Uma significativa quantidade de ufólogos em todo o mundo considera importante ter noção exata dos aspectos métricos, mensuráveis ou dimensionais dos UFOs: quantas janelas tinha a nave observada, que tamanho aparente apresentou, qual era a relação entre seu comprimento e sua largura, a que velocidade se deslocou, de onde surgiu e para onde seguiu etc. Esses estudiosos têm contribuído muito para engrossar estatísticas sobre o Fenômeno UFO — existem em todo o globo, hoje, vários bancos de dados alimentados com essas informações.
No entanto, se servem como referência sobre as constantes observações de veículos extraterrestres em nossos céus, tais dados pouco ou nada acrescentam à outra discussão, considerada por grupo menor de ufólogos como verdadeiramente mais importante: de onde vêm nossos visitantes, o que querem de nós e como podemos entendê-los? Mas a pesquisa ufológica de um grupo não inviabiliza a do outro. Ao mesmo tempo em que precisamos de dados métricos, mensuráveis ou dimensionais sobre os UFOs, precisamos também ousar mais em tentar conhecer o âmago de sua manifestação — e para isso é imprescindível nos debruçarmos sobre a origem de nossos visitantes, seu interesse por nossa espécie e, finalmente, o que um contato com eles representará para a humanidade terrestre.
Não há equilíbrio entre as categorias de estudiosos que se dedicam a estas distintas questões — a primeira é muito mais numerosa que a segunda. E há um agravante: por sua natureza subjetiva e pelas enormes dificuldades de se encontrar matéria-prima para investigação da natureza íntima dos UFOs e seus tripulantes, geralmente as informações nessa área são provenientes dos meios místicos, muitas vezes contaminadas com esoterismo de baixa qualidade.
Com a natural recusa dos ufólogos ortodoxos — ou científicos — em se dedicarem à investigação desses aspectos, por alegarem não ter subsídios para fazê-lo, as questões relativas às origens, intenções e consequências do Fenômeno UFO sobre nossa espécie vão ficando para depois, indefinidamente. Em vez de um esforço concentrado dos indivíduos que se dedicam aos aspectos materiais e os que preferem os aspectos não materiais da manifestação ufológica, vemos distanciar-se cada vez mais o verdadeiro entendimento de seu significado.
Além da superficialidade
Os porquês e comos parece que custarão muito a vir. No entanto, alguns estudiosos dos aspectos não materiais dos UFOs têm levantado sua voz quanto aos temas relegados ao futuro. Surpreendentemente, são pessoas originadas do mais refinado meio científico que, arquitetando ideias e compondo cenários, têm conseguido vislumbrar o fenômeno além de sua superficial materialidade. Fazem suas análises tendo como ponto de partida o que se sabe do comportamento de nossos visitantes, agora e no passado, seu modus operandi em aproximação ao ser humano e as condições que cercam suas observações.
E mais: como cientistas, empregam um leque de disciplinas — da física à antropologia, da matemática à sociologia etc — para avaliar os resultados de suas investigações e aplicá-los à realidade terrena. Uma boa dose de análise estatística e o saudável emprego da lógica também levam estes ufólogos de vanguarda a oferecerem substancial contribuição ao entendimento das manobras que fazem várias civilizações com relação à Terra.
“A resposta está bem mais perto do que pensamos, e dentro de nosso ambiente planetário encontramos muitas peças deste quebra-cabeças”, diz um dos principais representantes dessa categoria de ufólogos — que sequer usam esse título —, o ex-professor da Universidade da Califórnia, especialista em futurismo e consultor em tecnologias emergentes, James J. Hurtak, que tem um artigo publicado nesta edição. Para ele, a busca por respostas sobre a presença alienígena na Terra passa irremediavelmente por uma análise dos Ts — os próprios terrestres.