Na data de 27 de setembro de 2016, aproximadamente às 20h00, fomos solicitados pelo editor da Revista UFO, A. J. Gevaerd, para procedermos a exame em local de ocorrência de um sinal em área agrícola sugerindo a ocorrência de agroglifo, no município de Prudentópolis, Paraná. Tendo comparecido ao local e realizado os necessários exames, apresentamos o relatório a seguir.
Caracterização do local
Prudentópolis é um municípiode tamanho médio localizado a 200 km de Curitiba, na latitude25° 12’ 46” S e longitude:50° 58’ 40” O, com altitude de 840 m e em uma área aproximada de2.308 km², localizando-se ao lado da BR-373, entre Ponta Grossa e Guarapuava, com acesso também pela BR-277, ao sul.
A cidade é a segunda maior da região centro-sul e centro-oeste do estado, estando apenas atrás de Guarapuava, com economia eminentemente agrícola, havendo na cidade o Campus Avançado de Prudentópolis da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Possui uma população estimada de cerca de 50 mil habitantes, dos quais a maior parte é descendente de ucranianos.
O local palco do evento é denominado Fazenda Estrela, situada à margem da estrada sem pavimentação denominada Linha Galícia, a qual tem sua origem em uma estrada pavimentada denominada Linha Esperança e distante aproximadamente 5,5 km da rodovia PR 160/BR 373.
O acontecimento
No dia 27 de setembro de 2016, Rodolfo Schier, em e-mail enviado a Gevaerd, comunica o surgimento de um possível agroglifo em Prudentópolis. No mesmo dia, Tito Santini, morador daquela cidade, enviou vídeo a Gevaerd contendo imagens da mesma figura. Ainda em 27 de setembro 2016, por meio de contato telefônico de Gevaerd, Éder Renato Rickli, proprietário da Fazenda Estrela, este informou que:
“Os sinais constatados teriam sido coisa feita por alguns amigos, os quais teriam adentrado sobre a plantação de trigo com um veículo (caminhonete) e efetuado uma manobra denominada ‘cavalo de pau’ sobre a plantação. Não haveria nada de extraordinário na figura. Que isto seria uma brincadeira de quem não tem mais o que fazer”.
No dia 28 de setembro de 2016, o senhor Selmo Oliveira, morador em área limítrofe com o campo cultivado, onde ocorreu a formação do sinal, informou que nem ele, nem seus familiares ou vizinhos perceberam qualquer movimentação de pessoas pela região no dia 27, em que surgiu o agroglifo, nem observou nenhum fenômeno estranho como luzes no céu ou coisas similares.
Do agroglifo
Palco do evento é área de cultivo de trigo, então ainda imaturo e verde, mas com as espigas já bem formadas, situada a aproximadamente 5,6 km em linha reta do ponto central da cidade de Prudentópolis. O sinal observado tratava-se de um desenho de grandes dimensões, formado pelo contraste de coloração e relevo entre o trigo intacto e as hastes de trigo deitadas e paralelas ao solo, localizado nas coordenadas geográficas: latitude 25° 09’ 56” S e longitude 51° 00’ 26” O.
Descrição das formas:
# Tratava-se de figura composta por duas circunferências concêntricas, cada qual com uma largura de 1,0 m, medido a externa 61,0 m de diâmetro e a interna 42,0 m de diâmetro.
# Havia na área central das circunferências uma figura semelhante a uma flor com seis pétalas, com um diâmetro aproximado de 68,0 m de comprimento e largura de 5,6 m.
# Havia na circunferência externa a presença de uma circunferência menor, com 12,5 m de diâmetro em sua região superior, convencionada por este autor, e dois círculos nas laterais, próximos à região inferior, um com 8,0 m de diâmetro e o remanescente com 12,0 m de diâmetro, conforme se pode observar no croqui elaborado.
# Constatou-se que em todas as circunferências e círculos o trigo se encontrava “acamado” ou deitado em sentido anti-horário, de forma harmoniosa, com característico aspecto “penteado” e com as bordas, entre o acamamento e as plantas em pé, formando um ângulo de 90°.
# Constatou-se que na figura central o trigo se encontrava acamado ou deitado em sentido centrípeto, ou seja, das extremidades para o centro, com as dobras bem rentes ao solo, de forma harmoniosa, com característico aspecto penteado e com as bordas, entre o acamamento e as plantas em pé, formando um ângulo de 90°.
# Considerou-se, com base na orientação de duas bússolas magnéticas, que o agroglifo se encontrava orientado no sentido norte-sul, não coincidindo, entretanto, com o alinhamento norte-sul verdadeiro.
# Notou-se ainda que o campo apresentava algumas pequenas áreas com deitamento parcial do trigo em orientação difusa, formando manchas irregulares, as quais são ocasionadas pelo vento em um fenômeno conhecido como microburst.
# Constatou-se, também, a existência de algumas marcas produzidas nas plantas pela passagem de pessoas, as quais foram até o local por curiosidade, sendo muito irregulares, e ainda marcas de rodado de maquinário agrícola.
# Verificou-se ao fundo destas marcas produzidas nas plantas pela passagem de pessoas, ainda que com dificuldade, a inexistência de marcas de pegadas. Esta dificuldade se deu devido ao solo se encontrar bastante endurecido ou ressecado.
# Estas marcas são muito distintas das constatadas no agroglifo, também observadas no local, apresentando as linhas de borda mais irregulares e não denotando nenhum aspecto angular, mas sim formando uma curvatura das hastes para ambos os lados, ficando o perfil destas linhas em forma de “U” irregular. As hastes junto ao solo estão quebradas e/ou fraturadas e entrelaçadas, também diferindo totalmente do aspecto do observado no interior do agroglifo.
# A mensuração efetuada por meio de equipamento sensor de campo magnético, chamado magnetômetro gaussiano, não registrou nenhuma variação significativa no magnetismo local.
# Testes efetuados com aparelhos de telefonia celular, tanto deste autor como de outras pessoas presentes na região da plantação externa ao agroglifo, resultaram em funcionamento anormal, com a ligação muito ruim devido ao sinal se apresentar muito fraco ou ausente.
# Testes efetuados com aparelhos de telefonia celular, tanto deste autor como de outras pessoas presentes, levados a efeito no interior do agroglifo, obtiveram êxito com ligações de muito boa qualidade, com sinal entre bom e ótimo.
Considerações finais
É imperioso mencionar que durante o período entre 12h30 e 14h30, em que este autor se ausentou para almoçar, surgiu um sinal no trigal com cerca de 10,0 m em sua maior extensão e compondo o numeral “43”, com alguns sinais sugestivos de ação humana, conforme comumente observado nos falsos agroglifos.
Entre estes sinais estavam desenhos com irregularidades em seu alinhamento, hastes da vegetação quebra
das ou partidas, hastes com aspecto ligeiramente entrelaçado, soerguimento progressivo de algumas hastes com o passar do tempo e relativa assimetria. Pelos achados nesta formação, contrastantes com o constatado no agroglifo, consideramos este novo sinal como falso.
Observamos e constatamos que no agroglifo não havia nenhum sinal característico de ação humana, conforme o comumente observado nos falsos agroglifos, quais sejam: contorno dos desenhos com irregularidades, hastes da vegetação quebradas ou partidas, hastes com aspecto ligeiramente entrelaçado, soerguimento progressivo de algumas hastes com o passar do tempo e desenhos mal feitos ou com assimetria. Foram coletadas amostras vegetais e de solo de áreas externas e internas ao agroglifo, as quais serão submetidas a análises e experimentos posteriores.
Conclusões
O desenho é geométrico, simétrico, harmônico e de execução complexa, denotando ser um efeito inteligente. Não é possível que um fenômeno inteligente tenha origem em uma causa que não o seja. Portanto, conclui-se que a causa do fenômeno é inteligente também. Isto posto, verificando que o agroglifo ora examinado apresenta as características constantes nos agroglifos autênticos estudados cientificamente em todo o planeta, concluímos pela sua autenticidade.
Este relatório foi elaborado e redigido por mim, Inajar Antonio Kurowski, que o subscrevo, composto em 11 laudas escritas. Ilustram o presente trabalho 4 figuras e 5 imagens digitalizadas e legendadas [Removidas para esta publicação]. Sendo estas as declarações que temos a fazer sobre este agroglifo e nada mais tendo a acrescentar, damos por findo o exame e investigação solicitados.
Curitiba, 30 de setembro de 2016.
Inajar Antonio Kurowski
Coeditor da Revista UFO.
Coordenador do Grupo de Análises de Imagens da Revista UFO.