A nave Dawn da NASA prossegue sua exploração do planeta anão Ceres, situado no principal Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter. Desde sua chegada ao pequeno mundo as atenções foram atraídas por uma cratera de 90 km de diâmetro, que exibe em seu interior intrigantes pontos brilhantes. A sonda já está em sua segunda órbita científica, circulando Ceres a 4.400 km da superfície, uma vez a cada três dias terrestres. Como resultado, suas câmeras captaram detalhes impressionantes da superfície do astro, com uma resolução de 410 m por pixel.
Ainda assim, a natureza das regiões brilhantes da cratera ainda não foi determinada. Além disso, os dois pontos visíveis nas primeiras fotos agora se tornaram locais brilhantes de forma irregular, e surgem acompanhados de outros pontos menores mas ainda assim gigantescos, tendo por base o tamanho da cratera. O principal investigador da Dawn, Chris Russel da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), disse: “Esses pontos brilhantes fazem de Ceres algo único, como nunca vimos no Sistema Solar. Reflexos em locais cobertos por gelo ainda são os principais candidatos, mas a equipe ainda considera outras possibilidades, como sal”.
Em 28 de junho, a Dawn iniciará os procedimentos para rumar para uma órbita ainda mais baixa, a 1.450 km de distância da superfície de Ceres, onde se estabelecerá no começo de agosto. A demora se deve a seus motores iônicos, extremamente eficientes, que entretanto tem um empuxo muito baixo, e precisam funcionar muito tempo para fornecer a aceleração necessária. Russell e sua equipe esperam então obter imagens melhores e em variados ângulos, para finalmente conseguir determinar o que são as misteriosas regiões brilhantes. A Dawn foi lançada em setembro de 2007 para investigar os maiores objetos do Cinturão de Asteroides, o asteroide Vesta (530 km) e o planeta anão Ceres (950 km). A nave orbitou Vesta de julho de 2011 a setembro de 2012, quando partiu rumo a Ceres, onde chegou em março de 2015, tornando-se o primeiro engenho terrestre a orbitar dois corpos celestes que não sejam a Terra e a Lua.
DESVENDANDO MISTÉRIOS DAS ORIGENS DO SISTEMA SOLAR
A Dawn, que também é a primeira nave a orbitar um planeta anão, já auxiliou a determinar as diferenças que exister entre Vesta e Ceres. Os dois objetos são muito marcados por crateras, porém o planeta anão mostra mais evidências de atividade geológica em sua superfície, como fluxos e deslizamentos de terra. A Dawn deve prosseguir sua missão em órbita de Ceres pelo menos até junho de 2016. Nesse período, estará então em uma órbita muito próxima, a somente 375 km de distância de sua superfície, obtendo imagens detalhadas e utilizando seus instrumentos para obter mais dados a respeito de Ceres.
Confira um vídeo feito com imagens da Dawn
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