UFOs: o episódio, registrado em sensores térmicos e observado por militares a bordo do USS Jackson, reacende o mistério dos famosos “Tic-Tacs” de 2004. Entenda os detalhes do avistamento, a ligação com a Área 51, o impacto na segurança nacional e o que especialistas dizem sobre possíveis tecnologias não humanas que cruzam o céu e o mar norte-americano.
O dia era 15 de fevereiro de 2023. O veterano da United States Navy (US Navy) Alexandro C. Wiggins, sênior especialista em operações com cerca de 23 anos de serviço, estava a bordo do navio USS Jackson (LCS‑6) em trânsito pela zona de aviso marítimo “W-291” (Warning Area 291), ao largo da costa sul da Califórnia. Durante seu turno, ele monitorava os sistemas de combate (CIC/ICC-1) e atuava como vigia na asa da ponte, quando algo altamente anômalo se manifestou.
Tudo começou com um retorno de radar ou de sensores que chamou a atenção da equipe. Wiggins relata que viu “uma luz no horizonte” que parecia emergir da água e subir verticalmente, um padrão de transição água – ar (“transmedium”) que foge às aeronaves convencionais. Dentro do Combat Information Center, operadores observaram o fenômeno num sistema EO/IR “Star SAFIRE” com hora, localização e metadados visíveis.
“Para minha surpresa, algo que nunca tinha visto, notei uma luz no horizonte, parecia que estava emergindo da água e subindo”, lembrou Wiggins.
Enquanto a tripulação se voltava para o monitoramento, o que era inicialmente um objeto isolado revelou-se quatro objetos em formação, descritos como “em forma de Tic-Tac”, aludindo aos famosos objetos observados em 2004. Wiggins afirma que os quatro mantinham geometria de controle, emergiram da água, se juntaram e então partiram em conjunto, de forma quase instantânea, sem que fosse possível detectar plumas de exaustão, superfícies de controle ou outros sinais típicos de aeronaves conhecidas.
“Nós só vimos um, e então vimos o segundo“, disse Wiggins, acrescentando: “Foi só quando diminuímos o zoom que percebemos, caramba, há mais dois aqui, um total de quatro.”
O ex-analista do Departamento de Defesa Mark Von Rennenkampff, ao examinar dados de voo da época, concluiu que não havia aeronaves registradas nos arredores do navio naquele momento.
A área onde ocorreu o encontro, conhecida como W-291, é uma zona de advertência marítima sob controle militar ao largo do sul da Califórnia, frequentemente mencionada em relatos de fenômenos aéreos não identificados. O histórico dessa zona inclui o famoso caso de 2004 no qual pilotos da Marinha dos EUA observaram objetos do tipo “Tic-Tac”. A ocorrência de 2023, portanto, ressoa com um padrão geográfico e operacional já registrado na literatura ufológica.
Wiggins, em seu depoimento ao Congresso dos EUA, enfatizou que, antes de qualquer hipótese extraterrestre, o aspecto mais urgente é a segurança de navegação e da aviação: equipamento que manobra fora dos perfis conhecidos representa risco real para navios, aviões e pessoal militar. Ele solicitou canais de reporte livres de estigmas, proteção aos identificadores e preservação rigorosa de dados de sensores. No contexto de inteligência, a ausência de explicação plausível reforça a urgência de análise sistemática dos fenômenos aéreos não identificados (UAP).
Apesar da seriedade dos relatos, Wiggins manteve postura cautelosa: ele mesmo se declara “cético” quanto à natureza do que observou, dizendo que talvez um dia saberia o que era. A ocorrência não permite afirmar com segurança tratar-se de tecnologia extraterrestre; mas está fora dos parâmetros conhecidos de aviação e drones comerciais ou militares públicos.
Para a comunidade ufológica, o caso reforça vários vetores importantes:
- a repetição de avistamentos em áreas militares costeiras sob forte vigilância;
- a combinação de evidências visuais, térmicas e de radar;
- o padrão transmedium (água-ar) que conecta o incidente à hipótese de bases subaquáticas ou OSNIs – Objetos Submarinos Não Identificados;
- a necessidade de um ambiente institucional que incentive o relato sem prejuízo à carreira e que preserve os dados técnicos.
