros seriam desprezados. Somente a fortuna daria valor aos homens e esta será sua única fonte de devoção. A falta de honradez será o mais prático meio de ganhar a vida. A ameaça e a ostentação suplantarão a verdadeira sabedoria. Somente a riqueza dará ao homem a reputação de puro e honesto. O matrimônio não passará de um simples negócio e a razão estará sempre do lado mais forte”.
Autodestruição — Tudo isso, para não mencionar as profecias bíblicas e outras de origens variadas, que ao final levam a uma mesma reflexão: Por que a humanidade preferiu seguir o doloroso caminho da autodestruição? Poderíamos dizer que todas as aparições marianas possuem consideráveis semelhanças entre si, como a visão de luzes multicoloridas, efeitos diversos na natureza, ruídos estranhos e mensagens de cunho humanitário. A nosso ver, isso demonstra que tais fenômenos se tratam muito mais de manifestações de entidades que estejam preocupadas com os destinos que estamos dando à evolução da vida na Terra, do que visões de santas que pretendem fazer construir mais uma igreja para sua adoração, pura e simplesmente.
Dentre os aparecimentos mais conhecidos do Brasil farei uma breve correlação do Caso de Itaúna com outros três ocorridos, um em Nova Lima, cidade situada na zona metropolitana de Belo Horizonte, outro em Piedade das Gerais, localizada a 150 km da capital mineira e mais um em Natividade, Rio de Janeiro. Não poderia, entretanto, deixar de citar o Caso da Virgem da Lapa, na região do Vale do Jequitinhonha, entre as cidades mineiras de Itaobim e Turmalina, onde existem diversas outros locais envolvidos nos “milagres” dessa entidade. Esse acontecimento remonta ao ano de 1767 e contava-se que, naquela época, um garoto da região teria encontrado uma imagem numa gruta.
Segundo a narrativa, ele estava procurando por um burro em meio à caatinga quando avistou um coelho branco, raro na região. Iniciando sua perseguição ao animal, percebeu que o pequeno roedor correu e penetrou em uma gruta próxima de onde estava, escondendo-se. Ao chegar lá, o jovem então viu em seu interior uma imagem toda iluminada e se assustou. Voltando à cidade relatou o que tinha observado e, então, os moradores construíram no local uma capela para colocar a santa para adoração. A partir daí, milhares de pessoas passaram a ir até lá para pedir milagres, afirmando alguns que teriam sido atendidos.
Aparições em Minas Gerais — A manifestação em Nova Lima foi apresentada pelo vidente e empresário Raymundo Lopes, residente na localidade. Ele afirmou que a Virgem Maria aparecia desde janeiro de 1992 e que no início percebia apenas luzes e vozes. Porém, foi em 1993 que viu pela primeira vez “uma mulher jovem vestida com um manto”. Ela surgia sempre pedindo devoção e disse a ele que teria realizado milagres em Fátima e Lourdes, mas que nada disso teria mudado o mundo. Lembrou-lhe que depois dessas aparições “houve duas guerras e que a igreja continuava tropeçando em erros”. Disse-lhe, finalmente, que seu milagre seria realizado no coração de cada ser humano.
No interior mineiro registra-se também o Caso da Maria Santíssima, avistada na pequena cidade de Piedade das Gerais, na região centro-oeste do Estado. Os contatos se deram em 1987, catalisados pela sensitiva Marilda, que na época estava com 12 anos. Essa aparição foi avistada somente por ela e trazia, em suma, mensagens da Virgem com apelos humanitários, porém dentro de uma linguagem excessivamente católica. Foram colhidos diversos registros desse caso, os quais encontram-se publicados no livro Maria Santíssima – Piedade dos Gerais [Imprimatur, 1995], de autoria de Luiz Gomes e Antônio Jota.
Em relação ao aparecimento no interior do Rio de Janeiro, segundo o vidente, foram no total cinco, num local chamado de Sítio Milagre, próximo ao município de Natividade, no extremo-norte do Estado. Sua testemunha foi o médico Fausto de Faria, que descrevia a aparição sempre como se fosse uma pessoa de “carne e osso, nítida e inconfundível como uma criatura humana vista a curta distância”, afirmou. Segundo sua narração ela era “alta e magra, aparentando ter 40 e poucos anos. Pele alva, rosto oval e bonito, com uma expressão acolhedora e santa. Olhos grandes, bem afastados um do outro, castanho-claros, sendo da mesma cor dos cabelos. Voz suave, num português perfeito”. Trajava um manto inteiriço de mangas largas, que era constituído de um tecido grosso de cor cinza-azulado, sendo que outra capa de tonalidade semelhante lhe cobria a cabeça. Em uma de suas mensagens ela disse: “Os meus símbolos têm vários nomes, mas sou uma única criatura”. Revelou ainda que “o homem, na sua genialidade e grandeza – dádivas de Deus –, não deve se ofuscar com suas conquistas”. Quanto ao futuro da Terra afirmou que “em vão prenunciaram, porque este mundo só se extinguirá com a sua luz, não antes de passarem milhões de anos e de haver a humanidade caminhado para outros mundos”.
Senhora de Medjugorje — Fazendo um paralelo entre acontecimentos semelhantes a esses ocorridos no Brasil, queremos citar o aparecimento, em data considerada recente, da Santa de Medjugorje, na Iugoslávia [Veja matéria completa nesta edição], ocorridos a partir de 1981 e presenciados pela jovem camponesa Vicka Ivankovic, então com 17 anos. Segundo sua descrição, a santa tinha uma aparência estranha. Dias
após o ocorrido, respondendo à reportagem de O Globo sobre o que ela teria avistado exatamente, Vicka afirmou: “Primeiro aparece uma luz clara como o Sol. A claridade se aproxima e, num instante, Nossa Senhora está diante de nós. Quando ela chega não vejo mais nada ao meu redor. Olha para cada um de nós ao mesmo tempo. Responde também a mais de um de nós ao mesmo tempo. Quando queremos ter um diálogo particular, só ela ouve a pergunta e só um de nós ouve a resposta”.
Fizemos esses paralelos para que pudéssemos perceber as semelhanças que existem entre essas aparições “divinas”, que bem poderiam ser consideradas de outra natureza se pudéssemos ver sua essência desnuda das preferências idiossincrásicas, naturais a cada ser humano observador de um fenômeno e que acaba sendo profundamente influenciado por suas crenças, sem falar de suas tendências de mistificar e desvirtuar fatos em favor de determinados objetivos, geralmente sob orientação de grupos dominantes.
As manifestações marianas são, ao nosso ver, questões muito mais profundas do que simplesmente um meio de adoração, mais científicas do que mera especulação ufológica e mais filosóficas e humanitárias do que todos os sistemas de vida existentes na Terra, pois levantam um problema resumido em único tom: a sobrevivência do próprio homem nas próximas décadas. Eis porque quando se fala de sua existência e de todos os demais seres que com ele coexistem, além da natureza em si, preservação ambiental e cessação de toda a espécie de destruição, está se falando senão de religião, ciência, filosofia, Ufologia, das corretas relações humanas e, enfim, de vida. Nada poderia ser mais inconsciente para um habitante da Terra que pensar no fato de que seu refúgio particular, social ou religioso, de crença ou descrença, poder ou posse de bens, poderiam lhe oferecer alguma garantia de que as coisas irão melhorar de forma global.
Tem que haver um trabalho real, lado a lado, pessoa a pessoa, para que algo maior possa ocorrer em benefício de todos e do nosso próprio planeta, como afirmam em suma as mensagens marianas. Assim, costumo pensar hoje que todas essas aparições possam se tratar de acontecimentos ligados intimamente à nossa própria experiência na Terra, desde milênios. E que essas figuras manifestadas de formas variadas seriam seres mais evoluídos que desejam nos fazer ver como estão erradas as nossas teorias, deduções e práticas da verdade, que se encontram concentradas em determinados aspectos dogmáticos, segundo o que propõe a filosofia e o poder mantidos por certas corporações, em detrimento de uma grande maioria.
Sejam essas entidades santas ou enviados de Deus, extraterrestres, intraterrestres ou ainda extradimensionais, não importa, pois já é tempo de deixarmos de discutir esses aspectos de sua realidade para focalizarmos nossa perspectiva de vida na mensagem proposta e mudarmos os rumos do Apocalipse. Concluímos que tais fatos extrapolam em muito a nossa percepção sobre os mistérios da natureza, da evolução dos planetas, sóis, sistemas e das leis que regem a própria evolução das humanas criaturas. É provável que num tempo próximo e com auxílio de novas tecnologias, somadas ao desenvolvimento mental, nossa humanidade alcance o legítimo esclarecimento, acerca desses acontecimentos que se encontram hoje incompreendidos. Nesse contexto, também é necessário o afastamento das pressões exercidas pelos poderes constituídos e pelo saber científico e religioso, que se de um lado costumam trazer grandes avanços para o discernimento humano, de outro vêm tolhê-lo ferozmente, em nome de seus excessos dogmáticos e da ocultação sistemática da verdade.