O astrônomo soviético Nikolai Semenovich Kardashev e posteriormente o físico norte-americano Freeman Dyson, com base nas leis da termodinâmica e energia, criaram um sistema de categorias que ficou conhecido como Esquema de Classificação Kardashev, utilizado para ordenar e explicar possíveis civilizações extraterrestres com base na maneira pela qual elas produzem, consomem e reciclam a energia necessária para sobreviverem. O sistema tem quatro tipos básicos, dois hipotéticos e dois ficcionais. Vejamos:
Civilizações Tipo 0 — Seriam as que ainda utilizam métodos primitivos de produção de energia, baseados na queima de combustíveis fósseis, nucleares e alternativos. Esse tipo de civilização ainda manteria estruturas segmentadas de cultura, religião e também de política, não conseguindo livrar-se de seus conflitos raciais, preconceitos e guerras. Estão na iminência de se autodestruírem, antes de atingir uma situação tipo 1.
Civilizações Tipo 1 — São aquelas manipuladoras de 1016 W de energia, que dominaram todas as formas energéticas de seu planeta natal. Tais civilizações teriam a capacidade de modificar o clima, minerar os oceanos ou extrair energia diretamente do núcleo de seus planetas. As necessidades de uma raça desse tipo seriam tão grandes que precisariam utilizar os recursos potenciais energéticos de todo o seu globo. A utilização e gerenciamento de recursos nessa escala são de tal ordem que elas requerem um sofisticado grau de cooperação e comunicação entre seus habitantes. Isso significa que tal civilização já pode ser chamada de planetária, e a maior parte das lutas de idéias, conflitos religiosos, preconceitos e egos devem estar obrigatoriamente eliminados. Essa seria a regra básica para a evolução de tal tipo de civilização.
Civilizações Tipo 2 — Administram 1026 W de energia, tendo esgotado os recursos energéticos de seus planetas, devido a grande necessidade e demanda energética. Por isso, passaram a dominar a energia de sua estrela principal para obter o que necessitam. Dyson especula que construindo uma gigantesca esfera em torno do astro, ao qual orbitam, uma civilização desse tipo poderia utilizar sua produção total de energia. Também poderiam ter iniciado a exploração e colonização de sistemas estelares próximos.
Civilizações Tipo 3 — São manipuladoras de 1036 W de força e também teriam esgotado a produção energética de uma única estrela. Estariam agora precisando chegar a sistemas e aglomerados estelares próximos, para assim acabar entrando na classificação de civilização galáctica. Possuiriam tecnologia para explorar e obter energia de conjuntos de sistemas estelares por toda sua galáxia.
Extensões hipotéticas
Civilizações Tipo 4 — Utilizariam quantidades de energia da ordem de 1046 W. Civilizações desse tipo poderiam manipular núcleos de galáxias, quasares, buracos-negros e super clusters para obter energia. Também teriam o poder de manipular a vontade o quarto pilar da ciência: o espaço-tempo. Poderiam alargar, controlar e dominar os microscópicos “buracos de minhoca”, que conectam constantemente os múltiplos universos e dimensões, abrindo assim passagens entre eles. Conseguiriam administrar a chamada “matéria ou energia escura”, se descobrissem a real natureza da mesma.
Civilizações Tipo 5 — Controlariam quantidades de energia da ordem 1056 W, aproximadamente o poder energético de todo o universo conhecido.
Extensões Fictícias
Civilizações Tipo 6 — Raças desse tipo seriam capazes de manipular e extrair a energia de múltiplos universos.
Civilizações Tipo 7 — A essas civilizações seria possível gerar universos inteiros a partir de pequenas quantidades de energia e, assim, produzir recursos energéticos para seu próprio consumo.
Para se ter uma idéia, a famosa Federação dos Planetas, descrita na série de TV Jornada nas Estrelas, é composta de civilizações do tipo 2, a dos tecnológicos Borgs e dos misteriosos Qs. Também da mesma série seriam civilizações do tipo 3 e 4, respectivamente, sendo por isso temidas por civilizações tipo 1. O planeta Terra possui atualmente uma civilização tipo 0, em vias de se tornar uma de tipo 1, isto é, se sobrevivermos a nós mesmos.