A cidade de Varre-Sai, na região noroeste do estado do Rio de Janeiro, foi sacudida por um fenômeno insólito no final da tarde de 19 de junho. Eram 17h30 quando o agricultor Germano da Silva Oliveira viu algo desconhecido cair do céu. Ele ouviu um estrondo, similar ao de uma aeronave quebrando a barreira do som, e ao olhar para cima deparou-se com um objeto avermelhado que deixava um rastro de fumaça.
Apenas no dia seguinte ele encontrou coragem para ir até o local da queda, em uma plantação distante não mais de 50 metros de sua casa, em Santa Rita do Prata. Germano encontrou então um estranho pedaço de rocha, medindo cerca de 11 centímetros e pesando 580 gramas. Levou o achado até a Escola Municipal Elídio Valentim de Moraes, onde a professora de geografia Filomena Ridolphi se deu conta da importância do objeto.
Trata-se de um meteorito do tipo condrito, que de acordo com pesquisadores é um tipo de rocha que não sofreu alterações desde a formação de nosso sistema solar. Pesquisadores do Museu Nacional, ligados a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da Universidade Estadual do Norte Fluminence (UENF), em Campos, atestaram a importância da descoberta, que pode ajudar a entender os mecanismos de formação planetária.
Outros três pedaços do meteorito já foram descobertos, inclusive na cidade vizinha de Guaçuí, já no estado do Espírito Santo. Pessoas têm aparecido na região a fim de procurar outras porções do corpo, e a prefeitura de Varre-Sai pretende comprar a rocha encontrada por Germano pela quantia de R$ 18.000. O prefeito ainda oferece bicicletas de presente a quem encontrar mais fragmentos. Alguns especialistas falam que pode ter restado um pedaço de 20 kg do meteorito, ainda por ser encontrado, e que pode valer mais de 1 milhão de reais.
O fenômeno motivou todo tipo de comentário na pequena cidade, fazendo prosperar até mesmo histórias de discos voadores e do fim do mundo. Há pessoas rezando a fim de prevenir o apocalipse, enquanto prosseguem nas buscas pela pedra de um milhão. O prefeito defende a construção de um observatório e um museu espacial, e afirma que 600 pessoas de diversas partes do Brasil, e até mesmo do exterior, já passaram por Varre-Sai procurando pedaços do meteorito, fazendo o comércio e os hotéis da cidade comemorarem graças ao grande movimento.