Logo após a declaração de Peruíbe como a Capital Brasileira dos Discos Voadores, feita pelo editor da UFO A. J. Gevaerd ao lado de autoridades locais e de uma plateia numerosa, em 24 de junho, no XII Encontro Ufológico de Peruíbe, a gravação do pronunciamento foi publicada nas redes sociais da revista, em especial o Facebook. Isso gerou grande agitação na Comunidade Ufológica Brasileira, por um lado aplaudindo a “nomeação” de Peruíbe, mas, por outro, desaprovando tal ação.
Entre os que desaprovaram — um grupo imensamente menor do que os que aplaudiram — estavam pessoas que gostariam de ver outras cidades receberem tal título, como Colares, no Pará, Varginha, em Minas Gerais, e Ipuaçu, a “terra dos agroglifos” de Santa Catarina. “Que critérios foram usados para se definir Peruíbe como a Capital Brasileira dos Discos Voadores?”, questionou, por exemplo, José Carlos Gomes, de Belém. “Que direito tem a Revista UFO de declarar esta ou aquela cidade como Capital Brasileira dos Discos Voadores?”, perguntou Amélia de Barros, de São Paulo.
Cenário ufológico nacional
Bem, a verdade é que qualquer cidade pode reivindicar para si o título que foi “dado” a Peruíbe, pois não existe uma autoridade ou um órgão que controle ou determine isso. Mas o fato é que nem Varginha, nem Ipuaçu, nem Colares — e nem mesmo várias outras cidades aludidas como potenciais candidatas ao título — jamais o reivindicaram em qualquer momento. “Peruíbe, por sua vez, há mais de uma década, vem fazendo imensamente mais pela Ufologia Brasileira do que todos os outros citados municípios juntos”, disse Gevaerd para responder à polêmica.
O editor de UFO conhece bastante bem o cenário ufológico nacional para ter tomado a decisão, e se explica. Foi ele quem mais expôs, no Brasil e no exterior, a realização pela Aeronáutica da Operação Prato e seus resultados, em 1977, que fez de Colares, onde ela ocorreu, uma das cidades mais conhecidas da Ufologia Mundial. Gevaerd é o ufólogo do país que mais esteve em programas de TV brasileiros e estrangeiros, como os da Rede Globo, History Channel, NatGeo, Discovery Channel etc, falando de Colares. “Mas Colares, mesmo com toda a publicidade que recebeu, nunca fez nada para reconhecer sua importância nesta área”, lastima o editor. Em várias ocasiões a UFO esteve em Colares e propôs aos seus governantes realizar eventos lá, sem sucesso.
Falta de reconhecimento oficial
Também foi Gevaerd quem apresentou Ipuaçu à Comunidade Ufológica Brasileira ao ser o único ufólogo, durante vários anos, a pesquisar os agroglifos que passaram a surgir lá desde 2008, e que recorrentemente acontecem no entorno do município catarinense — e é justamente o editor quem mais faz pesquisas e conferencistas a respeito dos fenômenos de Ipuaçu em qualquer ambiente, no Brasil e exterior. “E, tal como Colares, Ipuaçu nunca fez um reconhecimento oficial de sua importância para a Ufologia Brasileira e Mundial, como tantas vezes sugeri às autoridades locais”, também argumenta o editor.
Por fim, nenhum veículo de comunicação nacional publicou mais artigos sobre Varginha do que a Revista UFO, que, inclusive, lançou dois livros sobre o Caso Varginha, que deu fama à cidade, um do advogado local e ex-coeditor Ubirajara Franco Rodrigues e duas edições de Varginha: Toda a Verdade Revelada, do atual coeditor da Revista UFO Marco Antonio Petit. Portanto, por tudo isso, a resposta para a pergunta de Amélia de Barros — “Que direito tem a Revista UFO de declarar esta ou aquela cidade como Capital Brasileira dos Discos Voadores?” — parece estar respondida.