Para compensar uma futura escassez de energia cósmica causada pela expansão acelerada do universo, uma civilização super avançada poderia reunir estrelas, capturar sua energia e trazê-la para sua casa, disse o astrofísico teórico Dan Hooper através do arXiv.org.
É uma ideia tímida propondo resolver um dilema em um futuro tão distante que os seres humanos dificilmente conseguem vislumbrar: daqui a 100 bilhões de anos, cada canto do universo será abandonado como se estivesse em uma ilha cósmica. O futuro universo inacessível. “Estaremos neste lugar muito escuro e solitário, onde não poderemos ver outras galáxias”, diz a astrofísica teórica Katie Mack, da North Carolina State University, em Raleigh. Esse isolamento é graças a uma misteriosa “energia escura” que está fazendo com que o universo se expanda cada vez mais rápido, salienta Mack.
As sociedades avançadas podem ser capazes de aproveitar a energia das estrelas, envolvendo-as com estruturas hipotéticas gigantes, chamadas esferas de Dyson. Mas a expansão eventualmente tornará impossível alcançar as estrelas fora do território da civilização. Alienígenas que possuem tal tecnologia podem querer maximizar as reservas de energia enviando naves espaciais para recuperar estrelas antes que o isolamento cósmico se estabeleça.
A energia de cada estrela poderia ser capturada com uma esfera de Dyson, e essa energia seria então usada para impulsionar a estrela para casa.
O estudo não especifica exatamente como uma civilização poderia mover uma estrela, ou o que ela faria com a energia, uma vez capturada. É difícil especular sobre seres tão poderosos capazes dessas proezas extremas, diz Hooper. “Seria como pedir a um homem das cavernas para descobrir como funciona seu carro”, pondera ele.
A melhor opção seria se concentrar em estrelas que não são muito grandes ou muito pequenas, calcula Hooper. Grandes estrelas vivem pouco e morrem jovens, então durante as dezenas de bilhões de anos necessários para transportar as estrelas para casa, elas fracassariam. As estrelas menos massivas, por outro lado, não emitiam energia suficiente para alimentar sua própria propulsão; e elas não seriam capazes de superar a expansão do universo.
Não temos evidências de que tal civilização avançada exista, mas se os alienígenas estão colhendo estrelas, diz Hooper, isso não seria uma atividade sutil. Os cientistas podem ser capazes de detectar sinais das estrelas sendo impelidas pelo universo. Uma carência de certos tipos de estrelas em sítios cósmicos específicos também seria uma dica.
O astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, sugere, no entanto, que não seria necessário coletar estrelas porque a natureza já fez isso por nós. Grandes aglomerados de galáxias já são ricamente povoados de estrelas. Além disso, como os aglomerados estão unidos pela gravidade, eles permaneceriam intactos à medida que o universo se expandisse. Então, ao invés de melhorar sua galáxia natal, coletando estrelas, uma civilização poderia simplesmente passar para jardins mais verdes. “Você só precisa pular de um para o outro”, diz Loeb. Não importa o fato de que a viagem interestelar ainda nos seja possível pelos humanos.
Mack, da mesma forma, observa que o desenraizamento de um aglomerado de galáxias pode ser mais fácil para uma civilização, mas talvez eles tenham apegos sentimentais muito fortes à sua galáxia natal. De qualquer maneira, alienígenas não serão capazes de evitar uma escassez de energia espacial para sempre. Eventualmente, em cerca de 100 trilhões de anos, as estrelas vão parar de brilhar completamente. Reunir estrelas seria uma maneira de fazer o seu máximo, diz Mack, antes que todas as estrelas desapareçam e o universo esteja frio, escuro e vazio.
Fonte: Sciencenews.org, traduzido por Ana Carbone.
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