A clássica série de TV Arquivo-X [2001] foi uma das produções que enfocou a teoria dos deuses astronautas. O maior destaque na obra foi para a seqüência de episódios Anasazi [2005] – o último da segunda temporada –, Caminho da Cura [2005] e Operação Clipe de Papel [2003], em que os agentes Fox Mulder e Dana Scully descobrem arquivos escritos em língua navajo e que contêm todos os segredos ufológicos do governo norte-americano. Entrando em contato com os indígenas, os agentes descobrem que existiu, séculos atrás, uma nação chamada Anasazi, ou “Os Antigos Alienígenas”, que desapareceu misteriosamente. Em uma trama repleta de mistérios e reviravoltas, descobre-se a participação do pai de Mulder, William, na conspiração global para ocultar a existência dos alienígenas, e o acordo feito pelo governo dos EUA com cientistas alemães que serviram ao nazismo.
Já Stargate [2007] foi, de todos os universos da ficção, o que explorou com maior freqüência e melhores resultados a idéia de antigas visitas extraterrestres. O Portal Estelar, elo de uma rede de stargates que cobrem milhares de mundos apenas em nossa galáxia, seria produto de uma antiqüíssima civilização, chamada de Ancients, a primeira evolução da forma de vida humana – nós seríamos a segunda evolução humana, de acordo com a mitologia da série. Descobre-se que os velhos deuses egípcios eram, na verdade, maléficos alienígenas que se utilizavam de formas corrompidas de falsas religiões para escravizar humanos em outros mundos.
História oficial do Antigo Egito — Mas uma produção que gostaríamos de destacar aqui, por levar ao pé da letra as teorias de pesquisadores como Robert Bauval, Graham Hancock [Autor de O Mistério de Marte, livro à disposição no Shopping UFO desta edição] e outros, não é uma série de TV nem filme de cinema, mas uma história em quadrinhos. A DC Comics publica esporadicamente títulos na coleção Elseworlds, que aqui no Brasil recebeu o nome de Túnel do Tempo. Nela, artistas tomam liberdades como modificar a origem de heróis ou a época em que os mesmos atuam. A HQ que aqui nos interessa foi publicada em dois volumes ainda pela Editora Abril, em 2000, e tem o título Batman, O Livro dos Mortos.
Na trama, os pais de Bruce Wayne, alter-ego do herói, eram arqueólogos e não médicos, e foram assassinados diante do jovem Bruce por haverem descoberto elementos que alteram completamente a história oficial do Antigo Egito. Os Wayne haviam encontrado um cartucho ou amuleto de um antigo deus egípcio apagado da história. Esse amuleto é um círculo amarelo com um morcego negro em seu interior – símbolo que, anos mais tarde, inspiraria a criação de Batman. A história, nos tempos atuais, corre paralelamente aos fatos ocorridos há 14.000 anos, mostrando que os antigos deuses eram, na verdade, visitantes alienígenas que viveram entre os terrestres, construindo as pirâmides em um Egito coberto por selvas tropicais, e tendo sua base de operações em um continente desaparecido que só poderia ser a Atlântida.
Nos tempos de hoje, Bruce Wayne conhece a doutora Sheila Ramsey, que descobriu evidências que esse deus-morcego, de nome Nekhrun, foi apagado da história. Ela também explica a Bruce as ligações entre as pirâmides e as posições dos astros há quase 12.000 anos, que por sua vez estão nitidamente conectadas ao fenômeno da precessão dos equinócios, fenômeno é causado pela inclinação do eixo da Terra, que muda nossa observação dos céus do planeta em relação às constelações do zodíaco. Cada precessão dura 28.000 anos e a teoria é a de que, no ponto médio, a cada 14.000 anos, cataclismos ocorrem em nível global.
Cataclismos em nível global — No passado, tais cataclismos deixaram sinais que temos descoberto ao redor do globo nos últimos anos, incluindo evidências de um clima muito mais ameno na Antártida. O último teria coincidido com o final da última Era Glacial, há cerca de 12.000 anos, e provocado inundações globais que permaneceram na memória da humanidade, sendo depois descritas em incontáveis mitologias por toda a Terra. Aqui no Brasil, os índios tupinambás descrevem um tempo de escuridão e de grandes inundações. Existem relatos similares na China, e a Epopéia de Gilgamesh, da antiga Babilônia, tem a narração de um dilúvio muito mais antiga do que a bíblica.
Registros da Atlântida — Na HQ são mencionadas passagens reais da história recente, como a do engenheiro Rudolf Gantenbrink, que, em 22 de março de 1993, fez um robô de sua concepção subir pela passagem que sai da Câmara da Rainha, na pirâmide de Quéops, e descobriu a intrigante porta lacrada ao final da mesma. Também as profecias de Edgar Cayce, de que próximo ao final do século XX seriam achados os registros da Atlântida em uma câmara localizada poucos metros abaixo das patas da Esfinge, em Gizé. Pesquisas sísmicas de fato localizaram um compartimento desconhecido ali no final dos anos 90.
O que os proponentes da história oficial não puderam impedir foram as descobertas do egiptólogo Anthony West e do geólogo Robert Schoch, de que a esfinge sofreu séculos de erosão por água de chuvas torrenciais. Essa descoberta foi confirmada oficialmente pela União Internacional dos Geólogos, contrariando frontalmente a egiptologia oficial. Isso só poderia ocorrer de 14.000 até cerca de 8.000 anos atrás, quando Gizé ainda era coberta de florestas tropicais. Como as três grandes pirâmides estão alinhadas com as estrelas do Cinturão de Órion, as chamadas Três Marias, da forma como apareciam no céu há mais de 12.000 anos, isso também significaria que essas grandiosas obras foram construídas na mesma época, por um povo muito mais adiantado do que os antigos egípcios. E seriam, na verdade, grandes quebra-cabeças, que só seriam resolvidos quando a humanidade chegasse ao nível cultural e tecnológico adequado.
Contando, inclusive, com uma lista de obras de referência ao final de seus dois volumes, Batman, O Livro dos Mortos é uma história em quadrinhos cuja trama se baseia diretamente nas mais atuais teorias sobre a presença de extraterrestres no passado remoto. Uma ótima referência para a Ufologia.