Para Michal Kobusiewicz, foi neste período que o homem fez as invenções que mudaram sua vidaVARSÓVIA – O homem, consciente de sua existência e atos, surgiu há cerca de 60 mil anos na África, afirma o professor Michal Kobusiewicz, do Instituto de Arqueologia e Etnologia da Academia Polonesa de Ciências. Em artigo publicado nesta sexta-feira pelo jornal Rzeczpospolita, Kobusiewicz afirma que há 60 mil anos o ser humano fez uma série de invenções que mudaram de maneira radical sua forma de vida. “Inventou, antes de tudo, muitas ferramentas com as quais podia melhorar suas condições de vida, e substâncias com as quais podia pintar, inclusive seu corpo”, explica o professor. Nesse mesmo período apareceram também símbolos desenhados pelo homem, figuras geométricas e sinais gravados nas rochas e objetos de madeira e osso, acrescenta.
Kobusiewicz destaca que os cientistas interpretam esses “rabiscos” como as primeiras obras geradas por uma mente capaz de pensar de maneira abstrata. O professor polonês, que participou da expedição organizada na Tanzânia, na bacia do rio Loyiangalami, pelo professor John Bower da Universidade de Berkeley, opina que a descoberta de adornos confeccionados com casca de ovos de avestruz confirma essa hipótese. Todos esses indícios levam a pensar que o ser humano daquele tempo viveu uma transformação muito profunda em suas formas de pensar e começou a se perceber como um sujeito independente dos demais, como um indivíduo. Nessa nova forma de pensar, apareceu o “eu”.”Como arqueólogo, a minha opinião é de que foi exatamente esse o momento no qual nasceu o Homo sapiens do qual nós somos descendentes diretos”, diz Kobusiewicz.