O Irã, seus aiatolás e seu incendiário presidente, Mahmoud Ahmadinejad, têm atraído a atenção do mundo há anos, com suas constantes ameaças de desenvolver armas atômicas e atacar seus vizinhos — especialmente Israel. Mas a polêmica criada em torno da política nuclear do país fundamentalista não é o único assunto que vem atraindo a atenção do mundo para o que se passa naquela fechada nação. Há alguns anos tem sido relatada uma quantidade espantosa de observações ufológicas sobre várias cidades iranianas. Um caso importante aconteceu na manhã de 10 de janeiro de 2007, quando a população de sete municípios da região central de Kerman testemunhou a queda de um objeto voador não identificado nos montes Barez. De acordo com a agência de notícias Far News Agency (FNA), moradores relataram que um artefato radiante estava em chamas e soltava uma fumaça fina até o momento da queda, seguida de explosão.
Na ocasião, o governador da província de Kerman, Abulghassem Nasrollahi, concedeu entrevista para a mesma agência afirmando que todas as aeronaves que sobrevoavam a área foram identificadas e que o objeto não era nada conhecido e poderia ser um meteoro. Porém, lembrou que alguns dias antes, em Rafsanjan, 100 km a oeste dali, um incidente similar foi relatado por outras testemunhas. A história do meteoro não foi aceita pela imprensa e foi completamente rejeitada pelas testemunhas. Mas o avistamento não foi o primeiro nem o único daquele mês. Em 15 de janeiro, habitantes da região de Bouyer Ahmad, 100 km ao norte do local da queda cinco dias antes, comunicaram à FNA que viram um objeto similar, por volta das 19h00. O mesmo fato ocorreria três dias depois, nos mesmos locais e horários, gerando diversos relatos sobre um aparelho brilhante em forma de bola que emitia um raio amarelo e apresentava cor vermelha no centro — o UFO estava à baixa altitude e foi avistado durante aproximadamente uma hora. Desta vez, as autoridades preferiram não comentar o incidente.
De acordo com a FNA, casos semelhantes vêm sendo registrados frequentemente desde 2006 em todo o território do Irã. Algumas autoridades acreditam que os objetos podem ser aviões espiões ou algum dispositivo moderno de espionagem, mas as nações diretamente antagônicas ao regime de Teerã, e que em tese seriam os donos de tais artefatos, negam que fazem espionagem com tais aparelhos. “Nada disso, nós mantemos o Irã sob vigilância direta e nada camuflada. O país é bélico e não podemos nos descuidar. Não são nossos os aparelhos registrados pelos militares iranianos e não sabemos de quem são”, disse um general do Exército norte-americano que não quer ser identificado.
Planeta ou estrela?
O Irá tem um histórico casuístico rico e interessante, mas o episódio mais famoso aconteceu na década de 70 e foi considerado um dos mais bem documentados avistamentos de UFOs por pilotos de caças em todo o mundo. Em 19 de setembro de 1976, diversos moradores de Teerã alertaram a Força Aérea Iraniana (FAI) quanto a um objeto não identificado nos céus da cidade. O oficial de plantão solicitou apoio ao comandante auxiliar de operações, que pensou ser a visão distorcida do planeta Vênus. Entretanto, após o crescente número de relatos, decidiu acompanhar pessoalmente o evento. O que viu o surpreendeu — definitivamente não se tratava de qualquer planeta ou estrela, pois era maior e mais brilhante. Imediatamente, enviou um caça F-4 Phantom da Base Aérea de Shahrokhi, a mais de 100 km ao norte, para interceptar o UFO. Na metade do caminho, o avião começou a apresentar defeitos de comunicação e os instrumentos de voo falharam.
O piloto do caça não teve alternativa se não abandonar a perseguição e retornar à base, quando os aparelhos da aeronave voltaram a funcionar normalmente. Nesse momento, um segundo caça F-4 Phantom foi lançado para nova tentativa. À medida que se aproximava, a base conseguia visualizar o UFO no radar — tinha tamanho aproximado de um avião 707 ou mais ou menos 45 m de comprimento. Por alguns instantes, o caça manteve distância regular do artefato, voando à velocidade de Mach 1, ou 1.225 km/h. De repente, o UFO acelerou de forma súbita, afastando-se. A tripulação do caça informou que tinha um arranjo retangular de luzes estroboscópicas que alternavam nas cores vermelha, azul, verde e laranja. Nesse instante, um pequeno objeto saiu de dentro do aparelho e, a enorme velocidade, se aproximou do caça.
Foi naquele momento que algo espantoso ocorreu. O piloto tentou lançar um míssil AIM-9 Sidewinder, guiado por calor, mas o painel de armamentos falhou e ele perdeu toda a comunicação com a base. A única saída foi mergulhar para evitar colisão com o objeto menor, que o seguiu na manobra evasiva para baixo e, em seguida, retornou para o objeto maior. À medida que o caça se afastava do UFO, novamente o piloto obtinha controle total de seu avião — e quando novamente se aproximava, seus instrumentos voltavam a apresentar defeito. Assim é conhecida como a versão oficial do chamado Incidente em Teerã, de 1976. Porém, em 1994, em Oklahoma, Estados Unidos — bem longe do Irã —, um piloto da FAI concedeu entrevista ao diretor local da Mutual UFO Network (MUFON), Chuck Pine, revelando fatos ainda mais interessantes.
Velocidade vertiginosa
O piloto revelou, pela primeira vez, que naquela noite aconteceu uma verdadeira batalha aérea entre os aviões iranianos e o UFO, com avarias nos dois lados. Segundo ele, um total de cinco caças F-4 Phantom decolaram — e não dois, como se sabia até então —, liderados pelo general Avat Momageghi. Quando se aproximaram, o UFO subiu rapidamente de 2.000 m para 12.000 m de altitude, em velocidade estimada de 24.000 km/h. Os caças tentaram seguir o artefato em manobra ascendente. Porém, ao final, o avião do general apresentou problemas e eles cancelaram a perseguição — ainda de acordo com a testemunha, antes de sofrer interferências, um dos jatos se moveu para a esquerda e outro seguiu pela direita, disparando um míssil Sidewinder que teria de fato atingido o UFO na parte inferior. Alguns pedaços dele teriam caído no solo, mas o objeto não foi seriamente danificado, prosseguindo voo.
A coisa piora ainda mais. Naquele momento, o caça da esquerda tentou disparar seus mísseis, mas não conseguiu, restando apenas seus canhões Vulcan, que funcionaram de forma incontrolável. Os pilotos então trocaram de posição e bateram em fuga. Eles disseram que dois raios foram emitidos de cada
um dos lados do UFO e os atingiram por trás, mas conseguiram pousar na base, ainda que seriamente avariados — felizmente, a tripulação nada sofreu. Em sua estarrecedora revelação, o entrevistado relatou ainda que os pedaços do UFO lançados ao chão pelo míssil Sidewinder foram recolhidos e enviados para uma base secreta norte-americana, para análises. Posteriormente, a MUFON investigou o depoimento do piloto da FAI, quando o então editor da entidade, Dwight Connelly, descobriu que alguns detalhes não coincidiam, mas que a data — setembro de 1976 — parecia estabelecer relação entre um incidente já conhecido e o novo depoimento.
Assim, se o piloto da Força Aérea Iraniana (FAI) que fez as espantosas revelações estiver correto, provavelmente houve dois incidentes sucessivos naquela memorável noite — um que já constava nos anais da Ufologia Mundial e outro, muito mais sério, que somente agora seria conhecido. Mas outras questões importantes foram apontadas. Por exemplo, como o míssil Sidewinder, que é guiado por calor, foi dirigido para atingir somente a parte inferior do UFO? Por que a nave alienígena não desativou o projétil? E mais: quem de fato pilotou os outros caças envolvidos na perseguição? Estas perguntas começaram a despertar atenção, até que, em julho de 2006, pesquisadores da MUFON conseguiram localizar o piloto de um avião de tropas C-141 que sobrevoava a região naquele dia — sem se identificar, ele afirmou que algo muito sério ocorrera naquela ocasião, mas que só se pronunciaria após localizar seus registros de voo da época.
Agência de Inteligência
O que se tem por certo é que, naquela madrugada de setembro de 1976, uma perseguição aérea aconteceu nos céus iranianos colocando o país em evidência mundial no campo da pesquisa ufológica. Esse incidente também foi bem documentado em um relatório secreto da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) norte-americana, que distribuiu cópias para a Casa Branca, Secretaria do Estado, Agência Nacional de Segurança (NSA) e Agência Central de Inteligência (CIA) — mas ele acabou vazando. Inusitadamente, diversas autoridades militares iranianas envolvidas nos eventos também foram a público para afirmar sua crença em que o aparelho perseguido tinha origem extraterrestre. A busca por respostas evoluiu rapidamente, até que, em 2006, o ufólogo Roger Leir, consultor da Revista UFO na Califórnia e autor do livro Implantes Alienígenas [Código LIV-011 da coleção Biblioteca UFO. Veja seção Shopping UFO desta edição], entrevistou o general Parvis Jafari, um dos pilotos da FAI que estavam no segundo avião em perseguição aos UFOs.
No diálogo com Leir, Jafari, hoje residente nos Estados Unidos, revelou como o painel de instrumentos de seu avião falhou e que reação tomou quando viu que perdera controle sobre a máquina — ele passou por uma experiência de profundo pavor quando percebeu que estava à mercê do estranho veículo. Hoje aposentado e colaborando com as pesquisas ufológicas, Jafari compareceu à famosa reunião de imprensa com ufólogos em Washington, em 12 de novembro de 2007, relatando seu caso e aceitando ser um dos signatários do manifesto Declaração Internacional ao Governo dos Estados Unidos [Veja edição UFO 137, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Atualmente ele cerra fileira com ex-militares de todo o mundo que querem ver a realidade ufológica exposta. “Eu passei por uma experiência espantosa, assim como vários outros oficiais em vários países, e é importante que a sociedade saiba que isso se passa em nossos céus”, declarou.
Seu caso foi pesquisado pelos mais notórios ufólogos do planeta, a exemplo do norte-americano Bruce Maccabee, que também entrevistou o supervisor do turno da noite anterior na torre de controle do Aeroporto Mehrabad, Hossain Pirouzi, que controlava o radar. Entre 22h30 e 23h15, Pirouzi recebeu diversos chamados telefônicos que mencionavam as manifestações. Em princípio, ele não deu atenção, mas depois da quarta ligação, às 23h15, se dirigiu ao terraço com um binóculo e subitamente viu um UFO. “Tinha forma retangular e aproximadamente 8 m de extensão por 2 m de largura. Após observar melhor o artefato, pude perceber que era cilíndrico. Em suas duas extremidades estavam pulsando uma cor azul e no meio do corpo havia uma pequena luz vermelha que dava volta no
objeto. Eu estava pasmo”.
Casos iranianos abundam
Aturdido com o que via e com a chuva de telefonemas que recebeu, pouco depois da meia-noite de 19 de setembro Hossain Pirouzi comunicou os fatos ao Comando Aéreo Iraniano e, a partir daquele instante, o país entrou em estado de alerta e passou a constar definitivamente da casuística ufológica mundial. “Não sabíamos o que era aquilo. De fato, havia um objeto estranho sobre os céus de Teerã”, completou. Mas as informações se avolumam quando se observam registros provenientes de outras fontes sobre a intensa casuística ufológica iraniana. No livro Mysterious Sky: The Soviet UFO Phenomenon [Céu Misterioso: O Fenômeno UFO na Rússia, Publish America, 2006], os autores Paul Stonehill e Philip Mantle, consultores da Revista UFO, descrevem incidentes ao longo da fronteira entre Rússia e Irã, conhecidos a partir de fontes russas — segundo eles, existem registros que remontam aos primeiros anos do século XX, incluindo o ataque de um UFO que vitimou 12 pilotos russos na década de 60.
Em setembro de 1976, uma perseguição aérea aconteceu nos céus iranianos colocando o país em evidência mundial no campo da pesquisa ufológica. Esse incidente também foi bem documentado em um relatório secreto de uma agência de espionagem norte-americana
Em 20 de agosto de 2003, por exemplo, dois turistas viram um objeto luminoso de formato oval emitindo raios azuis e amarelos sobre o Mar Cáspio, no norte do Irã, quando dirigiam um carro. O avistamento durou apenas um minuto, mas foi marcante. Entre 12 e 21 de abril de 2004, uma onda de avistamentos teria sido relatada por milhares de pessoas em todo o território do país — um dos objetos, inclusive, foi filmado pela TV estatal iraniana. No dia 17, em visita a parentes, o engenheiro norte-americano Abi Golbazi filmou um artefato nã
o identificado nos céus durante 20 minutos. Segundo ele, “primeiro surgiu uma luz brilhante, mudando de cor e que parecia perfeitamente redonda. Pontos semelhantes a janelas se distribuíam ao seu redor e aquilo tinha uma abertura na parte de baixo da esfera”. Um turista que visitava o mausoléu de Cyrus, o Grande, em 16 de abril de 2005, também viu um disco cinza flutuando sem emitir sons, soltando vapor pelas extremidades — assustado, olhou para baixo e viu a sombra do artefato projetada no solo. A descrição do turista se assemelha a muitas outras que inundam os arquivos da Ufologia Mundial, vindas do Irã.
Acordo de mútua cooperação
Ainda em dezembro daquele ano a Força Aérea Iraniana (FAI) recebeu ordens de atirar em qualquer objeto voador desconhecido ou suspeito que sobrevoasse seu espaço aéreo, pois a maioria dos avistamentos aconteceu perto de instalações nucleares. Após uma série de episódios, a Rússia e o Irã assinaram acordo de mútua cooperação para analisar os casos ufológicos — principalmente aqueles que ocorreram sobre as províncias de Bushehr e Isfahan, onde existem usinas de processamento de material radioativo. Para completar, em 13 de fevereiro de 2005, o jornal norte-americano Washington Post publicou um artigo em que afirmou que pequenos aviões controlados remotamente, conhecidos como drones, sobrevoaram o Irã durante um ano em busca de evidências de programas de armamento nuclear e registraram estranhos artefatos sobre o país.
Os drones foram lançados a partir do Iraque e eram equipados com radar, câmeras de vídeo, câmeras fotográficas e filtros de ar projetados para colher amostras de material radioativo na atmosfera, obtendo assim informações adicionais àquelas colhidas por satélites espiões em órbita terrestre. De acordo com o jornal, esse tipo de atividade é procedimento padrão em preparativos militares para eventual ataque aéreo e empregado como ferramenta de intimidação — mas o registro dos estranhos aparelhos voadores, que transcendiam em velocidade as manobras de aviões conhecidos, surpreendeu.