Os cinzas descritos em tantos relatos seriam mesmo humanóides? E o que as testemunhas observam são de fato equipamentos utilizados por eles? Para tentarmos entender a questão, façamos um paralelo com o que há de semelhante em nossa civilização e com nossos avanços tecnológicos atuais. Assim se verá que um “pulo tecnológico” em nosso futuro poderia nos tornar muito parecidos com um alienígena do tipo cinza. Comecemos, então, pelo que dá a esses seres seu nome, sua pele. Será ela mesmo uma pele? Ora, mesmo aqui, em nosso mundo relativamente atrasado sob o ponto de vista tecnológico, sabemos que a exploração de determinados ambientes requer certos cuidados.
Usamos roupas especiais para lidar com materiais radioativos, super-aquecidos, biologicamente ativos e mesmo tóxicos. Mesmo um mergulho de recreação, para ser seguro, requer o uso de macacões de neoprene, uma espécie de polímero semelhante à borracha. Estudiosos de atividades vulcânicas usam uniformes que têm em sua composição o amianto, uma substância que isola calor. Cientistas que trabalham com material biológico de alta periculosidade também precisam da proteção de tecidos especiais. E até desportistas têm hoje, ao seu dispor, roupas com fibras especiais e superventiladas.
Assim, numa dedução simples, é possível que justamente aquilo que dá nome para esta espécie de visitante espacial, sua pele de cor cinza, possa ser apenas uma vestimenta. Some-se a isso o fato de que hoje, para quase tudo que precisamos fazer, necessitamos de um computador por perto. Ele é nossa ferramenta básica, que mais que cálculos e operações matemáticas, nos ajuda a medir o ambiente a nossa volta, a analisar o ar, a tomar decisões, a estabelecer comunicação etc.
O computador tem atualmente os mais variados formatos e empregos, e não é mais aquela simples caixa ao lado de uma tela semelhante a uma tevê. O uniforme dos astronautas, chamado de traje extraveicular (EVA), é um exemplo perfeito do emprego de um determinado conjunto de tecidos especiais com computadores de formatos e funções variadas. Esse traje permite aos astronautas fazerem passeios no espaço em total conforto e segurança. Os tecidos que o compõem os mantêm a salvo de temperaturas extremamente altas ou baixas, e os computadores neles embutidos lhes fornecem informações e soluções para as mais diversas situações.
Está certo que este traje ainda é demasiadamente pesado, extremamente desajeitado, muito limitado e de uso complicado. Mas ele está sendo cada dia mais aperfeiçoado. Os trajes do passado eram ainda mais problemáticos, e certamente os do futuro serão inimaginavelmente mais práticos, ao serem desenvolvidos com novas pesquisas. Aliás, pesquisas avançadas já estão sendo capazes de produzir chips de computador que podem ser inseridos diretamente no tecido do traje, estando em contato com a pele ou órgãos dos astronautas. Por exemplo, foi desenvolvida uma técnica que permite a impressão de circuitos eletrônicos em pano, que será inicialmente aplicada para criar teclados para computadores de bolso. No futuro também será possível construir todo o circuito de um computador em uma roupa, bastando conectar os periféricos a ela.
Aliado a isso, temos outras pesquisas que estão transformando os coletes à prova de balas policiais em peças cada vez mais leves e resistentes. E novas fibras sintéticas permitem confeccionarmos tecidos capazes de nos proteger da radiação e do calor, que passariam tranqüilamente por uma vestimenta do dia a dia. Junte-se esses dois conceitos – uma roupa resistente e protetora, fina como a seda e integrada a um computador com todas as características de nossos atuais PCs, inclusive com a possibilidade de ligação em rede – e imagine isso daqui algumas décadas, no ritmo frenético com que temos alcançado sucessivos avanços tecnológicos. E agora voltemos aos nossos cinzentos visitantes.