“As chances de que exista vida neste planeta são de 100%“, afirma Steven Vogt, um dos autores do trabalho publicado na revista científica Astrophysical Journal. Essa é uma frase que certamente poucos esperavam ser pronunciada por um cientista, classe que normalmente se manifesta com redobrada cautela diante de descobertas extraordinárias.
O novo mundo é o sexto descoberto em órbita de uma estrela conhecida, a Gliese 581, uma anã vermelha situada a 20 anos-luz de nós e que já concentrou as atenções do mundo em abril de 2007, quando da descoberta da “super-Terra” Gliese 581c. Este foi capa inclusive de conhecidas revistas semanais, e um dos temas abordados no artigo Ufologia e os Avanços da Astronomia, em UFO 146.
O planeta agora descoberto, Gliese 581g, tem uma massa entre 3,1 e 4,3 vezes a da Terra, um raio 50% maior que o de nosso mundo, e está muito próximo de sua estrela. Em razão disso, seu ano dura apenas 36,6 dias terrestres. Os cientistas especulam que, tão próximo do astro central, o planeta deve manter um hemisfério constantemente voltado para este, da mesma maneira que a Lua faz com relação a Terra.
O lado iluminado seria então bem mais quente, e o lado escuro muito mais frio. Contudo, os astrônomos afirmam que correntes de ventos na atmosfera equilibariam as temperaturas, e a faixa entre luz e penumbra seria habitável. A distância entre o planeta e a estrela é apenas 14 por cento da que separa a Terra do Sol. Gliese 581 é uma anã vermelha, e por isso sua zona habitável, onde um planeta poderia ter água líquida na superfície, é muito mais perto da estrela que em nosso sistema.
O método utilizado foi o da velocidade radial, onde as oscilações no movimento da estrela, produzida pelo “puxão” da gravidade dos planetas em órbita, foram medidas ao longo de muito tempo, 11 anos neste caso. O grupo de astrônomos descobriu também o planeta Gliese 581f, um gigante gasoso na orla exterior do sistema, trabalhando com telescópios baseados em terra. Eles são ligados ao Lick-Carnegie Exoplanet Survey, com apoio da Fundação Nacional de Ciências e da Agência Espacial Norte-Americana (NASA).
Vogt ainda comentou que pode haver uma grande variedade de formas de vida no planeta, dependendo se evoluíram tendo como preferência o calor ou o frio. Gliese 581g deve ser um planeta rochoso com gravidade menos de duas vezes maior que a nossa, e temperaturas na faixa entre menos 31 e 12 graus Celsius. Ainda devem ser realizadas mais pesquisas a respeito.
O outro mundo que cai na zona habitável, Gliese 581c, descoberto em 2007, tem raio 1,5 vezes maior que o da Terra, e massa cinco vezes maior. Há acirrados debates quanto a esse planeta ser ou não habitável, e com o achado do mundo vizinho, as atenções se voltarão novamente para essa intrigante anã vermelha.
Foi realizado inclusive um esforço para enviar mensagens para o sistema de Gliese 581 [Seção Mundo Ufológico, UFO 151]. E sem dúvida vale lembrar outra informação importante, a idade estimada dessa anã vermelha, que está entre 7 a 9 bilhões de anos. Praticamente o dobro de nosso próprio sistema. Anãs vermelhas são muito mais estáveis e longevas que estrelas amarelas como o Sol, e esse tempo sem dúvida é mais que suficiente, inclusive para o desenvolvimento e evolução de seres inteligentes.
Segundo os autores do estudo, as descobertas em Gliese 581 sugerem que a proporção de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea, onde existem planetas habitáveis, pode ser muito maior do que anteriormente se pensava. A galáxia possui entre 200 e 400 bilhões de estrelas, e se apenas 20 por cento destas tiverem ao menos um planeta habitável, então haveria entre 40 a 80 bilhões de mundos onde existe vida. E entre estes, certamente outros muitos planetas com civilizações, incluindo, possivelmente, os mundos de nossos visitantes.
Leia também: