Graças ao contínuo aprimoramento de projetos como o Search for Extraterrestrial Intelligence [Busca por Inteligência Extraterrestre, SETI], Messaging to Extraterrestrial Intelligence [Mensagem para Inteligência Extraterrestre, METI], entre outros [Veja METI: um protocolo para os contatos extraterrestres e Alexander Zaitsev: O Paradoxo de SETI], é possível que mais tarde ou mais cedo seja encontrada a inteligência procurada. Devido à lei de Moore – proposta pelo co-fundador da Intel, Gordon E. Moore, que “profetizava” a duplicação da capacidade dos computadores a cada um ou dois anos -, essa situação torna-se cada vez mais provável.
De acordo como o astrônomo e fundador do SETI, Frank Drake, as pesquisas atuais são 100 trilhões de vezes mais eficientes do que há 50 anos, e não existe previsão para o fim dessas melhorias. Se existir um ET lá fora, será estabelecido contato. No entanto, o que acontecerá quando o fizermos? Como será a resposta deles?
Questões como essas são cada vez mais seriamente consideradas pelo mais antigo e um dos mais prestigiados jornais científicos do mundo, o Philosophical Transactions of the Royal Society A, que dedicou 17 artigos da edição de fevereiro à “Detecção de Vida Extraterrestre e suas Conseqüências para a Ciência e Sociedade”. Por exemplo, várias teorias sugerem que a sociedade colapsará devido ao medo e/ou anarquia generalizada; ou que os cientistas e políticos se vão unir numa conspiração para ocultar a verdade.
De acordo com Stephen Hawking, não temos motivos para falar sobre isso. “Só precisamos olhar para nós mesmos para ver como a vida inteligente pode se desenvolver e resultar em algo que não gostaríamos de encontrar”, referiu em documentários do Discovery Chanel. Considerando a história de confrontos entre civilizações terrestres, nas quais os mais avançados escravizavam ou destruíam os menos desenvolvidos, Hawking concluiu: “Se os extraterrestres nos visitarem um dia, eu acredito que o resultado seria muito parecido com o que aconteceu quando Cristovão Colombo chegou à América, o que não foi muito agradável para os nativos americanos” [Veja Stephen Hawking: “Eles não são nossos amigos”].
Mito humano para maldade alheia
Na verdade, qualquer civilização capaz de empreender longas viagens espaciais terá que ter avançado muito além do mero colonialismo explorador e de fontes de energia não sustentáveis. Escravizar os nativos e apoderar-se dos seus recursos pode ser lucrativo a curto prazo para as civilizações terrestres, mas essa estratégia poderá não persistir nas dezenas de milhares de anos necessárias para as viagens espaciais interestelares e sociedades galácticas.
Nesse contexto, podemos entender que as civilizações extraterrestres nos pressionam a considerar a natureza e o progresso da civilização terrestre, nos dão a esperança de que se ou quando estabelecermos contato, pelo menos alguma “inteligência” terá conseguido atingir um nível no qual a incorporação de novas tecnologias substituiu o controle e manipulação das pessoas, e a exploração do espaço superou a conquista de terras.