O fenômeno das abduções alienígenas foi um divisor de águas dentro da Ufologia. Até que as notícias sobre o casal Betty e Barney Hill começassem a circular no começo dos anos 60, o que se sabia sobre os extraterrestres se resumia a avistamentos de naves e luzes e àquilo que diziam os contatados, ou seja, que os alienígenas eram bons e estavam aqui para evitar uma catástrofe nuclear. Mas as abduções mudaram radicalmente a maneira como pesquisadores e leigos olhavam para a “novidade dos discos voadores”, fazendo com que passassem a ver o fenômeno de maneira mais séria e preocupada.
O fenômeno das abduções alienígenas foi um divisor de águas dentro da Ufologia. Até que as notícias sobre o casal Betty e Barney Hill começassem a circular no começo dos anos 60, o que se sabia sobre os extraterrestres se resumia a avistamentos de naves e luzes e àquilo que diziam os contatados, ou seja, que os alienígenas eram bons e estavam aqui para evitar uma catástrofe nuclear. Mas as abduções mudaram radicalmente a maneira como pesquisadores e leigos olhavam para a “novidade dos discos voadores”, fazendo com que passassem a ver o fenômeno de maneira mais séria e preocupada.
No decorrer das décadas, muitas teorias e afirmações foram lançadas conforme os casos de abdução começavam a se multiplicar pelos Estados Unidos e pelo mundo. É importante que se saiba que, alguns anos antes do Caso Hill, tivemos aqui em nosso país a primeira ocorrência registrada de sexo entre alienígenas e humanos, no que ficou conhecido como Caso Villas-Boas. E mesmo que muitos aleguem que as abduções são algum tipo de fenômeno psicológico de massas, os Hill nada sabiam sobre o caso brasileiro quando contaram suas experiências.
Entre as teorias que surgiram para tentar explicar a razão porque seres de outros mundos estavam interessados em raptar e estudar os humanos, há aquelas que negam a existência do fenômeno em um extremo e aquelas que o aceitam em sua totalidade e sem questionamentos em outro — e entre essas duas pontas do espectro existe uma série de outras hipóteses que vêm as abduções com reserva, embora não as neguem, e outras que as justificam como sendo uma espécie de intervenção evolutiva que está sendo feita para o bem da humanidade. Nosso entrevistado desta edição não concorda com isso.
Cinco décadas de pesquisa
Autor de diversos livros sobre o assunto, o doutor David Jacobs, Ph.D., convive com o fenômeno há pelo menos 50 anos e é uma das mais respeitadas vozes quando se trata de abduções. Suas obras A Vida Secreta: Relatos Cientificamente Documentados de Casos de Sequestros por Alienígenas [Rosa dos Tempos, 1998], A Ameaça: Objetivos e Planos dos Alienígenas [Rosa dos Tempos, 2002] e o novíssimo Infiltrados: O Plano Alienígena de Controle da Humanidade [Biblioteca UFO, 2017] discutem o assunto de forma clara e profunda, sempre com base em pesquisas sólidas, informando aos leitores exatamente aquilo que foi levantado em suas investigações.
Professor e doutor em história americana e cultura do século XX na prestigiada Universidade de Temple, na Filadélfia, além de inúmeros outros títulos acadêmicos, Jacobs teve sua atenção atraída para o assunto a ler o livro Jornada Interrompida [Vozes, 1986], de John G. Fuller, que contava a história do sequestro do citado casal Betty e Barney Hill. Em 1973, o pesquisador terminou seu doutorado em história na Universidade de Wisconsin apresentando uma tese que causou grande alvoroço na época, já que tratava, de forma inédita, da polêmica a respeito dos UFOs nos Estados Unidos. Dois anos depois, uma versão ampliada de seu trabalho foi publicada pela Universidade de Indiana, com o título The UFO Controversy in America [Doubleday, 1975], transformando-se, então, na primeira obra sobre o assunto lançada por uma universidade.
David Jacobs já conduziu mais de 1.400 sessões de hipnose regressiva em centenas de abduzidos, reunindo enorme conhecimento sobre o tema, mas deixa claro que, “pela avaliação científica, a hipnose está longe de ser 100% segura contra fraudes e charlatões”. Para aperfeiçoar seu conhecimento sobre as abduções, ele teve como tutor e mais tarde como grande amigo, o também pesquisador Budd Hopkins. “O que pouca gente sabe é que, no início, eu não queria saber de sequestros por ETs e, portanto, não queria contato nenhum com o Hopkins. Foi o amor à arte que nos aproximou, juntamente com uma ajuda do destino”, contou o pesquisador.
Desde então, e até seu falecimento, Budd Hopkins acompanhou Jacobs em inúmeras investigações e foram eles que descobriram um dos principais indicadores de abdução — os episódios de missing time, a sensação de tempo perdido ou faltante na memória de pessoas levadas por ETs. Para dar suporte a descobertas cada vez mais impressionantes, Jacobs conduziu uma pesquisa com mais de 1.200 alunos da Universidade de Temple e, para espanto de muitos críticos, apurou que 5% dos entrevistados, ou seja, 60 estudantes, indicaram já terem tido experiências de abdução.
Cenário assustador
Em seu mais recente livro, Infiltrados: O Plano Alienígena de Controle da Humanidade, Jacobs leva o fenômeno da abdução a outro patamar, mostrando um cenário que pode causar grande desconforto, temor e apreensão de seus leitores. “Sim, há em curso um plano de seres alienígenas para controlar o planeta. Inclusive, por meio dos abduzidos, nós estamos sendo usados por esses seres para treinar os híbridos que irão viver em nossa sociedade”, afirma.
Enquanto escrevia A Ameaça, Jacobs encontrou relatos desconcertantes sobre quais seriam os planos alienígenas e também sobre uma mudança que estaria por vir — que consistiria em ter híbridos de aparência humana misturados à população do planeta em seu dia a dia. “Naquela época, os abduzidos relatavam que os alienígenas lhes diziam que em breve estariam juntos conosco. Suas atividades e comunicações sugerem fortemente que estejam envolvidos em um programa cuidadosamente concebido, com o objetivo de integrarem híbridos na sociedade humana”. Embora esse programa seja de integração, o modo como a mudança seria feita permanece um mistério.
Segundo Jacobs, sua pesquisa mostrou que, além de quatro tipos de alienígenas envolvidos nas abduções, há um ser — que ele chamou de húbrido, mistura de humano e híbrido — que seria quem promoveria a invasão. Esses seres são indistinguíveis dos humanos e possuem as capacidades neurológicas dos extraterrestres. “Sua função principal nesse processo é viver na Terra sem serem detectados, misturando-se suavemente na sociedade. E para isso, eles precisam ser ensinados pelos abduzidos”. Para o pesquisador, todos os húbridos são, em um primeiro momento, dependentes dos abduzidos, que os ajudam entender a complexidade da vida humana.
Em seu mais recente livro, Infiltrados: O Plano Alienígena de Controle da Humanidade, Jacobs leva o fenômeno da abdução a outro patamar, mostrando um cenário que pode causar certo desconforto e apreensão de seus leitores.
Na visão de Jacobs, “se a intenção deles é tomar o planeta Terra, e eu acredito que estamos caminhando para isso, então os humanos são um obstáculo. Tomar um planeta sem vida inteligente seria muito mais fácil”. Como nós somos uma civilização tecnológica, eles teriam optado por dominar o planeta por dentro, ou seja, se inserindo em nossa sociedade sem que saibamos. Assim, vão mantendo as coisas como elas estão utilizando os seres humanos como seus trabalhadores, sem que se tenha conhecimento disso.
Diante disso tudo, Jacobs acredita que tentar prever o futuro de modo preciso é algo difícil de se fazer, mas ele se arrisca a especular. “A pior das hipóteses para o futuro é a destruição ou remoção física repentina da raça humana tal como ela é hoje. Uma vez que tenhamos servido aos propósitos dos visitantes, seremos considerados inúteis”. A Terra seria repovoada por húbridos, híbridos e até mesmo por aliens. Seja qual for a hipótese, na opinião de nosso entrevistado, infelizmente, nenhuma delas terá um final feliz para nós.
Quando o senhor começou a se interessar por Ufologia?
Em 1965. Estou envolvido com a Ufologia de uma maneira ou de outra há mais de 50 anos. Eu estava me graduando pela Universidade da Califórnia (UCLA) quando o assunto chamou minha atenção. Quando fui para a Universidade de Wisconsin, comecei a perceber que o assunto era real, que estava acontecendo. Eu pensei: isso é algo fantástico, impressionante e pode ser o contato entre duas culturas diferentes, de diferentes mundos. Fiquei empolgado e ingressei na Aerial Phenomena Research Organization (Organização de Pesquisa de Fenômenos Aéreos, APRO) como investigador de campo e pesquisei casos ocorridos na região de Madison, no estado de Wisconsin.
O senhor se juntou a outros grupos de pesquisa ufológica?
Sim. Posteriormente entrei para o National Investigations Committee on Aerial Phenomenon (NICAP) e anos depois na Mutual UFO Network (Rede Mútua de Pesquisa Ufológica, MUFON), da qual sou integrante até hoje. A Ufologia faz parte de minha vida e de meu interesse científico. Quando olho para trás, vejo tudo o que já fiz e descobri. Hoje passo mais tempo vendo TV do que investigando casos, pois acho que minha pesquisa está no final, que fui o mais longe que pude para mostrar a verdade.
E como surgiu seu interesse pelas abduções alienígenas?
Bem, eu havia lido alguns livros sobre o Caso Betty e Barney Hill e sobre o Caso Betty Andreasson, e achei aquele assunto bem atraente. Mas meu interesse foi nascendo aos poucos, então esta será uma resposta um pouco longa. Betty Hill foi me visitar em 1976 e me levou para Filadélfia, onde a irmã de Barney estava vivendo. O filho de Barney havia se formado um ano antes de eu começar a trabalhar na Universidade de Temple. Eu conversei um pouco com Betty sobre os alienígenas que os raptaram e perguntei a ela como eles se pareciam. E também fiz as mesmas perguntas que sempre faço, como, por exemplo, “quando eles se moviam, viu cotovelos?” Mas com o passar dos anos fiquei menos interessado no fenômeno da abdução.
E o que houve depois disso?
Em 1981 eu estava em uma conferência organizada por J. Allen Hynek quando li pela primeira vez um artigo de um pesquisador chamado Budd Hopkins, que iria fazer uma apresentação para uma plateia de cientistas. Eu pensei comigo mesmo: eu não quero ouvir esse Hopkins. Eu não estou interessado em abduções. Isso para mim não significa nada. Então fui para o corredor do auditório com um colega chamado Marcello Chiusi, que era professor de sociologia na Universidade de Michigan. Mas preferi ficar nos corredores a assistir à palestra de Hopkins — quando ele acabou a apresentação, eu voltei para o auditório e assisti às outras conferências, pois realmente não estava interessado em sequestros por ETs.
É difícil de acreditar, conhecendo seu trabalho. E então o que houve?
Um ano depois da conferência, um amigo chamado Tracy Tormé, escritor e diretor de Hollywood que fez o filme Fogo no Céu [1993] e outros do gênero, me ligou. Ele estava em Nova York e me disse que havia descoberto o escritório que criava as conspirações do governo dos Estados Unidos para acobertar casos ufológicos, mas que não poderia me informar de mais nada pelo telefone. Então arrumei as malas e fui para Nova York. Nosso encontro ocorreu em um banco no Central Park e ele me contou que o local era o Escritório Nacional de Pesquisa Geodésica. Conversamos por horas até que me ele disse que ia encontrar Budd Hopkins e me convidou. Eu disse que não estava interessado no assunto, que o Hopkins parecia ser uma pessoa legal, mas que eu não queria ir. Mas ele insistiu e me convenceu. Quando entramos na casa de Hopkins, a primeira coisa que fez meu queixo cair foi que havia um quadro de Edgar Degas em uma das paredes e um de Paul Cézanne em outra. Também havia um de Renoir. Eu não havia percebido que estava diante de um apreciador de arte.
Então podemos dizer que a arte o desarmou em relação a Hopkins e às abduções?
Sim, podemos. A primeira coisa que ele fez ao saber quem eu era foi pegar meu primeiro livro, The UFO Controversy in America, e pedir um autógrafo. Hopkins me perguntou o que eu faria naquele verão e eu respondi que estava com meu filho recém-nascido e que iria para a cidade de Bar Harbour, no Maine, mas que também ficaríamos alguns dias em Cape Cod, em Massachusetts, portanto perto de Nova York, e combinamos de nos encontrar.
E vocês se encontraram?
Sim, nos encontramos naquele verão e Hopkins me apresentou a alguns abduzidos. Eu nunca havia conhecido uma pessoa que passara por tal experiência, com exceção de Betty Hill. Nunca havia me envolvido com o fenômeno da abdução. Ele me inseriu em seu círculo de amizades e pesquisa e, quando voltei para Temple, liguei para Hynek e disse: Allen, Hopkins tem alguma coisa interessante — acho que ele descobriu algo muito importante. Hynek me disse para não entrar naquilo, para ficar apenas investigando os UFOs, mas eu já havia sido contaminado pelo “vírus” das abduções. Comecei a assistir as sessões de hipnose regressiva de Hopkins e a aprender a sua técnica. Levei quatro anos, de 1982 a 1986, para fazer a minha primeira sessão de hipnose. Desde então foram milhares delas, em centenas de pessoas diferentes.
Todos esses anos de pesquisa alteraram sua percepção sobre o fenômeno da abdução?
Sim, minha ideia sobre o assunto mudou com o passar dos anos. Quando escrevi A Vida Secreta, eu levei o leitor a um cenário típico de abdução e falei sobre os procedimentos que os aliens faziam nos abduzidos — minha ideia sobre o fenômeno, no final dos anos 80 e início dos anos 90, era o de que essas criaturas estavam aprendendo sobre nós e que estavam interessadas em como nossos corpos funcionavam. Também falei sobre crianças e adultos híbridos, muito embora eu não soubesse como colocá-los em um contexto de significância para os aliens. E descobri os procedimentos neurológicos que os seres usavam, mas ainda assim não sabia para que eram usados.
A pesquisa mostrou que,além de quatro tipos de aliens envolvidos nas abduções, há um ser que eu chamo de húbrido, uma mistura de humano e híbrido. Esses seres são indistinguíveis dos humanos e têm as capacidades neurológicas dos extraterrestres.
E a seguir?
Bem, em meu livro seguinte, A Ameaça, eu comecei a juntar as peças do quebra-cabeça, mas ainda não sabia qual era o objetivo final desses seres. E os relatos sobre a presença de híbridos nas abduções estavam crescendo — eles estavam realizando todos os procedimentos nos sequestros sem a presença dos grays. Os aliens também começaram a falar sobre uma “mudança” que iria acontecer em breve, mas eu não sabia que mudança era aquela e nem quando aconteceria, só imaginava que seria uma espécie de dominação.
E o que o senhor pensa agora?
Atualmente, como mostro em meu mais recente livro, Infiltrados, O Plano Alienígena de Controle da Humanidade, consegui juntar todas as peças do quebra-cabeça e entender o que acredito ser a razão das abduções. As pessoas estão relatando que híbridos estão chegando para viver na Terra e que os abduzidos os estão ensinando a como fazer isso sem chamarem a atenção. Eles já estão inseridos em nossa sociedade e não sei se isso é uma progressão do fenômeno ou uma progressão do meu entendimento sobre ele.
O que o senhor pode nos dizer sobre os abduzidos? Como são, afinal, essas pessoas?
São indivíduos que desde seu nascimento estão sujeitos a serem tomadas sob o controle de alienígenas e que, após tais eventos, têm essas memórias apagadas ou bloqueadas. Para falar a verdade, não gosto da palavra abduzido, pois ela pressupõe que essas pessoas sejam diferentes das pessoas normais, além de sugerir que sejam psicologicamente perturbadas. Mas o termo abduzido é, atualmente, a única palavra adequada para descrever a situação dessas pessoas, por isso eu ainda a utilizo. Alguns outros pesquisadores denominam essas pessoas de experimentadores, mas esse termo é muito suave, que não sugere que haja traumas físicos e psicológicos nos raptados. Independentemente de como são chamados, essas pessoas vivem normalmente, exceto por sua involuntária participação vitalícia em um programa de abdução.
E quem são os abduzidos?
Bem, eles são de todas as partes do mundo e não têm nada em comum que possa sugerir que sejam ou serão um dia levados por ETs. Outro fato interessante é que sua saúde raramente é um impedimento — já tive pacientes abduzidos que sofriam de doenças cardíacas, diabetes, câncer etc. Essas pessoas não relatam curas milagrosas, embora haja raros casos de crianças sendo curadas de doenças sérias. Enfim, os alienígenas não são curadores e não querem nos salvar. Um traço comum entre os abduzidos é o fato de que seus pais, ou pelo menos um deles, também foram levados.
Quanto à hipnose regressiva, o que pode nos dizer sobre o processo?
Bem, a hipnose regressiva atual está longe de ser 100% segura contra fraudes e charlatões. O processo funciona da seguinte forma: a pessoa se deita em um sofá no canto de minha sala, ao lado de uma mesinha com café. Essa pessoa vai me ouvir atentamente e se ela quiser ser hipnotizada, será. Eu utilizo técnicas simples de relaxamento para realizar a hipnose, que copiei do que Hopkins fazia, e que ele, por sua vez, aprendeu com um psicólogo. Depois que a pessoa está relaxada da cabeça aos pés, eu começo a fazer as perguntas. Algumas vezes as pessoas dizem “David, eu não acho que estou hipnotizado” e eu respondo que isso não importa. Começo a fazer perguntas sempre no presente do indicativo, enquanto a pessoa vai relaxando até que possa se concentrar e começar a se lembrar dos eventos. Mas isso não funciona com todo mundo. Eu tive dois pacientes com os quais as minhas técnicas simplesmente não funcionaram. E por que com a grande maioria funciona? Eu não sei.
Exatamente como funciona o processo de recobrar memórias suprimidas?
Veja, os abduzidos não deveriam se lembrar de suas experiências. Eles nunca tiveram ciência do que ocorreu durante suas abduções, e quando isso ocorre pela primeira vez é extraordinário. A sensação, dita por um dos meus pacientes, é de que alguém colocou uma “nova memória” em sua mente, pois a pessoa não tem nenhum registro dela. Outra situação sobre esse caso das memórias é que, uma vez lembrada, ela começa a ser esquecida, como se fosse uma lembrança comum. Não é como se lembrar do número de sua identidade ou da placa de seu carro. As memórias não são guardadas entre as memórias recentes, mas sim em suas memórias mais antigas. As pessoas dizem “ah, hipnose. Você induz as pessoas a dizerem isso e aquilo”. Não é verdade. Para ser bem honesto, eu gostaria de não ter ouvido muita coisa que ouvi durante as sessões. Dito isso, é preciso que se saiba que os abduzidos estão traindo a confiança de seus raptores e eles não gostam disso — eles fazem de tudo para que essas memórias não sejam lembradas, e quando isso começa a acontecer, eles tentam evitar.
E como eles tentam evitar?
Pressionando os abduzidos. Certa vez eu estava tratando um rapaz, um profissional com pós-doutorado, e bem no meio de nossa décima sessão ele de repente deu um salto do divã e disse “eu não deveria lhe contar isso”. E aí ele saiu pela porta e nunca mais voltou. Eles o impediram de recobrar suas lembranças, o que acontece de vez em quando. Não querem que o abduzido se lembre de sua experiência e farão de tudo para impedir que isso aconteça.
Voltando ao seu método de hipnose regressiva, por favor, fale-nos mais sobre como acontecem as sessões.
A minha técnica é a de relaxamento, que em 98% dos casos dá certo. Mas, veja bem, a memória tem seus truques, principalmente com esse fenômeno. Como eu disse, a pessoa não deveria se lembrar do que lhe ocorreu e é justamente aí que está o problema. Posso dizer que praticamente toda a comunicação a bordo do UFO é telepática.
Minha ideia sobre o assunto mudou com o passar dos anos. Quando escrevi A Vida Secreta, eu Levei o leitor a um cenário típico de abdução e falei sobre os procedimentos que os aliens faziam nos abduzidos. Hoje penso de maneira totalmente diferente.
O senhor poderia explicar melhor, por favor?
Claro. O problema é quando eu pergunto à pessoa o que ela quer dizer com comunicação telepática? Se ela está ouvindo vozes? O abduzido geralmente responde algo do tipo: “Bem, eu ouço vozes. Eles estão me dizendo para deitar em uma mesa”. Aqui está o problema. Essas palavras ficam guardadas em seu subconsciente exatamente para não serem lembradas, e é aqui que a pessoa fica brava, pois tem uma memória que não sabe como foi parar lá. Na verdade, ela vai saber depois, pois essa memória sempre existiu e foi apenas bloqueada. Portanto, se a pessoa me diz que está se lembrando de algo, eu peço a ela que marque uma sessão para explorarmos as memórias com mais profundidade. Invariavelmente, os abduzidos vão esquecer de coisas, vão misturar outras lembranças e memórias e nem vão perceber isso. Meu trabalho é separar o joio do trigo.
E como se dá essa separação?
Na primeira sessão tudo está misturado na mente do indivíduo. Na segunda, a mistura é um pouco menor e, na terceira, a pessoa começa a se lembrar do que realmente ocorreu. Os pacientes têm que ter muito cuidado com o que estão dizendo e como estão dizendo, além de ouvir atentamente as minhas perguntas. Na quarta sessão temos uma ideia do evento, de forma cronológica e lógica. Em outras palavras, se a pessoa estava em uma mesa, ela agora tem que sair dela. E como se sai dessa mesa? A pessoa não pode apenas dizer: “Bem, estou em uma outra sala agora”. Eu não permito isso. Ela tem que me contar como saiu daquela mesa, como andou, se foi para a esquerda ou direita. Todos os passos devem ser cronológicos e lógicos. Dessa forma, a pessoa realmente vivenciará o que aconteceu com ela.
Quando o abduzido chega até o senhor pela primeira vez, ele tem alguma memória consciente, sentimentos ou sonhos? E como o senhor escolhe com que vai trabalhar?
Boa pergunta. Os abduzidos sabem que suas vidas são diferentes da vida das outras pessoas. Eu trabalhei com doutores, pós-graduados, universitários, ou seja, com pessoas de grande intelecto. E também já trabalhei com pessoas que não terminaram o colegial, que tinham pouca instrução. Essa é uma situação em que o nível intelectual e a classe social e econômica do indivíduo não fazem a menor diferença. Eu escolho quem me procura e analiso se realmente estamos diante de uma possível abdução.
Mas como as pessoas que passam por isso chegam até o senhor?
As pessoas preenchem um formulário no meu site, que é o primeiro passo. Normalmente dou preferência para aquelas pessoas que estão desesperadas para saber o que está acontecendo consigo, pois o fenômeno está arruinando suas vidas — elas sabem apenas que estão vivendo experiências estranhas.
O senhor poderia dar exemplos dessas experiências estranhas, por favor?
Sim. Um caso típico é quando os indivíduos acordam um dia e percebem que estão fora de casa, mas que a porta está trancada e as chaves estão do lado de dentro. Isso não é comum e um fato como esse acontecer com uma pessoa não abduzida é quase impossível. Uma paciente minha teve que usar um bastão de baseball para quebrar a janela e entrar em casa, em plena madrugada.
O que mais?
Em outro caso, um universitário acordou deitado na grama do lado de fora do seu dormitório e as chaves da porta estavam do lado de dentro. Ele gritou pelo seu colega de quarto, que desceu para abrir a porta. Mas o quarto deles ficava no décimo andar. Como isso é possível? Pessoas que relatam episódios como esses ou que sonham que estão deitadas em uma mesa e ao abrirem os olhos se veem cercados de aliens têm grande chance de estar passando por abduções — e são elas que eu procuro dar preferência no atendimento, pois eu tenho que colocar suas vidas de volta nos eixos. Elas assinam um documento dizendo estar cientes de que não sou psiquiatra, psicólogo ou hipnoterapeuta, mas apenas um nerd que procura ajudar as pessoas que não garanto 100% de sucesso.
Como o senhor vê as consequências da abdução na vida das pessoas que passam pelo processo?
Elas estão sofrendo. Suas vidas estão sendo arruinadas e eu as levo ao ponto onde tudo isso começou. Eu não faço as abduções pararem, mas faço com que as pessoas vivam com isso, que sigam suas vidas da maneira mais normal possível. É difícil e duro falar isso. Elas sabem que serão abduzidas novamente e isso ocorre com uma rapidez incrível. Quando conseguem voltar a viver, e passam a conviver com essa realidade, eu me sinto um vitorioso.
Exatamente qual é o ganho que a hipnose traz aos abduzidos?
Para eles, compreender a situação é psicologicamente importante. Muitos vivem ansiosos para saber o que lhes está acontecendo. Muitas vezes entender o fenômeno da abdução fornece respostas a perguntas de uma vida toda — e são as explicações para as estranhas experiências que perseguem essas pessoas. Essa libertação as deixam livres do medo, das preocupações e das obsessões sobre os sequestros, embora continuem ocorrendo. Quando os abduzidos me procuram, não tenho como dar-lhes o controle físico sobre o que está ocorrendo, mas ajudo em seu controle emocional e intelectual, apesar de haver muito pouco que possa fazer para interromper as abduções.
Quando pessoas que já passaram por sessões de hipnose regressiva voltarem a ser abduzidas, suas memórias voltarão a ser bloqueadas?
Isso depende do número e da frequência das sessões às quais o abduzido se submeteu. Quanto mais sessões a pessoa fizer, mais ela vai se lembrar do que ocorreu.
Não gosto da palavra abduzido, pois ela pressupõe que essas pessoas sejam diferentes das ditas normais, além de sugerir que sejam perturbadas. Mas o termo é o único adequado para descrever a situação dessas pessoas, por isso eu ainda o utilizo.
O senhor pode falar mais sobre esse interessante ponto?
A abdução, como já disse, começa na infância e continua pela idade adulta. Os abduzidos são levados várias e várias vezes. Quando eles fazem as sessões de hipnose regressiva, os “portões da memória” são abertos e os indivíduos tendem a se lembrar cada vez mais das experiências que tiveram. Quando as sessões são interrompidas, as pessoas tendem a esquecer as abduções seguintes. Mesmo nas melhores circunstâncias, ninguém consegue se lembrar de todas as suas abduções. Alguns abduzidos começam a se lembrar de fragmentos de sua experiência, alguns têm flashes de memória e outros passam por episódios de tempo perdido ao verem um UFO e pararem o carro para olhar o objeto mais de perto. Para ufólogos experientes, esses eventos são um forte indício de que algo mais pode ter ocorrido.
Como pessoas de diferentes partes do mundo relatam a mesma coisa, isso torna o fenômeno ainda mais impressionante.
Exatamente. Os aliens utilizam os mesmos instrumentos e procedimentos em todas as partes do mundo, sem se importarem com escolaridade, nacionalidade ou religião dos abduzidos. Agora, se isso não está acontecendo, se não existem abduções e tudo é uma construção psicológica, como dizem os céticos, então é algo ainda mais impressionante. É a coisa mais desafiadora em toda a história da neurologia, porque diferentes pessoas, de diferentes culturas, países e idiomas estão detalhando com exatidão os mesmos procedimentos. Não sei qual realidade seria mais assustadora…
Por favor, conte-nos sobre o resultado da pesquisa de opinião que o senhor encomendou para seu livro A Ameaça.
Os números dessa pesquisa, que foi feita em 1991, foram impressionantes. Budd Hopkins e eu idealizamos esse trabalho com a ajuda dos pesquisadores Ron Westron e John Mack. O livro é de 1999, ou seja, o resultado da pesquisa tem quase 20 anos e foram entrevistadas 5.800 pessoas pela Organização Roper, que não existe mais. Elas responderam a 10 perguntas. Quando recebemos os números, notamos que a pesquisa deveria ser maior, mais abrangente, mas em 1991 era muito difícil de se fazer isso. Descobrimos na época que entre 4 e 5% dos entrevistados poderiam ter sido abduzidos — hoje eu estimo que cerca de 30 milhões de norte-americanos já o tenham sido. O problema é que esse é um fenômeno global, não apenas norte-americano.
No início dos anos 2000 falou-se muito sobre as abduções militares, ou milabs, quando pessoas estariam sendo abduzidas por militares com ou sem a presença de aliens. Qual a sua opinião sobre isso?
Veja, é muito fácil inventar uma teoria conspiratória quando existe um fenômeno incomum. Mas as abduções são um fenômeno global, não se restringem aos Estados Unidos ou países aliados. Vou lhe dar um exemplo. Eu trabalhei com uma mulher do Paquistão que vinha sendo abduzida desde criança. E eu e Hopkins trabalhamos com pessoas da Ásia, África, América do Sul, Austrália. Então, se formos levar a teoria dos milabs a sério, os militares norte-americanos teriam ido ao Paquistão, e a todos estes lugares, abduzido a criança e a feito acreditar que tinha sido raptada por aliens? Não faz sentido algum! Eu já tive como pacientes veteranos de guerra. Um deles foi abduzido em plena zona de batalha, no Vietnã. Quando você começa a olhar as evidências, percebe que essa teoria não faz o menor sentido.
Eu gostaria agora de falar sobre seu novo livro, Infiltrados, que está causando fortes reações no Brasil. Nele o senhor faz algumas afirmações realmente assustadoras…
É, meu último livro está deixando muita gente amedrontada. Mas o que digo nele, infelizmente, é o que está ocorrendo. E isso baseado em minhas pesquisas.
Por que o senhor acredita que os visitantes alienígenas querem tomar o nosso planeta?
Quando alguém me faz uma pergunta sobre as intenções dos alienígenas, eu sempre responderei que não sei a resposta. Eles simplesmente não falam para os abduzidos quais são suas finalidades, mas igualmente não encontrei evidências de que estejam aqui para salvar nosso planeta, como dizem. O fenômeno da abdução teve início no final do século XIX ou início do século XX. Naquele tempo, com somente dois bilhões de seres humanos no planeta, havia muito menos problemas do que agora e mesmo assim os aliens tomaram a decisão de vir aqui naquele período. Enfim, só o que posso afirmar, por enquanto, é que de alguma forma tomar o nosso planeta os beneficia, embora não saibamos exatamente como.
O senhor, então, não acredita que a abdução seja algo muito mais antigo e que remonte, por exemplo, aos tempos bíblicos?
Baseado no que temos hoje, podemos datar o início das abduções nos últimos anos do século XIX ou início do século XX. Se o fenômeno da abdução ocorre desde os tempos bíblicos, então estamos diante de dois fatos: o primeiro é que, por ser global, clandestino e atravessar gerações, praticamente todo mundo seria um abduzido. O segundo é que haveria muita informação sobre abduções na literatura do início dos séculos XVI, XVII e início do XVIII sobre seres cinzas com grandes olhos, narrando experiências a bordo de estranhos objetos voadores — e até onde eu sei isso não aconteceu e esses registros não existem. É claro que tenho consciência da existência de pictogramas antigos que mostram coisas estranhas vistas nos céus. Entretanto, acho que a evidência de que seriam extraterrestres é frágil. Mas, temos que manter a mente aberta. É possível que alienígenas tenham vindo ao nosso planeta na Antiguidade.
Os abduzidos sabem que suas vidas são diferentes da vida das outras pessoas. Eu trabalhei muito com doutores, pós-graduados, universitários, ou seja, com pessoas de grande intelecto. E também trabalhei com pessoas que não terminaram o colegial.
Mas se a intenção deles for tomar o nosso planeta, por que não fizeram isso antes, quando éramos menos avançados?
Eu não sei. Nós não sabemos muito sobre a razão de os aliens fazerem o que fazem. O que acredito é que se, as abduções ocorressem desde os tempos bíblicos, por exemplo, eles provavelmente já teriam tomado o nosso planeta. Por isso não creio que elas tenham começado antes do final do século XIX. Nosso boom tecnológico teve início em meados do século XIX e veja onde estamos hoje. Mesmo assim, eles têm uma tecnologia muito mais avançada do que a nossa, o que lhes permite vir ao nosso planeta realizar seu programa e não há nada que possamos fazer para impedi-los.
Ainda sobre seu livro mais recente, Infiltrados, o que o senhor nos apresenta nele é estarrecedor. O que pode nos dizer sobre o início do programa de hibridização?
O primeiro caso que nos deu uma noção deste programa de criação de híbridos ocorreu com o brasileiro Antônio Villas-Boas, que fez sexo com uma alienígena. Apesar de o caso ter ocorrido em 1957, somente em 1966 o acontecimento foi divulgado porque considerou-se um evento demasiadamente assustador para a época. No Caso Barney e Betty Hill, Barney teve seu esperma retirado pelos aliens, e ele ficou tão envergonhado com isso que na primeira edição do livro A Jornada Interrompida, de John G. Fuller, essa parte foi retirada da impressão final. Isso meio que acaba com algumas teorias dos céticos, que dizem que as pessoas se impressionam com os relatos e acabam inventando ou fantasiando que aconteceu o mesmo com elas, porque se alguém falasse que teve o esperma retirado, de onde teria tirado isso? Não do livro de Fuller, porque isso não foi publicado na época. Os aliens também espetaram uma agulha no umbigo de Betty e disseram que era um teste de gravidez. Nós sabemos que esses procedimentos ocorrem com as abduzidas.
O programa evoluiu ao longo do tempo?
Sim. Durante a pesquisa para o meu livro A Ameaça, publiquei relatos desconcertantes sobre os planos dos alienígenas para o futuro e sobre a mudança que está por vir — ela consistiria em ter híbridos de aparência humana vivendo normalmente entre nós. Como a aparência deles é idêntica à nossa, isso não seria problema. Deste 1988 verifico que está havendo uma evolução nos eventos de abdução. Hoje, creio que os abdutores tenham alcançado um dos seus objetivos, que é a integração dos híbridos à sociedade humana.
Integração ou suplantação?
Os aliens não falam em curar a Terra, em curar e ensinar os humanos ou em formarmos juntos uma comunidade cósmica — eles não querem nos beneficiar de modo algum. Falam apenas sobre mandar os de sua espécie para viverem aqui, despercebidos, e, ao final, para nosso horror, suplantar os humanos.
Em seu livro o senhor fala em húbridos. Quem seriam eles?
Eu uso o termo húbridos — uma combinação de humanos e híbridos — para identificar os extraterrestres que são criados para viver na sociedade humana. É importante salientar que nem todos os híbridos se transformarão em húbridos. Húbridos são feitos para viver aqui entre nós e representam o ponto final do programa de hibridação. Embora sejam idênticos aos humanos em todos os aspectos, eles detêm a capacidade neurológica de fazer com que os abduzidos esqueçam suas memórias e façam o que ele mandar, além de tornarem-se invisíveis aos olhos humanos. Mesmo após terem sido ensinados sobre a vida na Terra, eles ainda são ingênuos diante da complexidade de nossa sociedade e por isso precisam tanto da ajuda dos abduzidos. Mas aprendem rápido e são ótimos alunos. Logo estão adaptados.
Eles são todos iguais?
Não, não são. Eu já identifiquei dois tipos de húbridos, os independentes e os que vivem em grupos. Estes últimos podem, por exemplo, dividir um apartamento com outros dois ou três húbridos. Já aos independentes são atribuídos um ou mais abduzidos que podem passar meses ou anos ensinando-os como viver no planeta. Eles são monitorados cuidadosamente pelos “híbridos de segurança” e pelos “híbridos de projeto pessoal”.
Podemos dizer que em um primeiro momento todos os húbridos são dependentes dos abduzidos, em uma espécie de relação parasitária?
Dizer que é um parasitismo não é exagero algum. No início os húbridos são dependentes dos abduzidos que os ajudam a navegar pelas complicações da sociedade. Mas, com o passar do tempo, vão aprendendo as coisas e se tornam independentes de seu hospedeiro. Faz mais de uma década que ouvi pela primeira vez um abduzido falar sobre um húbrido, e acredito que hoje esse ser já esteja caminhando entre nós sem ser notado como sendo extraterrestre.
O senhor disse que os abduzidos estão ajudando os húbridos a viverem clandestinamente na Terra. Os abduzidos fazem parte da tentativa de tomada de nosso planeta?
Os híbridos que estão vindo para cá precisam da ajuda dos abduzidos para aprenderem a ser humanos normais. Quando eles são crianças, abduzidos são levados a bordo de UFOs para lhes ensinarem sobre a sociedade humana, mas existem milhares, senão milhões, de elementos da sociedade que os híbridos nunca vão encontrar a bordo de uma nave. Depois de algum tempo de treinamento no planeta, os húbridos vão viver sua vida por conta própria e um novo húbrido recomeça o processo com o abduzido. Então sim, sob este ponto de vista os abduzidos estão ajudando, involuntariamente, os alienígenas a tomarem o nosso planeta. E digo involuntariamente porque o abduzido faz isso contra sua vontade — e como em toda abdução clássica, ele tem sua memória apagada ou bloqueada sobre o que aconteceu.
É um plano trabalhoso para se dominar um planeta.
Bem, eles teriam outras formas de invasão. Poderiam, por exemplo, destruir nossa civilização. Outra alternativa seria convencer os humanos de que a tomada é para o nosso bem, permitindo assim uma transição suave. Ou ainda tomar nosso planeta e civilização sem nosso conhecimento e manter a sociedade sob controle, para seus objetivos futuros. A primeira opção jamais foi escolhida. A segunda opção nunca foi oferecida. A terceira parece estar em andamento.
A abdução começa na infância e continua pela idade adulta. Os abduzidos são levados várias vezes. Quando fazem as sessões de hipnose, os “portões da memória” são abertos e os indivíduos tendem a se lembrar cada vez mais das suas experiências.
O senhor pode falar mais sobre essa terceira opção?
Sim. Veja, para colocar essa opção em prática, eles necessitam de uma crescente e generalizada operação clandestina, e nossa civilização torna isso possível por não temos meios para detectar aliens que trabalham em segredo. Quando as pessoas relatam avistamentos de UFOs e abduções, qual a reação dos cientistas? Eles negam veementemente que essas experiências sejam reais ou as atribuem a fraudes ou fantasias. Assim, nós, inconscientemente, estamos ajudando o plano deles. Além disso, nossas capacidades neurológicas também não ajudam muito…
Como assim?
Nós não somos capazes de vencer a manipulação que os aliens impõem a nós. Em minha opinião, é evidente que a fisiologia e neurologia humanas permitem que sejamos controlados e auxiliemos os extraterrestres em seu processo de aquisição da Terra. Quando esse programa alcançar seu final bem-sucedido, nós, humanos, não controlaremos mais nossos próprios destinos. Como escrevi em meu livro A Ameaça, será o fim do Homo sapiens e o surgimento do Homo alienus, ou seja, os húbridos e seus descendentes com humanos.
Esse é um cenário assustador.
Sim, é. Os húbridos têm a capacidade de gerar descendentes. Isso é algo que já é sabido há muito tempo.
Com base naquilo que lhe foi dito pelos abduzidos, o senhor tem como saber quem são esses alienígenas húbridos?
Esse será o assunto de um futuro livro que pretendo escrever. Eu não quero conhecer um húbrido e não sei se já encontrei algum. O problema é que eles devem ter a mesma habilidade, como todos os alienígenas, de controlar as pessoas neurologicamente — todos os aliens podem fazer a pessoa agir, ver, ouvir ou pensar o que eles querem. Sem esse controle neurológico, o programa de abdução seria impossível. Isso torna dos húbridos uma espécie de primeira classe e, digamos assim, deixa os humanos relegados a uma segunda classe evolutiva. Explicado isso, meu próximo livro será sobre conversas que venho desenvolvendo com um húbrido via internet. Eu sei que isso será extremamente controverso, mas irei explicar o progresso lógico dos eventos que me trouxeram até aqui.
Mas como saber se determinada pessoa é realmente um húbrido se o senhor nunca conheceu um pessoalmente? Como essa pessoa chegou até o senhor?
Eu não conheci esse húbrido pessoalmente e pode mesmo ser alguém me enganando. Eu tive oito conversas com ele, algumas com mais de quatro horas de duração, sempre começando as 01h00. Entretanto, minhas falas com essa pessoa são o produto de uma longa e lógica série de eventos. De qualquer forma, não posso afirmar que ela seja um híbrido extraterrestre e por isso terei todo o cuidado possível ao escrever o livro, o que, aliás, já estou fazendo.
O senhor sabe que posições ou cargos os húbridos que vivem entre nós estão ocupando?
Não tenho nenhuma evidência de que estejam ocupando posições ou cargos estratégicos. O que ouvi foi que trabalham em ocupações comuns e em posições dentro do padrão da maioria das pessoas do mundo. Na verdade, eles não parecem ter interesse em governos, políticas, líderes mundiais etc. Eu não gosto disso. Para mim, isso sugere uma forma de governo ou liderança bem diferente no futuro.
Em Infiltrados, o senhor apresenta várias explicações fornecidas pelos céticos para o fenômeno da abdução e diz que, se o fenômeno não fosse real, em algum momento as pessoas teriam relatos diferentes. Mas não é isso que acontece, certo?
Não, não é. Um dos aspectos mais críticos sobre as abduções é o fato de que os abduzidos sempre contam as mesmas coisas, embora não tenham qualquer conhecimento das experiências uns dos outros. Por exemplo, seria muito melhor se soubéssemos de onde vêm os alienígenas. Se a abdução fosse um fenômeno psicológico, ou seja, irreal, alguns abduzidos simplesmente poderiam inventar uma origem para seus alienígenas, já que estariam inventando a história toda. Na verdade, os aliens raramente citam de onde vêm e não revelam suas razões para estar aqui. Saber como eles chegam aqui interessa à ciência, mas não importa como eles chegaram aqui e nem de onde vêm. A única questão importante é: eles estão aqui? Se a resposta for sim, então partimos para outra: por que eles estão aqui? Portanto, existe um fenômeno que pode ser psicológico ou experimental. Não há outras opções.
O senhor poderia nos citar alguns aspectos de relatos de abduções que devam ser levados a sério em qualquer investigação?
Claro. Quando as pessoas são abduzidas, desaparecem de seu ambiente. Algumas vezes indivíduos também são abduzidos coletivamente e acabam corroborando os relatos uns dos outros. As abduções não têm relação com álcool ou drogas e é um fenômeno global no qual as pessoas descrevem as mesmas coisas, com detalhes idênticos, no mundo todo.
O senhor conhece alguma técnica que impeça a abdução?
Até onde eu sei, ninguém conseguiu até hoje algo que evite uma abdução, infelizmente. É possível que uma pessoa que esteja sob constante observação, como em uma prisão, não seja abduzida, pois aí seria algo muito difícil de se esconder. E mesmo que os alienígenas deixem de abduzir alguém, eles têm milhões de outras pessoas para continuar com seu programa, então não faria diferença. E ainda que alguns casos que parecem curiosos à primeira vista, eles se mostram enganosos quando aprofundamos a pesquisa destas ocorrências específicas.
Que casos seriam esses?
Vou lhe contar sobre um episódio que analisei. Uma mulher acordou no meio da noite e viu aliens em seu quarto. Instintivamente, ela pegou seu travesseiro e jogou nos seres, que, aparentemente, sentiram tanto medo que foram embora. Já ouvi muitos casos assim. Houve outra mulher que rezou tanto que os alienígenas sumiram. O que essas pessoas não sabem é que, embora tenham espantado os abdutores com travesseiros e orações, elas não estavam no estágio inicial da abdução e sim no final. Ou seja, elas acordaram quando estavam sendo devolvidas aos seus lugares de origem. E há também o caso de uma mulher que tentou negociar com os alienígenas que encontrou…
As vidas dos abduzidos estão sendo arruinadas e eu as levo ao ponto onde tudo isso começou. Eu não faço as abduções pararem, mas faço com que as pessoas vivam com isso, que sigam suas vidas da maneira mais normal possível. É difícil e duro falar isso.
Por favor, nos conte este fato.
Eu trabalhei com uma mulher que contou ter tirado a roupa e se amarrado na cama pelas mãos, pernas e cintura. Ela também disse ter pedido ao marido para esconder a tesoura. Segundo seu relato, os aliens vieram abduzi-la, mas não conseguiram levá-la naquelas condições. Depois de duas noites, ela disse ter começado a negociar com eles — ela lhes disse que queria que eles parassem de causar-lhe medo e também que queria lembrar de tudo. Os aliens concordaram. Na noite seguinte ela também foi abduzida, mas não se lembrou de nada e sentiu muito medo. Ou seja, eles não cumpriram sua parte no acordo e ainda, de alguma forma, conseguiram evitar que ela se amarrasse de novo para impedir futuras abduções.
Em suas pesquisas, quais espécies alienígenas estão presentes em uma abdução? Existem casos em que dois tipos diferentes participam do mesmo evento?
Sim, encontrei até quatro tipos diferentes de alienígenas envolvidos nas abduç&oti