Em 1978, um caso trágico também aconteceria do outro lado do mundo, na pacífica costa sul da Austrália. No dia 21 de outubro, o piloto civil Frederick Paul Valentich decidiu realizar um vôo para tratar de assuntos particulares com seu Cessna 182-L. Ele partiu do Aeroporto de Moorabbin, no Estado de Victoria, com destino a Ilha King. Seu avião decolou às 18h19 e o vôo todo não levaria mais que 90 minutos. Mas quando Valentich passava sobre o Cabo Otway, por volta das 19h00, o piloto comunicou para a torre que estava observando estranhas luzes alguns quilômetros à sua frente. O controlador de vôo disse desconhecer o que se tratavam, mas ambos continuaram em contato por exatamente 53 minutos – até Valentich fazer silêncio e depois desaparecer sem deixar nenhum vestígio. “Meu filho está vivo e foi levado por ETs para outro planeta. Acredito que um dia ele voltará, mas não sei se ainda estarei vivo para ver isso”Guido Valentich, pai de Frederich Valentich (foto),o piloto australiano tragado por um disco voador em pleno vôo, em 1978.
Após muita insistência por parte da família do piloto e da imprensa mundial, a fita da conversa entre o piloto e o controlador foi liberada pelo Departamento de Transportes da Austrália, mas com alguns cortes. Na conversa, o piloto dá maiores detalhes do estranho objeto que observou, antes de desaparecer misteriosamente. Na manhã seguinte, a Força Aérea Real Australiana (RAAF) começou as buscas ao avião, que duraram cinco dias. Uma enorme equipe cobriu cerca de 8.000 km2 de mar e terra procurando por qualquer tipo de vestígio, mas nenhum foi encontrado. Valentich e o Cessna sumiram em pleno vôo. Seu pai, Guido, em recente depoimento a uma tevê da Nova Zelândia, acredita que seu filho ainda esteja vivo e foi levado por uma nave extraterrestre para outro planeta. “Acredito que um dia ele voltará, mas não sei se ainda estarei vivo para ver isso”, disse. Por alguma razão desconhecida, parece que em 1978 os UFOs estavam interessados naquela região do mundo, perto do continente australiano.
Em 30 de dezembro, um avião de carga Argosy decolou do Aeroporto de Wellington, na Nova Zelândia, levando a bordo uma equipe de reportagem da rede de tevê australiana Channel 0, devidamente aparelhada para registrar UFOs que já vinham sendo relatados por várias testemunhas naquele local. O ponto de concentração das observações era o Estreito de Cook, que separa a ilha norte da do sul no país. O piloto e o co-piloto do Argosy foram os primeiros a avistar uma formação de cinco objetos voadores não identificados, que foram detectados também pelo radar. Os UFOs estavam sobrevoando a cidade de Kaikoura e quando a equipe de tevê se dirigiu à cabine de comando o piloto foi comunicado pela torre de controle que um daqueles objetos o estava seguindo. O comandante deu uma volta de 180º com o avião e todos puderam então observar uma luminosidade enorme e brilhante que se aproximava da aeronave. Com uma filmadora manual, o cinegrafista conseguiu obter boas imagens do objeto, que depois desapareceu. O avião aterrissou em seguida em Christchurch para apanhar o jornalista Dennis Grant, que se juntou ao grupo. Em seguida o Argosy decolou outra vez, já na madrugada de 31 de dezembro, e logo no início desse segundo vôo todos puderam observar dois objetos estranhos – um deles desceu abruptamente cerca de 300 m, deixando atrás de si uma espécie de neblina luminosa. Todas as manobras foram detidamente acompanhadas pelos radares de terra.
Em 08 de fevereiro de 1982, tivemos em nosso país o famoso incidente com o vôo 169 da companhia paulista VASP, que partiu de Fortaleza (CE) com destino a São Paulo e escalas em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Ao decolar e durante todo o trajeto do vôo o tempo estava bom e o céu, claro. A viagem era feita com o Boeing 727 de prefixo PP-SNG, pilotado pelo comandante Gerson Maciel de Britto, então com 26 mil horas de vôo. O Boeing partiu por volta 01h50 daquela madrugada e quando sobrevoava a cidade de Petrolina, no sertão de Pernambuco, Britto observou um ponto luminoso à esquerda da aeronave. O comandante entrou em contato com a torre, tentando saber que avião seria aquele, e descobriu que não havia qualquer tráfego aéreo conhecido nas proximidades. O piloto então sinalizou com os faróis do Boeing e diminuiu a iluminação da cabine para poder observar melhor aquilo, ainda achando que se tratava de um avião não identificado. Manobras ArriscadasO UFO continuava voando próximo ao avião, realizando evoluções que eram notadas pelo comandante e toda sua tripulação. A noite estava clara e as condições eram perfeitas para o avistamento, fato que permitiu que Britto também identificasse a Lua e o planeta Vênus, e tivesse certeza de que estava testemunhando um objeto voador de origem extraterrestre.
O comandante pôde ainda ver que o objeto mudava de cor, do vermelho para um laranja, sendo que seu centro era branco-azulado. Outro detalhe que chamou sua atenção foi a forma como o UFO se deslocava no ar. “Ele ficava passando ao lado e por baixo do Boeing, como se estivesse brincando com o avião”, disse Britto em entrevista à Revista Ufo. Paciente e cauteloso, o comandante continuava tentando confirmar com os controladores de vôo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília (DF), o que poderia ser aquele objeto. Mas a resposta era sempre a mesma, a de que não estava sendo registrado nada pelos radares naquele instante.As tripulações de outras duas aeronavesUma da Aerolíneas Argentinas e outra da Transbrasil – também confirmaram o contato visual com o objeto. Britto então continuou sinalizando seguidamente para o objeto, em busca de alguma resposta.
Próximo a Belo Horizonte, finalmente teve uma resposta positiva do Cindacta, confirmando que seus radares detectavam o UFO. Com essa informação, o comandante fez algo corajoso e inédito: acordou seus passageiros, explicou a situação e pediu-lhes que testemunhassem o objeto ao lado da aeronave. Todos também puderam observar as manobras do objeto, que só se afastou do Boeing quando esse já se preparava para pousar no Rio de Janeiro. A passageira Silézia Del Rosso conta que o objeto brilhava “como uma lâmpada de mercúrio, como essas de postes de iluminação”. Todos a bordo disputaram por várias horas, sem pânico, as janelas à esquerda do avião para observarem melhor o UFO – todos exceto duas personalidades religiosas que estavam no vôo, dom Aloísio Lorscheider, cardeal arcebispo de Fortaleza, e um assessor. Quando questionado por um passageiro por que não queria ver o objeto, dom Aloísio respondeu que não se interessava por “essas coisas”. Sua atitude foi considerada lamentável pela Comunidade Ufológica Brasileira.
Wallacy Albino é coordenador do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS) e consultor da Revista UFO. Seu endereço é: Rua Manoel Fernandes Júnior 157, Jardim Ideal, 11410-110 Guarujá (SP). E-mail: geubs@uol.com.br.