Críticos temem que as partículas minúsculas usadas na nanotecnologia podem ser inaladas, absorvidas pela pele ou acabem por acumular-se no meio ambiente. As Nações Unidas pediram uma regulamentação mais estrita para as técnicas capazes de alterar materiais em escala atômica ou molecular, a chamada nanotecnologia, que vem sendo usada na criação de novas drogas, alimentos e outros produtos. Em um relatório anual, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) pediu uma “ação rápida” dos formuladores de políticas, para avaliar adequadamente a nova ciência.
Embora a nanotecnologia ofereça o potencial de transformar a eletrônica, a medicina e a produção de energia, mais pesquisas são necessárias para identificar riscos ambientais, para a saúde e socioeconômicos, afirmou o chefe do Pnuma, Achim Steiner, em um relatório de 87 páginas. O relatório foi divulgado na abertura do Fórum Ministerial Global do Meio Ambiente, que reúne cerca de 100 ministros e autoridades da área em Nairóbi. “Esta é uma tecnologia em expansão fenomenal, mas ainda não sabemos o que estamos liberando na atmosfera”, disse Steiner a jornalistas, acrescentando que não há regulamentos específicos para o acompanhamento da nanotecnologia. Materiais nanotecnológicos – que atuam numa escala de bilionésimos de metro – estão sendo criados para o uso em drogas, alimentos, cosméticos e equipamento médico. A tecnologia já é utilizada na fabricação de raquetes de tênis mais resistentes, roupas que não mancham e janelas que se limpam sozinhas.
Segundo o Pnuma, é preciso avaliar o risco dos materiais de nanotecnologia que já são produzidos em massa. Críticos temem que partículas minúsculas como as usadas na nanotecnologia podem ser inaladas, absorvidas pela pele ou acabem por acumular-se no meio ambiente. A indústria da nanotecnologia deverá assistir a uma enorme expansão em breve, prevê o Pnuma, estimando que, até 2014, o setor responderá por 14% do mercado mundial de bens industrializados. Hoje, a proporção não chega a 0,1%.