Através do Centro de Estudos Ufológicos de Venâncio Aires (Ceuva), do RS, finalmente chega às mãos do Núcleo de Estudo Ufológicos de Santa Cruz (NEUS) – presidido pelo consultor da Revista UFO Rafael Amorim – em Santa Cruz do Sul, a reportagem da revista O Cruzeiro, de 16 de outubro de 1954, onde havia uma matéria sobre um encontro ufológico, talvez o primeiro amplamente coberto por jornalistas, no famoso Monte Palomar, Califórnia (EUA). O local teria sido palco da história de George Adamski (1891-1965), contatado norte-americano que julgava estar em sintonia com seres provindos de Vênus. Durante esse evento em 1954, foram divulgados casos – então recentes entre os norte-americanos – e, claro, o contato de Adamski com os supostos ETs. Mostrava uma concepção artística destes “amigos” que estiveram face-a-face com ele, tudo testemunhado por mais duas ou 3 pessoas à distância. Até aí tudo corria bem e normal, no sentido ufológico. No entanto, algumas pessoas perceberam, na platéia, a presença de uma estranha mulher. E como se não bastasse o exótico aspecto dessa moça, encontraram de imediato uma semelhança dela com a figura que Adamski mostrara anteriormente. Seria o(a) venusiano(a) que ele havia contatado? A história de Dolores Barrios, a estranha mulher, está em toda parte, classificada às vezes de “a venusiana”. Muitas publicações a trouxeram e ainda trazem-na como sendo uma professora. Mas o que continha a reportagem escrita por João Martins da revista O Cruzeiro é o seguinte:
Título: Nota Pitoresca da Reunião de Palomar: surgiu uma mulher estranha e muita gente começou a desconfiar que ela fosse um ser de outro planeta”…
Na reunião de Palomar surgiu uma mulher estranha, acompanhada de um homem e um rapaz também esquisitos. E, como os seus traços assemelhavam-se extraordinariamente com os do quadro, não faltou quem pensasse que eles eram \’venusianos\’ disfarçados…Os três desapareceram a tempo”.
Mulher da Terra ou de Vênus? A mulher, que na verdade era um tipo estranhíssimo, dizia chamar-se Dolores Barrios, ser desenhista de vestidos e morar em Manhatan Beach. Ela desaparecera tão misteriosamente como havia surgido e deixou uma dúvida na imaginação de muitos que a vira.
Essa foi uma das histórias mais interessantes, chamando a atenção para a vaga possibilidade de estarem entre nós seres extraterrestres. O fato mais excêntrico ainda é que, passado todo este tempo, com o desenvolvimento da comunicação e da tecnologia, ninguém ainda foi atrás ou conseguiu encontrar esta personagem. Mesmo na época, parece que nenhum órgão de investigação ufológica descobriu a verdade sobre o que a moça haveria dito. Em nenhum lugar citam seus dois acompanhantes, Bill e Donald. Muitos sites e bibliografias dizem que ela “assustou-se com o flash da câmera e fugiu para um bosque, de onde testemunhas viram sair uma nave”. Uma bobagem, afinal a foto foi realizada durante o dia, com extremo calor e Sol, e fica claro na imagem que até pousou para foto, como podemos ver na de corpo inteiro.
Todavia, o ar de mistério permanece. Com absoluta certeza, a mulher possuía um rosto e uma compleição fantástica, que coincidentemente se assemelhava ao descrito por Adamski. Até mesmo a sua formação óssea facial apresentava-se um tanto exótica, deixando algumas questões sem explicação: Poderia essa mulher ser de algum tipo de serviço secreto governamental ou não? Será que não se tratava apenas da modelo que serviu como referência ao quadro de Adamski, ou mesmo a própria artista que o concebeu? Afinal, ela se definiu como desenhista. De nome latino, poderia ser uma curiosa estrangeira – mexicana ou hispânica -, com documentos inválidos, se assustando com a abordagem dos repórteres e fugindo em seguida.
Fruto do acaso, ou não, a indecisão e inconclusão nos cerca a respeito desta linda mulher e seus dois acompanhantes. Pelo menos, a história sobre o fato em Palomar está descrito e fotografado pelos jornalistas da revista O Cruzeiro e pacientemente arquivado por pesquisadores de primeira linha, como os integrantes dos citados Ceuva e NEUS.
Matéria original de outubro de 1954, encaminhada pelo grupo Ceuva