A pergunta que todos fazem agora é: o que muda na ufologia após o episódio Kodachrome?
Na minha humilde opinião muda tudo. Essa história ainda terá mais alguns capítulos, pois por mais que se tenha quase certeza de que a criatura seja uma criança indígena mumificada, ainda resta aquele fio de esperança dentro dos corações dos ufólogos mais apaixonados.
Jaime Maussan está sendo criticado e bombardeado dentro e fora da comunidade ufológica mundial. Jaime já em seu currículo algumas farsas já confirmadas, mas que ele ainda acredita que sejam evidências reais. Não estou aqui afirmando que ele sabia ou não que se tratavam de embustes, mas como já escreveu o Gevaerd, ou ele é ingênuo ou então é muito mal assessorado. Pode ser ambas as coisas, ou nenhuma delas.
De qualquer forma a ufologia foi atingida de forma violenta e quase letal. Isso porque fez-se em torno da divulgação de uma evidência incontestável um verdadeiro circo e criou-se uma expectativa nunca (ou quase) vista antes. Desde novembro, quando se falou abertamente sobre o assunto, isso não sai da cabeça de qualquer pessoa interessada no fenômeno ufológico. Era algo que estava ligado a um evento verdadeiro, que foi a queda de um UFO na cidade de Roswell, no Novo México, EUA, em 1947. Se falava aos quatro ventos que essa era a prova cabal, a evidência final, ou como dizem os americanos, “The smoking gun”. A decepção, como já é sabida, foi enorme. Menos de 24 horas após a divulgação das imagens dos slides Kodachrome, já haviam dezenas de imagens e relatos que evidenciariam a fraude. O pior: cada das 6 mil pessoas que estavam no auditório na Cidade do México para assistir in loco as foto pagaram 20 dólares. Hoje pergunta-se se Jaime irá reembolsar essas pessoas.
Como eu disse, essa foi uma punhalada próximo ao coração da ufologia. Houve até pedido de desculpas pública de Anthony Bragalia, um dos que mais apoiou Maussan. Ele reconheceu que o ser era na verdade uma criança indígena norte-americana mumificada. A ferida está aberta. Eu fico pensando o que se passa na cabeça dos governos mundiais que escondem as informações de nós ufólogos: “para que nos preocupar com esses caras se eles mesmos se descreditam?”.
Vejam pelo lado de quem teve um avistamento ou um contato real com um alienígena ou com um disco voador. Você acha que essa pessoa virá à público contar sua fantástica experiência para correr o risco de ser ridicularizada pela sociedade? Ela confiará nos ufólogos? Claro que não. E ai quantas evidências que poderiam mudar o mundo cairão no esquecimento ou jamais serão reveladas?
O que mudou na ufologia? Tudo! Não podemos mais engolir qualquer coisa. Não estou dizendo apenas o público, mas também nós ufólogos. Não podemos ser hipócritas! Nós, ufólogos, muitas vezes tapamos o sol com a peneira ou fazemos vistas grossas para colegas que usam a ufologia para se promover, para vender livros, vender óleos curandeiros, para vender fotos de alienígenas e UFOs. E isso ocorre em todo o mundo. A ufologia não pode ficar em evidência a qualquer custo, ela tem que ser séria, conduzida por pessoas sérias. Só assim seremos levados a sério e traremos “problemas” para aqueles que querem acobertar as evidências. Temos que cortar na própria carne? Sim, temos. Vai doer, mas depois cicatriza. Eu acho que essa seria a oportunidade para a ufologia mundial, ou no mínimo, a brasileira, de tomar um novo rumo.
Gostei do que escreveu o Anthony Bragalia em seu pedido de desculpas: “Aprendi muito sobre mim e as coisas que eu tenho que mudar para ser um pesquisador melhor. Eu tenho que ser menos crente em tudo, mais discernente e menos acusador contra aqueles com os quais eu discordo”. E nós?
Estou escrevendo um artigo para a Revista UFO sobre esse episódio, onde apresentarei os dois lados da história, além de informações importantes. Para este artigo também realizei uma entrevista via Skype com Jaime Maussan, onde ele expõe suas idéias, conclusões e defesas.
Não percam!