O Telescópio Espacial James Webb é um dos maiores e mais caros projetos já levado a cabo pela NASA. O Congresso norte-americano aprovou ainda em 2001 um total de 8 bilhões de dólares para a iniciativa e agora, com o telescópio praticamente pronto, começou a árdua fase de testes a fim de garantir que a máquina funcione a contento quando atingir sua órbita final, a 1,6 milhões de quilômetros da Terra. O objetivo de lançá-lo ainda em 2018 foi adiado em setembro passado, quando a data foi postergada para 2019. Agora, um grupo de revisão do projeto recomendou o novo adiamento, a fim de que testes mais detalhados sejam realizados, e componentes que não funcionaram como deveriam substituídos.
Batizado em honra ao segundo administrador da agência espacial, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) é considerado pela NASA o sucessor científico do Telescópio Espacial Hubble, mas não um substituto, pois as capacidades dos dois instrumentos são muito diferentes. O JWST trabalhará principalmente no espectro infravermelho, não produzirá imagens tão belas e assombrosas quanto às do Hubble, mas conseguirá observar o Universo a distâncias muito superiores. Ele será o maior instrumento do tipo já enviado ao espaço, e conseguirá captar sete vezes mais luz que o Hubble, podendo observar as primeiras estrelas e galáxias do Universo, além de analisar atmosferas de exoplanetas nos sistemas mais próximos do nosso. Para isso seu telescópio principal possui 18 espelhos que irão se desdobrar no espaço. Além disso, a fim de manter seus sistemas na temperatura correra um escudo contra o calor solar, composto de cinco membranas, igualmente seguirá dobrado durante o lançamento, devendo se colocar no lugar quando atingir seu local de operações.
Infelizmente um dos problemas constatados foi justamente no escudo, pois se esperava que este se desdobrasse em duas semanas, e levasse um mês para ser novamente recolhido e preparado para o lançamento. O processo demorou um mês na abertura, e dois meses no recolhimento. Os cabos que colocam o escudo no lugar apresentaram folga, e por isso rasgos ocorreram nas membranas, duas com 10 cm de comprimento. O problema de um transdutor no sistema de propulsão levou a sua substituição e um atraso de três meses. O uso de um solvente incorreto obrigou à substituição de válvulas, e um aquecedor catalítico igualmente precisou ser trocado. Os técnicos da agência reconhecem que são erros evitáveis, mas apontam que em um sistema tão complexo quanto o JWST tais problemas são esperados. Os testes precisam ser repetidos, alguns inclusive em câmaras de vácuo, onde o telescópio é submetido a pressões e vibrações como as que enfrentará no lançamento, a bordo de um foguete Ariane 5 da Agência Espacial Europeia (ESA). Evidentemente também precisa ser garantido que o James Webb caiba na cápsula do foguete.
RESOLVENDO PROBLEMAS E PREPARANDO UMA REVOLUÇÃO NA INVESTIGAÇÃO DO UNIVERSO
Outro grave problema é burocrático, pois em fevereiro o Escritório de Contabilidade do Governo norte-americano alertou que os atrasos com o telescópio poderiam comprometer o orçamento, os já mencionados 8 bilhões de dólares. Caso esse limite seja superado o projeto terá que receber nova autorização do Congresso, e a NASA já se comprometeu a apresentar um relatório detalhado neste próximo verão norte-americano, a respeito do aumento nos custos e atrasos no lançamento. Testes recentes comprovaram o correto funcionamento dos sistemas de instrumentos e espelhos, e o JWST foi então transportado para as instalações da Northrop Grumman para montagem final em seu chassi e no escudo solar. Grupos de supervisão do projeto serão reforçados durante esse processo de integração e testes, e os processos serão revisados, a fim de garantir uma alta confiança no sucesso do lançamento e funcionamento do telescópio. Espera-se que, quando finalmente lançado, o JWST possa trabalhar em conjunto com outros instrumentos, como o Hubble e o TESS, a fim de realizar mais descobertas a respeito do Universo.
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Confira neste vídeo como o telescópio irá se desdobrar
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