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Pandemia poderá ‘desligar’ a exploração de Marte por tempo indeterminado, diz NASA

O Programa de Exploração de Marte da NASA está em apuros calamitosos. Cortes no programa da proposta orçamentária do presidente Donald Trump para o ano fiscal de 2021 podem acabar com o conjunto de orbitadores da agência espacial, bem como com o Curiosity, seu único rover ativo em Marte, desde 2012

Laura Maria Elias

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Exploração humana em Marte, um sonho adiado
Créditos: Wonderfest

O Programa de Exploração de Marte da NASA está em apuros calamitosos. Cortes no programa da proposta orçamentária do presidente Donald Trump para o ano fiscal de 2021 podem acabar com o conjunto de orbitadores da agência espacial, bem como com o Curiosity, seu único rover ativo em Marte, desde 2012.

 O ano de 2020 começou prometendo ser o início de uma nova corrida espacial, com Marte ocupando um lugar de destaque nos planos de vários países. Mas, muito do que valia até o início de março já não vale mais agora.

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Com várias nações precisando realocar seus gastos e equilibrar seus cofres por conta dos gastandos com a pandemia de coronavirus, há cortes de todos os tipos e para todos os gostos e desgostos.

Nos Estados Unidos, se forem mantidas as previsões orçamentárias, várias missões que estão no Planeta Vermelho neste momento serão desligadas ou diminuídas, incluindo-se aí os orbitadores Mars Odyssey e Mars Reconnaissance. O primeiro opera no planeta desde 2001.

 

Mais cortes

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Rover Curiosity, em Marte. Crédito: NASA

Há também a possibilidade de reduzir os trabalhos do rover Curiosity assim que ele atingisse novos patamares em suas investigações científicas no Monte Sharp, na Cratera Gale. 

O déficit de financiamento encerraria o trabalho do veículo espacial no final do próximo ano, antes que ele possa explorar uma grande transição climática que houve em Marte e que se acredita estar gravada nas rochas mais altas da montanha.

O orçamento reduzido também afetaria a sonda Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN), reduzindo as operações científicas da missão a níveis mínimos. 

Orbitando Marte desde 2014, o MAVEN permite que os pesquisadores acompanhem a deterioração contínua da atmosfera do planeta – um processo que, bilhões de anos atrás, transformou Marte, que seria um mundo quente e úmido, para o atual planeta frio e árido atual.

 

Equilíbrio e pandemia

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Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária, à  direita
Crédito: NASA

Jim Watzin, diretor do Programa de Exploração de Marte da NASA, disse em uma reunião virtual que reuniu cerca de 100 cientistas, que o COVID-19 “teve um impacto no programa e no que fazemos”

Watzin estimou que cerca de três quartos ou do pessoal que trabalha diretamente no programa de Marte passaram para um local de trabalho virtual e que “ainda era muito cedo para prever com precisão os impactos que isso provocou”.

Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da NASA, explica que a cada ano o programa deve equilibrar metas e objetivos dentro das restrições do orçamento disponível. “O ano passado exigiu muitas decisões difíceis: investir no futuro, continuar o que estamos fazendo ou encontrar algum equilíbrio entre eles. Todas as organizações fortes fazem isso. A exploração de Marte não é diferente ”, diz ela.

 

Haverá perseverança?

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Rover Perseverance sendo montado. Crédito: NASA

A próxima missão da NASA em Marte – o veículo espacial Perseverance – está sendo preparada para uma decolagem em julho ou agosto. Com o objetivo de ser o ponto de partida para um ambicioso plano internacional de transportar amostras de material marciano de volta à Terra, o veículo espacial deverá pousar, em 2021, na Cratera Jezero, local onde o ambiente antigo é considerado favorável à vida microbiana. 

Lá, o robô com rodas coletará e armazenará em cache amostras de interesse astrobiológico, que aguardarão a recuperação por uma missão futura ainda não construída. Mas talvez isso também não aconteça, porque há cortes de financiamento.

“O processo de construção e lançamento do Perseverance tem um preço estimado em cerca de USD 2,4 bilhões. Isso é cerca de 300 milhões a mais do que a estimativa original da missão. E provavelmente serão necessários mais 300 milhões para operar o veículo espacial em Marte durante sua missão principal, que compreende um ano marciano”, explica Lori Glaze.

Os cortes orçamentários, feitos nos programas relativos a Marte, não se devem apenas à pandemia, mas a um conjunto de aspectos que unidos a ela, formaram a tempestade perfeita.

Fonte: Scientific American  

 

Assista, abaixo, um documentário sobre a exploração de Marte:

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