Um dos aspectos mais importantes da Ufologia é a busca do que verdadeiramente existe por trás do Fenômeno UFO, algo que vai muito além de sua análise física, quando se examinam velocidades, trajetórias, medidas e outras dimensões destes veículos. O que, afinal, a manifestação ufológica encerra? Que tipos de inteligências estão por trás dos incontáveis avistamentos de naves alienígenas já registrados em todo o mundo? Por que apenas algumas milhares de pessoas são contatadas por seus tripulantes e um número ainda menor são abduzidas? O que determina este padrão de comportamento e, finalmente, seria ele algo programado e sistemático ou apenas aleatório e casual?
Para responder a essas questões, várias tendências surgiram ao longo das últimas décadas dentro do processo de investigação ufológica. Pesquisadores seguiram os mais diversos caminhos na busca de respostas para satisfazer a curiosidade imposta pelo Fenômeno UFO, o que acabou por gerar uma divisão dentro de nossa própria área de interesse. Alguns estudiosos não admitem qualquer forma de “ferramenta” além daquelas inerentes ao estudo científico e materialista do tema. Já outros mergulharam em uma postura mística e até espiritualista, onde os critérios objetivos praticados pelo primeiro grupo não encontram espaço. Estamos falando das correntes ditas Científica e Mística, respectivamente, da Ufologia. A situação a que ambas chegaram acabou por afastá-las progressiva e, talvez, definitivamente.
Estudo da Cabala
Contudo, com o passar do tempo, novos estudiosos surgidos no cenário ufológico nacional e internacional começaram a trilhar um caminho mais inteligente de aproximação do fenômeno, baseado na percepção de que ambas as linhas poderiam se completar. O entrevistado desta edição, Paulo Jorge Neves Iannuzzi, é justamente um dos principais estudiosos do movimento que busca fundir essas duas variantes, utilizando em suas pesquisas tanto o rigor da metodologia científica, herdado dos anos em que cursou física e astronomia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como a abertura do tema alcançada pelos espiritualistas, com os quais convive regularmente em suas atividades de pesquisa e investigação.
Ele também é economista formado pela Universidade Gama Filho (UGF), com pós-graduação e mestrado em administração empresarial e gestão, e tem um MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Iannuzzi, portanto, tem um considerável currículo que certamente atende às exigências da chamada corrente científica da Ufologia. Mas não é só. Ele também é profundo conhecedor da Cabala, uma sabedoria que investiga a natureza divina, além de ser membro da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC). Estudioso do Antigo Egito, Iannuzzi já realizou inúmeras viagens de exploração à região e chegou a ser membro correspondente da Royal Egyptological Society of Oxford [Real Sociedade Egitológica da Universidade de Oxford]. Conferencista com destaque nacional e internacional, participou ativamente de inúmeros eventos ufológicos, científicos, ocultistas e espiritualistas realizados no Brasil, em Portugal, na Franca e também no Egito. Foi palestrante do Simpósio sobre Ufologia e Antigo Egito a bordo do navio Sonesta Saint George Rainha Nefertiti, durante uma viagem pelo Rio Nilo, de Luxor a Assuan.
Seu interesse pela Ufologia teve início ainda em sua adolescência, graças às pesquisas e livros do general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, que se tornou para ele uma espécie de inspiração. Hoje conferencista consagrado e consultor da Revista UFO, Iannuzzi realiza palestras com temas provocativos, abordando desde os sinais da presença alienígena no passado — outra área na qual se tornou perito — até os aspectos mais transcendentais da presença dos discos voadores em nosso planeta. Para se aprofundar ainda mais nas áreas de conhecimento em que se especializou, ele criou o espaço Escola de Mistérios Pilares de Hermes, no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, onde desenvolve e ministra cursos e conferências. Agora, chegou a hora do leitor da UFO conhecer diretamente a profundidade de pensamento de nosso entrevistado.
Amigos invisíveis da infância
Como e quando você se envolveu com o Fenômeno UFO?
Tudo aconteceu de forma muito espontânea e natural. Aos 12 anos, ganhei de presente dos meus pais um telescópio considerado muito bom até mesmo para os dias de hoje e mais do que suficiente para meus modestos interesses pré-adolescentes — eles sabiam que eu gostava de astronomia, pois costumava vasculhar o céu com atlas celestes e cartas. Daí para a certeza da existência de vida fora da Terra e de sua influência em nosso planeta e humanidade foi um pulo. Agora, lembro-me remotamente que na minha infância eu tinha “amigos invisíveis”, que não eram fruto da minha imaginação, mas reais. Tive convicção de verdade na existência de outras formas de vida já na minha fase adulta, quando adentrei de vez na pesquisa do Fenômeno UFO. O interessante é que algo dentro de mim não separava a Ufologia da Espiritualidade, e sempre tive sobre o tema uma visão mais cósmica, atemporal e desprovida de dogmas que engessam a mente e a vontade humanas.
O que você quer dizer com ter “amigos invisíveis” em sua infância?
Eram algo não muito diferente do que inúmeras crianças vivenciam até aproximadamente os sete anos de idade, relativo a manifestações de caráter espiritual como companhias astrais — e até mesmo, como em muitos casos, de caráter ufológico. São seres quase sempre da mesma estatura de uma criançade 5a 7 anos, com formato da cabeça e fisionomia diferenciada do humano, mas que, ao contrário do que possa parecer, capazes de oferecer uma vibração positiva e uma agradável sensação de segurança e de familiaridade,raramente testemunhada ou compartilhada com adultos.
Você chegou a cursar biologia, física e astronomia.Mas apesar de não ter concluído esses cursos, eles tiveram influência em suas pesquisas?
Embora possa parecer exagero, por melhor que seja sua formação, ela sempre será insuficiente para a investigação completa do Fenômeno UFO, pois ele transcende questões meramente livrescas, informativas e intelectuais. No meu caso, meus estudos, concluídos ou não, foram de fundamental importância. O fenômeno abrange todas as áreas e se manifesta de forma diferente aqui e ali, o que nos exorta à compreensão e ao entendimento que absolutamente nada pode ser segmentado. A fenomenologia ufológica integraliza as ciências ortodoxas, assim como as ocultas. Sempre há algo inesperado nos aguardando.
Tenho convicção que nosso planeta funciona como um imenso laboratório, que a vida aqui foi implantada e que a formação da humanidade em passado remotíssimo está ligada diretamente a um processo de colonização por algumas civilizações.
Como assim? Poderia explicar melhor?
Sim. Antes, há décadas, eram apenas pontos no céu que se transformaram em naves metálicas ou de luz. Estes veículos se apresentaram em muitos casos tripulados e seus ocupantes passaram a interagir cada vez mais conosco — as abduções e contatos se multiplicaram. Mas a tecnologia desses visitantes ainda é misteriosa para nós e há incontáveis tipologias e morfologias entre os ETs, que ratificam a grande variedade de civilizações que nos visitam e sempre estiveram por aqui. A Ufoarqueologia confirma que a verdadeira história da Terra e da humanidade é bem diferente do que querem nos fazer acreditar.
Um imenso laboratório
Que relação pensa que pode ter existido entre alienígenas e a humanidade no passado?
Tenho convicção de que nosso planeta funciona como um imenso laboratório e que a vida aqui foi implantada. A formação do homem em um passado remotíssimo está ligada diretamente a um processo de colonização por algumas civilizações extraterrestres. Sua presença sempre foi uma constante e sua permanência, além da otimização da nossa genética, se liga às várias transições de eras pelas quais a humanidade da Terra já passou e ainda passará, até estarmos preparados para o retorno às estrelas e à comunidade galáctica. Os registros desses visitantes nos mitos antigos e sua menção nos livros sagrados somente reforçam as informações e os conhecimentos impressos em pedra, tais como a Esfinge, Karnack, Luxor, o complexo de Gizeh e a Grande Pirâmide de Quéops (Khufu), apenas para ficarmos no Egito. Em outras partes do mundo temos monumentos megalíticos como Stonehenge, as pirâmides de Teotihuacán, Yucatán e Chichén Itza, construções inexplicáveis em Palenque, Machu Picchu, Tiahuanaco e Sacsayhuaman, as linhas de Nazca,os moais da Ilha da Páscoa e ainda artefatos inexplicados em Angkor, na Cashemira etc.
São muitas coisas para se ignorar, e ainda assim a história nos explica sua origem de forma diversa da verdadeira.
Sim. Estes achados arqueológicos nos contam uma história diferente daquela que aprendemos — eles não somente são inúmeros como estão sendo descobertos frequentemente. O total desentendimento entre os profissionais da arqueologia e áreas afins sobre tais achados corrobora ainda mais essa omissão. Por exemplo, enquanto o arqueólogo normalmente arbitra uma teoria baseando-se nos achados e na interpretação histórica de uma antiga civilização específica sobre o método de construção de um determinado templo ou estrutura, os engenheiros da equipe discordam totalmente das teorias formuladas, por garantirem que, pela ciência conhecida, levando-se em conta as ferramentas da época, os métodos de construção teorizados são simplesmente impossíveis, mesmo com ferramentas modernas do século XXI.
Voltando ao Fenômeno UFO, até que ponto nossas interpretações sobre ele estão próximas da realidade?
Tendo em conta a existência da partícula física da consciência, dos universos paralelos e multidimensionais, dos deslocamentos temporais e de coisas que há 30 anos eram especulações loucas e hoje são constatadas e pesquisadas cientificamente, quem realmente são aqueles que nos visitam? Será que eles se mostram como realmente são? Ou será que se manifestam à medida do que a humanidade pode compreender? Na Antiguidade, nossos visitantes eram deuses e anjos, e hoje possuem naves. Amanhã, como se apresentarão? E o que dizer das manifestações paranormais, de natureza mental, astral e psicomediúnica? Enfim, existe a necessidade de se estabelecer um critério de estudo e prática na área metafísica com respeito ao Fenômeno UFO.
O Fenômeno UFO permite outra forma de interpretação?
Sim. Muitos estudiosos tendem erroneamente adaptá-lo às suas crenças e aos seus livros, em vez de procurarem conhecer seus fundamentos. Talvez seja necessário um maior aprimoramento na metodologia de estudo por parte dos próprios ufólogos e especialmente do meio científico. Enquanto não houver união e não se entender a fenomenologia ufológica como um todo, encerrando conceitos como casuística, metafísica etc, e enquanto donos da verdade — especialmente no meio científico — continuarem afirmando sem conhecimento de causa a falta de evidências da existência dos UFOs, não se chegará a lugar algum. Nem todos conseguem enxergar determinados detalhes, mas, como já se disse antes, a heresia de ontem será a ortodoxia de amanhã. E assim caminhamos…
Estamos nos recuperando
Você se aprofundou em temas como o Antigo Egito e a Cabala. Esses assuntos surgiram juntos do seu interesse pela Ufologia?
Para mim, o Fenômeno UFO é único. Mas, didaticamente, reconheço a necessidade das várias áreas de atuação em sua investigação. Eu, por exemplo, comecei pelo estudo da casuística, mas logo me senti cativado pelo trabalho e abordagem do general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa. Sempre achei fantástica e necessária sua forma de pensar, fundindo o aspecto científico com o espiritual dentro de uma visão integrada. A Ufologia, além de uma busca pessoal, me fez enveredar por temas em que me especializei. A fenomenologia no Antigo Egito é uma delas e é farta, assim como na Suméria, na Índia e em civilizações pré-colombianas. Os conhecimentos ocultos desses povos, como a Cabala, salvaguardada primorosamente pelos hebreus, nada têm de religiosos. São de natureza científica a nível cósmico, pois tratam da verdadeira natureza do universo e do ser humano, seja na Terra ou em outro lugar.
O que estas civilizações sabiam naquela época que ainda não sabemos hoje?
Elas conheciam muito mais do que imaginamos. Estamos, na verdade, lentamente nos recuperando, ou sendo recuperados, de uma queda genética e de consciência sobre o que somos, quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Sociedades espaciais colonizaram a Terra deixando aqui muitos traços de sua influência — os povos antigos tinham esse conhecimento. Passamos do estágio de ser cósmico, que ao longo das eras virou sábio, depois cientista e em seguida sacerdote, mago e bruxo e, por fim, feiticeiro.
Há décadas, os UFOs eram apenas pontos no céu que se transformaram em naves metálicas ou de luz. Estes veículos se apresentaram em muitos casos tripulados e seus ocupantes passaram a interagir cada vez mais com nossa espécie.
Quando você considera seu primeiro momento como investigador do Fenômeno UFO?
Foi durante um congresso que ocorreu na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Eu estava com 19 anos e testemunhei conferências de pessoas como a doutora Irene Granchi, nossa eterna primeira dama da Ufologia, do citado general Uchôa, de Paulo Kronemberger etc. Desde esse dia não parei mais. Anos depois assisti a uma palestra no auditório do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), ministrada por meu querido amigo e entrevistador Marco Antonio Petit, na qual falou sobre a casuística ufológica da Serra da Beleza, aqui no estado do Rio, confirmando o que eu havia presenciado meses antes naquele local. Paralelamente ao trabalho com o general Uchôa, fiquei muito satisfeito com a abertura do tema feita pela então revista Ufologia Nacional & Internacional, quando passou a ser editada como PSI-UFO [Ambas foram precursoras da UFO, tendo a primeiro se fundido com a publicação Parapsicologia Hoje para formar a segunda].
Algum caso ufológico ao longo de sua trajetória de estudos o impressionou mais? Por quê?
Sim. Relatos e depoimentos particulares de pessoas abduzidas fora de seus corpos físicos me impressionam muito. Dos casos tradicionais da Ufologia Brasileira e Mundial, me encanta a profundidade da Operação Prato e da abdução de Betty e Barney Hill. A história de como surgiu o mapa estelar que Betty desenhou sob hipnose, a partir do que vira no interior da nave para a qual fora levada com seu marido, e que deu origem à conclusão de que se tratava do sistema estelar de Zeta Reticuli como procedência dos abdutores, foi realmente impressionante.
Contato sobrenatural
Muitos colegas da área acabaram tendo experiências diretas ou próximas com UFOs. Esse tipo de situação seria uma consequência natural do envolvimento desses investigadores com o tema ou as suas vidas já estariam programadas para ter uma interação com as inteligências por trás do fenômeno?
Acredito que a segunda assertiva está mais próxima da realidade. Embora esse pensamento seja de caráter estritamente pessoal, creio que o Fenômeno UFO, de acordo com a experiência de cada um, se apresenta sempre como o efeito de uma causa “agendada” anteriormente e que foge à nossa lembrança consciente. Também considero que no estágio atual da humanidade essa realidade, em termos de interação, esteja mais presente como um padrão no inconsciente coletivo, algo que nos une a uma realidade espacial já presente e não aceita, embora vivenciada de alguma forma por muitos.
Você teve uma experiência muito especial na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso (GO). Poderia descrevê-la?
Esse episódio daria um livro. Éramos três e estávamos acampados já de madrugada, com céu limpo, estrelado e sem Lua. Então, sentimos uma presença, percebida inicialmente pelo meu amigo ao lado. Ele caminhou pela escuridão da noite enquanto eu aguardava ansiosamente e tremendo de medo. Em dado momento ele me chamou aos gritos e fui tateando no escuro até sua presença. Meu amigo tremia muito, como se estivesse submetido a uma corrente elétrica, o que é muito comum em manifestações psicomediúnicas, especialmente quando se trabalha diretamente com outras consciências e realidades existenciais alternativas.
O que ocorreu então?
Ele me pediu para segurar sua mão e passei a sentir o mesmo estado vibracional que ele sentia e a ver o mesmo que ele estava vendo. Era uma silhueta que foi tomando forma de um ser de aproximadamente 2,3 m, do tipo nórdico tradicional, louro e com macacão prateado, cuja vibração só nos fez exaltar as emoções. Ao mesmo tempo, porém, estávamos perfeitamente conscientes para compreender em nossos cérebros e almas o propósito de tal experiência, especialmente com sua vigilância, sem interferência direta,ligada, entre outras coisas, à expansão da consciência humana e à transição planetária.
Como esses acontecimentos influenciaram sua percepção da realidade?
Tudo foi se transformando ao longo do tempo, embora minhas convicções pessoaisjamais separassem Ufologia de Espiritualidade. Como já disse, comecei passo a passo a investigação casuística, tendo o privilégio de compartilhar os conhecimentos de mentes brilhantes, como as do general Uchôa e de Irene Granchi. Uma coerentefusão de um contexto com o outro. Com o passar do tempo, fui percebendo progressivamente uma realidade mais profunda dentro do Fenômeno UFO, que por vezes nos “puxa o tapete”, nos fazendo expandir nossa consciência e rever nossos conceitos.
Acobertamentos e extremismo
O que você pensa da existência de um processo de acobertamento da presença alienígena dentro do programa espacial?
A meu ver, se existe um maciço acobertamento da presença alienígena na Terra desde sempre em nosso cotidiano — e mais veladamente ainda sobre o que acontece nos oceanos, praticamente sem testemunhas —, o que dizer então sobre o que acontece em missões espaciais? Não apenas isso, mas o que dizer sobre a preparação, especialmente a psicológica, que sabemos ser realizada com os astronautas para lidarem com qualquer eventualidade, inclusive o contato com extraterrestres no espaço? Para mim, seria estranho se assim não fosse. Dentro do programa espacial é bastante evidente a interação com outras civilizações e tecnologias. Um exemplo disso foi o mergulho na pesquisa ufológica que fizeram autoridades do próprio Terceiro Reich alemão durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, sua herança científica absorvida pelos Estados Unidos e União Soviética sobre modelos de propulsão de foguetes, tão evidentes em textos de civilizações antigas. O voo da Apollo 11, por exemplo, foi resultado de pesquisas sobre a cultura do Antigo Egito.
Mesmo assim, algumas pessoas defendem que os norte-americanos nunca chegaram à Lua e que tudo não teria passado de uma produção com efeitos especiais para iludir todo o mundo. O que você acha disso?
Existem muitas situações que são realmente manipulações claras feitas pelos poderes para controle da sociedade, que insiste em não acordar de seu sono letárgico — mas o “pão e circo” de hoje é muito mais elaborado. Acredito em algumas pessoas que, corajosamente, alertam e combatem tal controle e a política de acobertamento. Por outro lado, também há extremismo de quem quer aparecer e não tem nada para fazer. Esses inventam situações mirabolantes que carecem de argumentos e comprovações e chegam ao ridículo, como é o caso dos que afirmam que a viagem do homem à Lua foi uma farsa. O fanatismo, em geral, com ideias e atitudes radicais, tanto para o ceticismo quanto para a extrema credulidade, estão muito distantes do equilíbrio e do bom-senso.
Os conhecimentos ocultos desses povos, como a Cabala, salvaguardada primorosamente pelos hebreus, nada têm de religiosos. São de natureza científica a nível cósmico, pois tratam da verdadeira natureza do universo e do ser humano, na Terra ou em outro lugar.
Você falou da União Soviética, onde o acobertamento ufológico foi muito forte no passado. Lá, um dos fatos mais polêmicos foi a explosão de Tunguska, em 1908, cujos estudos foram realizados na época do regime comunista. Qual sua opinião sobre o caso?
Mesmo atualmente, com a abertura em todos os sentidos que se vê na Rússia, existe a possibilidade de muita coisa ter acontecido e ainda acontecer sem que tenhamos conhecimento imediato, em vista de interesses políticos, da vastidão do território do país e de seu clima extremo — somente algo monumental mobilizaria a todos em qualquer tempo. Foi o que aconteceu em Tunguska, cujas pesquisas, em princípio, se apresentam inconclusivas. O efeito devastador do episódio seria relativo ao impacto de um cometa ou asteroide. Todavia, o resultado das investigações relacionadas ao estado do solo, à radiação e ao estado final nas inúmeras árvores inclinadas parece invalidar a teoria do impacto sideral.
O que você pensa que ocorreu lá?
Talvez se trate de algum efeito de origem espacial e de natureza extraterrestre. Eu, particularmente, tenho certeza de que sim, mas tudo o que for dito a respeito não passará de mera especulação, a menos que a Rússia se disponha a revelar algo substancial sobre as pesquisas realizadas até hoje no local. Para mim, se ainda existe tanto mistério a respeito da explosão em Tunguska, pode se tratar do primeiro caso de acobertamento da história da Ufologia.
Novo ciclo da humanidade
Com relação à Ufoarqueologia, existe algum tema em especial que o mobiliza?
Sim. Além das civilizações antigas em geral e de sua ligação com inteligências de fora deste mundo, especificamente o Antigo Egito em todos os seus aspectos, tem me despertado bastante interesse uma região bem próxima a Tiahuanaco, na Bolívia, perto do Lago Titicaca, denominada Puma Punko. Essa área apresenta monólitos interessantes com cortes perfeitos e sem marcas microscópicas. No caso da diorita, a pedra mais dura que existe, há lá peças com entalhes magníficos feitas nesse material. E se a tecnologia necessária para produzi-las é impensável atualmente, imagine então para civilizações que datam de um período bem anterior ao das próprias pirâmides. Os arqueólogos nos apresentam ferramentas ridículas, pertencentes àqueles povos, que não conheciam nem a roda, para justificar sua construção. Como eles poderiam usar tais precários instrumentos para erguer aquele complexo? Impossível! É o mesmo que acontece quando nos tentam fazer engolir disparates sobre o Egito em geral e sobre as pirâmides, em particular.
Como estudioso de várias civilizações antigas, como você percebeu a questão de 21 de dezembro 2012, data supostamente ligada a várias delas e marco para alegados transtornos no planeta, que não ocorreram?
Existiram muitos erros de interpretação e análises equivocadas do Calendário Maia e de seus mitos. Não sou especialista no assunto, mas conheço o suficiente para lamentar. Combati a onda de sensacionalismo e fomentação do medo que aconteceu. Ora, os maias jamais falaram em fim de mundo. O que acontece é que sua concepção de tempo em ciclos é diferente da nossa — para eles, o tempo funciona como uma consciência viva. O alerta era para que não se repetisse o que já havia acontecido no passado da humanidade. A verdadeira previsão, conforme revelamos em inúmeras palestras, afirmava um novo ciclo a partir do final de 2012, culminando com uma abertura de consciência e de valores por parte da humanidade, desde que fosse essa a sua escolha. E como tudo no universo, o processo é paulatino, embora já se tenha iniciado antes do fim e 2012. Estamos adentrando uma nova linha de espaço-tempo, mais feliz. Resta saber quem irá querer adentrar essa nova faixa vibracional. Tudo será sempre uma questão de escolha…
Agora que previsões catastróficas não se realizaram, o que acha que vai acontecer?
Assim como já aconteceu por volta dos anos 1000, 1999, quando houve boatos sobre o eclipse de Nostradamus associado ao bug do milênio, em 2000, e da mesma forma que ocorreu quanto ao ataque às Torres Gêmeas, em 2001, a humanidade, em sua maior parte, sempre estará ligada a determinadas profecias apocalípticas e se preparando para o fim. Em todas as culturas antigas existem profecias e escrituras mencionando a extinção e o recomeço da espécie humana. Nada disso é pura fantasia. Falam de reinício e de grandes transformações e, sob essa ótica, vivenciamos um processo de reestruturação do planeta que, tal como no passado, se renova agora.
O que você espera para o futuro?
Que talvez a humanidade apresente uma manifestação relativa a alguma lembrança ancestral já vivenciada. Assim como as interpretações para lá de equivocadas sobre o Calendário Maia, outra “bola da vez” em breve aparecerá. Acredito que estará relacionada à colisão de algum cometa ou asteroide, mais especificamente ao asteroide Apophis, que passará perto da Terra em 2025 e poderá voltar, dependendo das interações gravitacionais, em 2036, de forma ainda mais perigosa. Os arautos do Apocalipse sempre existirão enquanto existir quem lhes dê ouvidos e mídia. Espero que até lá a Ufologia seja cada vez mais esclarecedora e contribua ainda mais para a inter-relação com as civilizações do espaço no caminho de uma humanidade mais unida e consciente de seu papel na galáxia e no universo.Esse é meu desejo, minha expectativa e penso que devemos trabalhar por isso.
O que é a Cabala e de que forma ela influencia nossa vida cotidiana?
Palavra com origem hebraica, Cabala significarecepção. Escrita das mais variadas formas, é uma sabedoria que investiga a naturezadivina praticada por várias escolas esotéricas desde a Antiguidade até o presente, em todo o mundo.
Cabalaé também o nome de umaciência ocultaligada ao Judaísmo, cujo significado também se relaciona com as palavras trama,intriga secreta,conspiração. Outras formas em que a palavra aparece são Kabbalah, Cabbalah,Kabala,Kabalah etc. Para evitar confusões com o sentido figurado, alguns estudiosos defendem que a pronúncia corretada doutrina filosóficaem portuguêsseja Cabalá, com tônica na última sílaba. Trata-se de um método esotérico que engloba um conjunto de ensinamentos relacionados a Deus, ao universo, ao homem, à criação do mundo, à vida e à morte. Para alguns autores, é uma mística esotérica judia que se fundamenta na revelação de Deus a Adão e a Moisés.
Árvore da Vida
Para outros, é uma escola de pensamento espiritual que tenta decifrar o conteúdo daTorá, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento da Bíblia, denominado Pentateuco pelos cristãos — estes acreditam que os segredos do universo foram revelados por Deus, de forma codificada, naqueles livros. A Cabala também é vista como uma filosofia de vida que ensina aos seus praticantes formas de superar obstáculos para evoluir e atingir a paz espiritual. Suas primeiras manifestações remontam aos primeiros momentos da era cristã, mas ela se desenvolveu particularmente entre os séculos XI a XVI e se transcreveu como doutrina em livros secretos como oZoharou O Livro do Esplendor, redigido na Espanha, no século XIII, e que contém os ensinamentos da Cabala e orienta os seus seguidores.
Um dos mais importantes símbolos cabalísticos é a Árvore da Vida, representada por 10 esferas, sendo que cada uma reflete os aspectos de Deus dentro de cada pessoa: coroa, sabedoria, compreensão, compaixão, justiça, beleza, vitória, renovação, fundamento e reino. Ao longo dos séculos a Cabala foi transmitida oralmente a um número reduzido de discípulos — e ainda hoje seu estudo não é plenamente aceito em algumas vertentes do Judaísmo. Para a Numerologia, a cabala é osistema hebraico de interpretação bíblica por meio da combinação de letras do alfabeto. Mediante o valor numérico das letras hebraicas, suas combinações e anagramas permitiria ter uma interpretação esotérica das escrituras.
A Cabala se tornou popular quando começou a ser seguida por celebridades, como Madonna, Mick Jagger, Angélica e Luciano Huck. Mais adotada por modismo do que como disciplina norteadora de vida, a Cabala hoje é conhecida globalmente, mas poucos têm acesso ao seu verdadeiro significado. O que não sabem, por exemplo, é que a Cabala ensina que, a fim de podermos reclamar as dádivas para as quais fomos criados para receber, primeiro temos que merecê-las, e nós as merecemos quando nos envolvemos com nosso lado espiritual — o processo de transformarmos a nós próprios na essência.