Estudo observou 69 sistemas binários com o Telescópio Espacial Spitzer. Cerca de 40% dos objetos estudados tinham disco de poeira ao redor. George Lucas não viajou na maionese quando decidiu que Tatooine, mundo de Luke Skywalker na saga cinematográfica “Star Wars” (“Guerra nas Estrelas”), deveria ter dois sóis. Cientistas acabam de mostrar que planetas com duas ou mais estrelas devem ser comuns no Universo, mesmo quando esses sóis estão muito próximos uns dos outros.Os resultados são baseados num estudo de 69 sistemas binários observados com o auxílio do Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa.
Vale lembrar que, a despeito da descoberta, os cientistas ainda não localizaram Tatooine (nem a tal “galáxia muito distante”, para começo de conversa). Aliás, eles não viram planeta nenhum. O que o grupo observou foi um disco de poeira ao redor dessas estrelas estudadas. “Para que esse disco de poeira esteja lá, o que nós presumimos é que ele seja formado por colisões. Para ter colisões, deve haver asteróides e cometas. Se há asteróides e cometas, pode haver também planetas. Mas nós não temos como saber se eles estão mesmo lá”, disse ao G1 David Trilling, da Universidade do Arizona em Tucson, autor principal do estudo que deve sair neste domingo (1°) no periódico científico “Astrophysical Journal”.
A despeito da não-detecção de planetas nesse estudo, a implicação, extraída dos modelos de formação planetária, é clara: aparentemente, não há dificuldade para que esses corpos surjam em estrelas binárias. As estrelas estudadas pelo grupo de Trilling já são relativamente velhas, com 1 bilhão a 2 bilhões de anos de idade. “Outros estudos já haviam visto discos em estrelas binárias próximas mais jovens”, relata Trilling. “Então, nosso achado não foi uma total surpresa. O que foi surpreendente foi o número de estrelas que possuem esses discos”.
Cerca de 40% dos astros estudados possuíam um disco de poeira ao seu redor – taxa mais alta do que a encontrada em sistemas simples (compostos por uma única estrela), como o Sol. Esses sistemas aparentemente vêm em dois tipos: um em que as estrelas estão razoavelmente separadas, e um disco de poeira circunda uma delas; outro, em que as estrelas estão bem juntas, e o disco de poeira surge ao redor de ambas.