Em 1988, decidi reingressar na comunidade científica e enviei cópias de meu currículo a várias pessoas e instituições. Finalmente, consegui uma entrevista numa agência de empregos altamente especializada que cumpria contratos para o governo. Minha entrevista era para saberem se eu estaria capacitado para trabalhar num prédio civil do Departamento de Inteligência Naval. A entrevista foi boa e, no outono de 1988, fui contratado para trabalhar em regime de disponibilidade num projeto envolvendo sistemas avançados de propulsão de aviões e foguetes. Na ocasião, isso era tudo o que eu sabia sobre o projeto. Não demorou muito, fui enviado junto com vários colegas para uma região chamada de Área 51, a famosa e secreta Área de Testes Aéreos de Nellis, anexa à Base Aérea de Nellis. Lá, fomos colocados num ônibus com janelas de vidro fumê e levados a um local cerca de 24 km ao sul do leito seco do Lago Papoose, onde havia uma instalação mais secreta ainda, conhecida como S-4.
Fui apresentado ao supervisor de operações e a um ajudante de ordens. Daí, recebi uma pilha de papéis com informações sobre vários projetos, incluindo um tal de Projeto Galileu, que era destinado ao estudo de novos engenhos discoidais de navegação – objetos que só mais tarde percebi serem de origem extraterrestre e que foram de alguma forma adquiridos pelo governo norte-americano em acidentes ocorridos no sul dos EUA. Nesse local, voltei a exercer as funções de engenheiro, atuando no sistema do reator e no de propulsão e gravidade de uma dessas naves discoidais recuperadas. Elas eram verdadeiros discos voadores, daqueles tipos que já havia visto em fotos e filmes, e minha função era essencialmente ajudar a equipe do Galileu a descobrir o que os fazia funcionar. Dediquei-me especificamente a uma dessas naves, que não sei se tinha sido acidentada ou se fora resgatada de outra forma. De qualquer maneira, o disco não aparentava nenhum tipo de avaria – estava intacto. Nos papéis em meu poder, havia fotos de vários discos voadores juntamente com alguma informação que já haviam obtido, sobre os mesmos, em pesquisas técnicas feitas anteriormente. Não era nada muito avançado, mas mostrava que o pessoal já estava em atividade há um bom tempo.
Fiquei espantado e excitado ao mesmo tempo, em ver tudo aquilo. Jamais imaginava que iria lidar com esse tipo de material. Mas não podia demonstrar grande entusiasmo ou mesmo deslumbramento, pois havia guardas bem armados por toda a parte e este não era exatamente o lugar ideal para se fazer todo e qualquer tipo de pergunta que se desejasse. As normas de segurança eram de fato extremamente opressivas. Todos nós, técnicos do programa, éramos seguidos por toda parte, até no banheiro! Se o seu crachá de identificação não estivesse no lugar exato, você seria mantido sob a mira de um revólver até a chegada de seu supervisor imediato, para confirmar que você era você mesmo e não um impostor usando seu crachá. E esta era a função expressa dos seguranças: não deixá-lo muito à vontade para andar por aí olhando o que quisesse ou perguntar o que viesse à sua mente. Às vezes, tudo isso parecia completamente surrealista. Havia um pôster do disco voador com o qual eu estava trabalhando na parede de minha sala. Eu o apelidei de “modelo esportivo” e coloquei uma inscrição embaixo dele: eles estão aqui.
Fontes de Energia – No início de meu trabalho, era pago para ocupar-me apenas das possíveis fontes de energia e dos sistemas de propulsão em um dos discos. Por isso, estudei-o a fundo, entrando nele várias vezes. Tinha mais ou menos 3,5 m de altura por 15 m de diâmetro. Sua aparência era de aço inoxidável ou alumínio polido. Não se viam emendas, cravilhas ou rebites, e parecia que tinha sido moldado por sistema de injeção. Dentro dele haviam minúsculos assentos, pequenos demais para acomodarem um ser humano de estatura mediana, tanto que bati a cabeça no teto várias vezes. Uma vez, cheguei a machucar-me na traseira do disco, num canto dele, onde concluí que o teto curvava-se para abaixo de 1,5 m em seu interior. Não havia ângulos retos em nenhuma parte do disco, somente curvas suaves e bem feitas.
O sistema de propulsão da nave, segundo constatei, era composto por uma espécie de reator que produzia antimatéria e reagia com matéria numa reação de aniquilação. Este reator tinha apenas 45 cm de diâmetro por 30 cm de altura e localizava-se no centro do disco. Incrível! Operava como um minúsculo conjunto de peças harmonicamente dispostas e em movimento, onde tudo funcionava de acordo com um padrão da estrutura do disco. A forma como acelerava prótons no reator e a forma como o calor era convertido em eletricidade eram totalmente uniformes, sem qualquer desperdício de calor ou de energia latente. Era espantoso, aproximando-se de uma eficiência dinâmica de 100%. Hoje isto parece impossível, devido às leis da termodinâmica, mas o que posso dizer é que esta tecnologia está bem à frente de tudo o que conhecemos no século 20. Talvez isso tudo esteja adiante do que ainda iremos conhecer nos próximos dois ou três séculos, pois, segundo os relatórios apontavam, estas naves provêm de civilizações há muitos anos à nossa frente.
Havia vários projetos na Base, incluindo um tal Galileu, destinado ao estudo de engenhos discoidais de origem extraterrestre. Estas naves foram adquiridas pelo governo norte-americano em acidentes ocorridos no sul dos EUA. Como engenheiro, atuei no sistema do reator e no de propulsão e gravidade de uma dessas naves
O reator parecia ser alimentado com um elemento não encontrado na Terra. Parte de minha contribuição ao programa era descobrir qual era este elemento e onde ele se ligava à tabela periódica dos elementos químicos. Bem, depois de muito estudar todo aquele sistema, vi que o tal elemento não se ligava a nada conhecido, em termos de propriedades químicas. Assim, para atribuirmos uma identidade ao tal elemento, nossa equipe deu-lhe o número atômico 115. Como os químicos e físicos sabem, há muitas teorias sobre os elementos ao redor do número atômico 113, 114 e 115. Muitas teses afirmam que eles podem tornar-se estáveis e não mais serem radioativos, e era isso que aparentemente estávamos vendo com o combustível do reator do UFO em Nellis. O elemento 115 é estável, mas com algumas propriedades interessantes.
Ele pode ser utilizado tanto dentro do reator, como combustível, como também como um campo de energia aumentado e ampliado pelos amplificadores gravitacionais da nave – que eram outros instrumentos interessantes. Em outras palavras, o elemento 115 era tanto o combustível quanto o meio de propulsão do disco. Havia uma grande quantidade deste elemento 115 em forma de pequenos discos do tamanho de uma moeda, de onde pequenos pedaços triangulares eram cortados e colocados no reator. Esses pequenos triângulos tinham uma tonalidade de cor de cobre, meio alaranjada e bastante pesado. Embora não fosse radioativo, mas supondo-se ser um
material tóxico, o manuseávamos com o máximo de cuidado.
Amplificadores Gravitacionais – Em todos os discos voadores existentes no S-4 havia 3 amplificadores gravitacionais posicionados um junto do outro em suas bases, os quais eram os mecanismos de propulsão das naves. Essencialmente, pelo que pudemos concluir, suas funções eram amplificar as ondas de gravidade em descompasso com as da Terra. Assim, os objetos operavam de duas formas, que denominamos de ômicron e delta, cada uma indicando quantos amplificadores de gravidade estavam em operação num dado momento. Na configuração ômicron, apenas um amplificador era utilizado; os outros dois eram movimentados fora do lugar para dentro do disco. Sob a configuração ômicron, ainda, os objetos podiam levantar-se e pairar no ar, e quase que mais nada além disso. Para deixar a atmosfera terrestre, por exemplo, são elevados à máxima potência e direcionados na posição desejada.
É importante que se diga que os aparelhos que analisamos não movimentam-se em formação linear. Pelo contrário, determinamos que os discos produziam seus próprios campos gravitacionais afim de distorcerem de alguma forma o tempo e o espaço e principalmente atraí-los de seu destino. É tudo muito complicado mesmo para nós, que somos técnicos, mas nada disso é invenção ou devaneio. Numa tarde de trabalho normal, eu e meus colegas de equipe fomos até o leito seco do lago. Lá, o disco no qual estivéramos trabalhando, o tal modelo esportivo, já tinha sido retirado do hangar e estava começando a levantar vôo. Exceto por um leve silvo que ecoava no ar, não fazia ruído algum. Era surpreendente! O objeto elevou-se a cerca de uns 9 m do chão, quando o silvo intermitente parou e o disco ficou silencioso e imóvel no ar, movendo-se para a direita e esquerda. Era absolutamente incrível! Não conseguíamos conter nossa excitação ao ver aquilo.
Em razão do rígido esquema de segurança, que nunca era relaxado, isso foi tudo o que me foi permitido ter acesso, embora tivéssemos oportunidades ocasionais de ler – por bem pouco tempo – relatórios que detalhavam outros aspectos desse Projeto Galileu. Os documentos que li e que tratavam dos sistemas de propulsão e energia eram precisos e eu mesmo provei isso ao trabalhar neles. Não obstante, eu coloco um limite bem definido entre o que eu sei ser verdadeiro, por ter visto com meus próprios olhos, e o que li nos relatórios. Com essa perspectiva em mente, cheguei até a ler sobre a origem do UFO em que trabalhava. Segundo um dos informes que recebi, por exemplo, foi indicado que a origem daquela nave seria o grupo de estrelas conhecido como Zeta Reticuli – o mesmo que, segundo a contatada Betty Hill, seria a origem dos ETs que a seqüestraram em New Hampshire.
“Não Fui a Outros Planetas” – Mas não tenho certeza disso, pois não andei em nenhum desses discos e nem tampouco fui a outros planetas, igualmente, embora tenha visto vários UFOs, nunca vi um ET. A coisa toda é muito complexa e você só pode ter acesso a quantidades de informações limitadas por vez. Numa ocasião, folheei uns relatórios que afirmavam que, em algum momento, havia ocorrido um contato entre autoridades norte-americanas e delegações de ETs. Mas as datas em que esses encontros ocorreram e outras informações sobre isso estavam em um código que não consegui decifrar. Além disso, o relatório afirmava que esses seres extraterrestres já vinham visitando a Terra há pelo menos 10 mil anos, e que as autoridades sabiam disso há mais de 50! Num documento que me chegou às mãos depois, li ainda que os humanos terrestres (nós) são descendentes de algum modo dos ETs que nos visitam, que estariam num estágio evolutivo imensamente superior ao nosso. Enfim, as informações vinham em partes, nunca formando um quadro geral da situação. Mesmo assim, eram fantásticas e se superavam em absurdos e mais absurdos para nós, cientistas, que nunca tivéramos acesso a este tipo de informação antes.
Ligações Grampeadas – Mas alguma coisa aconteceu em seguida, com meu limite de segurança na Base de Nellis. Eu tinha um nível de segurança Q, que me permitia ter acesso até certo limite de profundidade no esquema de assuntos sigilosos da operação Galileu. Depois de alguns meses, meu limite de segurança rapidamente diminuiu, talvez em razão da vigilância de 24 horas em meus telefonemas. Minhas ligações eram monitoradas (grampeadas), como as de todos os funcionários do projeto, e eles descobriram que eu estava tendo problemas em meu casamento, entre outros. Assim, chegaram para mim e disseram-me que minha presente situação pessoal tornava-me um sério candidato a instabilidade emocional. Como conseqüência disso, perdi a autorização de segurança Q e fui aos poucos excluído da operação. Mas informaram-me que poderia candidatar-me novamente dentro de seis meses…
Bem, como eu sabia quais eram os dias em que os UFOs eram testados, não consegui resistir. Assim, numa noite, decidi mostrar a alguns amigos o projeto em que estivera trabalhando, ainda que a uma certa distância. Fomos de carro ao deserto em volta da Base de Nellis, onde observamos com nitidez um teste de vôo de um dos discos [Editor: Durante o Congresso Mundial de Ufologia de Las Vegas, duas comitivas da Revista UFO fizeram o mesmo, com alguns resultados descritos na edição UFO 28]. Foram vários minutos de observação sem problemas e conseguimos sair dali sem sermos observados. Por isso, nos entusiasmamos e voltamos lá outras vezes. Quando as pessoas que levei comigo começaram a contar o que viam, a notícia se espalhou e centenas de curiosos passaram a freqüentar aquela região, mais ou menos a 250 km ao norte de Las Vegas. Muitos conseguiram até filmar as manobras por vários minutos. Isso despertou a atenção dos oficiais e medidas severas foram impostas para garantir o sigilo das manobras, entre elas prisão até 5 anos e multa de até 10 mil dólares para quem desafiasse os avisos de não ultrapassar a área, que eram afixados ao longo do deserto.
O governo dos EUA esconde, no deserto do Nevada, fatos que afetam nossa história, nossa filosofia, nossa vida e até nossa religião. Uma vez, sabendo disso, o vaticano quis contactar-me. Em 1991, o próprio papa solicitou ao repórter George Knapp, de Las Vegas, informações a meu respeito e sobre como encontrar-me
Tanto que, na terceira vez que fomos lá, fomos apanhados pelos guardas da segurança do Departamento de Administração de Solo da Base, que ficam circundando a área de testes em jipes. Meus colegas foram dispensados mas eu fui entregue a outro departamento da Base, onde passei por um duro interrogatório e fui ameaçado. Fiquei com tanto medo que percebi que tinha que desaparecer dali por uns dias, antes que fosse tarde… De fato, a segurança é levada muito a sério na região, e só me dispensaram porque se convenceram de que, de tão assustado que fiquei, não ia mais causar problemas. Mas há muitas
coisas sobre Nellis que tenho pensado com bastante insistência, tanto que às vezes perco o sono. Quando fui aprofundando minhas relações com o trabalho super-secreto que lá se desenvolvia, eu não apenas passei a ver e a acreditar que aquela tecnologia devesse ser entregue à comunidade científica, sem dúvidas bem mais preparada do que nós, quanto comecei a perceber que contra os “silenciadores” da Base seria contar tudo o que sabia. Assim, um amigo convenceu-me a falar com o âncora da estação de TV KLAS, de Las Vegas, o George Knapp. Imaginei que se me matassem, isso claramente provaria que aquilo tudo que estava dizendo era verdade. Essa seria uma boa razão para não me matarem, caso dissesse tudo o que vi e ouvi por lá. E Knapp convenceu-me a fazê-lo.
Confabulações – É incrível, mas mesmo nos dias de hoje ainda há muitos cientistas que confabulam sobre a possibilidade de existirem ou não os UFOs. Muitos dizem que é simplesmente impossível existirem discos voadores, ou mesmo que eles venham até aqui, a Terra. Garantem que prováveis alienígenas não conseguiriam chegar até nós devido à fantástica distância que teriam que percorrer no espaço, além da imensa demanda de energia necessária para tal empreendimento. Dizem os cientistas que não existe nenhum meio relativamente rápido de os ETs cobrirem esta distância, mesmo à velocidade da luz etc, etc. Eu mesmo já cheguei a afirmar banalidades desse tipo. Pois tudo isso que relatei aqui é a mais pura verdade. Tudo o que passei foram experiências ao mesmo tempo fascinantes e estarrecedoras, que mudaram meu ponto de vista sobre as coisas, embora lamente ter tornado a coisa pública. Se tivesse que passar por tudo isso outra vez, talvez estivesse mais inclinado a ser mais discreto, a ser mais um dos “bons rapazes” da Base de Nellis, para conhecer mais sobre os UFOs, sua origem e sua intenção visitando a Terra. Não abriria a boca tão cedo! Em 1990, desliguei-me do Projeto Galileu definitivamente e passei a fazer pequenos serviços de eletrônica e computação.
Num desses contratos, fui chamado para instalar um sistema de informática minha maior (talvez única) proteção num prostíbulo de luxo de Las Vegas. Tinha que montar tão somente um banco de dados informatizado, além de um sistema de vigilância para o prédio onde o prostíbulo funcionava. Esta aventura custou-me caro, resultando em 6 acusações de delito grave, incluindo o de associar-me e dirigir uma casa – de prostituição, coisa que não ocorreu. As acusações foram logo retiradas, mas meu nome foi manchado. Pelo menos, de todo este drama que passei, ao menos um benefício consegui: o de não ser mais vigiado 24 horas por dia, pelo menos não tão ostensivamente. Suponho que acharam que minha incriminação, no caso da associação com a prostituição, me desacreditaria totalmente. Atualmente, ganho a vida modestamente com duas pequenas empresas: uma empreiteira independente que dá assistência a maquinários de energia nuclear e um laboratório fotográfico.
Veracidade — Depois de minhas declarações sobre tudo o que vi e ouvi em Nellis, muitos ufólogos procuraram a USAF e os oficiais da Base para verificarem a veracidade de minhas afirmações. A resposta oficial que obtiveram é de que a Força Aérea simplesmente não tem nada a declarar sobre o ocorre na Base de Nellis. Segundo o primeiro-sargento Henderson, do Departamento de Assuntos Públicos da Base, “a USAF não tem qualquer registro que confirme que um senhor Robert Lazar tenha trabalhado em Nellis”, embora conserve documentos que provam o que afirmei. É evidente que isso resultou em muita crítica. Mark Rodeghier, por exemplo, diretor científico do J. A. Hynek Centerfor UFOStudies (CUFOS), disse estar bem convencido de que eu de fato trabalhei em Los Alamos, mas que era impossível verificar exatamente o que havia feito lá. Quanto ao elemento 115, os físicos consultados apenas admitem que ele é teoricamente possível, mas que não sabem como produzi-lo. Assim, isso não invalida (e nem valida) a afirmação de que trabalhei com este elemento. Finalmente, todos os meus críticos parecem concordar em uma coisa: eu realmente sei bastante sobre o que ocorre na Área 51, também chamada de Dreamland (terra dos sonhos). Os que não quiserem acreditar em mim têm outra alternativa: aguardar mais tempo, para que outros técnicos ou cientistas apareçam para dizer o que sabem. Aí poderemos confirmar tudo isso.