Há várias décadas o tema dos objetos submarinos não identificados é tratado por historiadores convencionais e de assuntos paranormais. “Eram enormes superconstruções, como rodas que penetravam na atmosfera da Terra. Vendo-se ameaçados com a desintegração, mergulhavam no oceano ou em algum outro meio mais denso em busca de alívio”. Foi o que escreveu Charles Fort em seu lendário O Livro dos Danados. Assim como esta, uma grande quantidade de obras produzidas por autores de renome ao longo das últimas décadas tem investigado a curiosa afinidade que existe entre os objetos voadores não identificados e os lagos, rios e mares do nosso planeta. Um dos livros mais recentes é OSNIs: O Enigma dos Objetos Submarinos Não Identificados [Código LIV-022 da coleção Biblioteca UFO. Veja Shopping UFO desta edição], do pioneiro italiano Roberto Pinotti — ele trata do assunto em detalhes, apresentando um panorama mundial.
Tratar do tema envolve discutir desde a existência de bases submarinas, supostamente operadas por alienígenas exóticos, até civilizações completas de seres aquáticos — que alguns estudiosos garantem serem os herdeiros da mítica Atlântida —, dotadas de uma tecnologia tão avançada que incluiria até naves espaciais. Estes só permitiriam aos humanos avistamentos rápidos de sua atividade e existência na profundidade dos mares, como vem ocorrendo há décadas e está bem registrado na literatura ufológica mundial. Não obstante, tem-se escrito menos sobre aqueles casos em que naves não identificadas, sem importar sua hipotética origem, fazem uso das águas do nosso planeta para propósitos que estão relacionados com a alimentação, moradia, atividades e a propulsão. Falaremos em especial desta no presente trabalho.
Ao se pensar na ação de seres extraterrestres nas profundezas abissais da Terra, é inevitável que surjam lembranças da antiga série de televisão V — A Batalha Final [1984], que postulava que enormes discos voadores eram tripulados por reptilianos provenientes da estrela Sírius. Eles vinham até aqui drenar nossos mares em benefício da sua civilização — e, no processo, levavam nossos patrícios para fins alimentares, em suas naves-frigorífico. Apesar da densa atmosfera de ficção científica, alguns estudiosos mais ousados defendem esta possibilidade seriamente. Há décadas se fala que as naves alienígenas que visitam nosso planeta conseguem fazê-lo porque viajam mais rápido do que a luz — graças a avançadíssimos reatores de fusão nuclear que existiriam a bordo.
Fusão nuclear controlada
Seria este seu método de propulsão? Em linguagem simples, fusão é a reação termonuclear que se obtém quando núcleos de átomos se unem para formar outros de maior peso, resultando em um fantástico desprendimento de energia — processo mediante o qual as estrelas emitem luz e calor. A fusão nuclear controlada representaria uma fonte energética muito maior do que podemos obter com nossos reatores atuais de fissão atômica — o processo inverso, de divisão de núcleos atômicos maiores em unidades menores, também com fantástica emissão de energia. Apesar de alguns cientistas afirmarem que já obtiveram a polêmica fusão a frio, criando escândalos na comunidade científica, a tecnologia humana neste campo parece ter se estagnado desde a década de 70.
O debate sobre o Fenômeno UFO que veio depois sugeriu a existência de outros meios de deslocamento para os UFOs, que os permitiria viajar com rapidez, eficiência e segurança entre os planetas do universo. Entre eles estariam a propulsão iônica e a fotônica, de plasma e até o emprego de antimatéria. Mas os proponentes da teoria da propulsão por fusão nuclear têm na sua tese a vantagem de poderem se fundamentar em casos ufológicos em que testemunhas de credibilidade afirmaram terem visto objetos não identificados retirarem água de nossos lagos, pântanos, rios e mares, para fins desconhecidos, mas possivelmente para reabastecer suas fontes de energia — o material fusionável e a água seriam os componentes básicos para realizar o processo.
Em 1980, em um trabalho intitulado Flying Saucer Technology [Tecnologia dos Discos Voadores, Actual Press], o investigador e físico nuclear Stanton Friedman, correspondente internacional da Revista UFO no Canadá, explicou o papel que levaria a fusão nuclear como fonte energética dos UFOs, sugerindo a existência de numerosos efeitos e maneiras com os quais se poderia fazer uso de motores empregando tal método. “Um dos sistemas mais atrativos seria a propulsão interestelar à fusão”, escreveu Friedman. O método consistiria em produzir a reação de tão somente aquelas partículas que, ao se fundirem, resultariam em partículas carregadas em vez de neutras.
Isótopos de hidrogênio
Isso permitiria, em tese, guiar as partículas mediante o uso de campos eletromagnéticos, algo que parece não ser possível com partículas neutras mais dispersas. Outro aspecto positivo na utilização de um motor à fusão seria a vasta disponibilidade de isótopos de hidrogênio e hélio em todo o universo. Uma nave espacial poderia obter combustível em qualquer lugar do cosmos, e onde seria melhor do que os lagos e mares de nosso planeta? Jacques Scornaux e Christine Piens, autores de La Recherche des OVNIs [A Pesquisa dos UFOs, Aura Editores, 1977], também fazem menção das vantagens evidentes da fusão nuclear, devido à baixa produção de dejetos radioativos, advertindo que “os meios de propulsão empregados pelas enormes naves-mãe e os veículos expedicionários menores podem ser completamente diferentes”.
Ainda que os autores franceses defendam a fusão como o meio de propulsão empregado pelos seres extraterrestres, não deixam de enfatizar que o processo controlado seria uma fonte de energia bastante fraca na hora de realizar as paradas e arrancadas repentinas tantas vezes observadas em discos voadores. Outros pesquisadores do Fenômeno UFO se manifestaram dizendo que a densidade da água representaria uma barreira altamente eficaz contra as radiações mortíferas que emanariam de qualquer suposta fonte de energia a bordo de uma nave alienígena — daí a necessidade de reabastecimento que tem sido obser
vada por tantas testemunhas, tão frequentemente. No livro O Triângulo das Bermudas, de Charles Berlitz [Editora Nova Fronteira, 1978], encontramos uma entrevista com o doutor Manson Valentine acerca da presença de discos voadores no Oceano Atlântico.
Valentine informa que os guardas florestais e visitantes do Pântano Okeefenokee, na Flórida, viram objetos voadores não identificados sobrevoando a região e extraindo água das imediações. Valentine também foi testemunha de um disco voador disparando um raio de luz azul sobre as águas de um lago nos Estados Unidos, em 21 de agosto de 1963, próximo de Ashton. “É provável que reponham o líquido de seus estoques ou, talvez, levem amostras dele e da fauna local para estudar em seus mundos de origem”, especula. Em certas ocasiões foi possível ver os tripulantes dos UFOs valendo-se de maneiras menos exóticas de conseguir água.
Seres de um metro
Em um caso canadense ocorrido no verão de 1960, duas testemunhas ouviram um zumbido que encheu o ar e despertou sua atenção, quando, então, observaram uma nave circular de cor verde que repousava na margem do Lago Duckbill, enquanto seus tripulantes se dedicavam a extrair água. “Eram quatro criaturas diminutas em trajes verdes”, declarou uma das testemunhas ao seu professor, no município de Atikohan, em Ontário. Um dos observadores gritou de medo e os seres se refugiaram, assustados, no veículo voador, que decolou e desapareceu em questão de segundos.
Casos assim são conhecidos em todo o mundo, mas parecem ocorrer com extraordinária frequência nos pântanos da Flórida e nos lagos de Ontário. Existiria algo especial nestes locais que atrairia a atenção de nossos visitantes? O investigador canadense John Robert Colombo revela uma carta que recebeu de um empregado de uma mina de Atikohan, mesmo lugar do caso anterior, que observou um objeto não identificado a uns 250 m do Lago Duckbill, próximo de uma costa rochosa. O artefato, descrito como um anel gigante tinha à sua volta seres de um metro de altura, cujas cabeças eram cobertas por gorros azuis — com a exceção do que tinha um de cor vermelha e que parecia ser o chefe daquela tripulação.
Os UFOs sugerem a existência de outros meios de deslocamento, que os permitiria viajar com rapidez, eficiência e segurança no universo. Entre eles estariam a propulsão iônica e a fotônica, de plasma e até o emprego de antimatéria
Um dos seres portava uma mangueira de cor verde e brilhante, e parecia “estar absorvendo o mesmo volume de água que estava descarregando”, declarou a testemunha. Este evento ocorreu em 02 de julho de 1950 e, de lá para cá, muitos outros se repetiram na região. Se um veículo supostamente habilitado para cruzar distâncias siderais se vê obrigado a utilizar mangueiras para lavar seus sistemas internos ou para se reabastecer da água que requer seu eventual motor de fusão, não devemos ficar surpresos ao ler um caso em que tripulantes utilizaram tubos de ensaio para realizar seu trabalho, como tem ocorrido. Outro caso interessante envolvendo UFOs e água foi presenciado por Kathy e Gary Malcomb no Lago Champlain, no estado de Nova York.
O casal notou um objeto em forma de prato, que parecia ter uma enorme hélice saindo de sua estrutura, aterrissar sobre o lago. Quatro criaturas com gorros verdes introduziram uma mangueira de plástico igualmente verde na água, bombeando líquido para o interior da nave. Novamente, o uso de uma mangueira. E mais uma vez, seres com gorros foram vistos. Durante as espantosas ondas ufológicas das décadas de 50 e 60, foram feitos relatos de que grandes quantidades de água teriam desaparecido dos estados de Nebraska, Ohio e Dakota do Sul. Um dos melhores casos do gênero ocorreu em meados dos anos 60 na Reserva Indígena Wanaque, no estado de Nova Jersey — o local é cenário de constantes avistamentos e de muitos encontros entre policiais e moradores com seres extraterrestres.
“Sugada e levada para cima”
Os acontecimentos começaram em outubro de 1966, quando agentes da polícia de Pompton Lake começaram a receber chamadas telefônicas e a ter experiências próprias com luzes brilhantes que se movimentavam sobre uma represa, um corpo de 90 bilhões de galões de água situado em um lugar bastante isolado. O sargento Ben Thompson foi testemunha de um objeto que parecia “uma cobertura com forma de bola de futebol americano”, estacionado exatamente sobre as águas, às 21h15 do dia 11 daquele mês. O objeto voador não identificado parecia exercer uma atração curiosa sobre o conteúdo da represa, fazendo com que a água fosse “sugada e levada para cima”, segundo declarou o policial em uma entrevista concedida a Lloyd Mallan. “O objeto voador levantava uma grande manta de água a uns 200 m. Era possível ver como o líquido se elevava”.
Ainda que os objetos que operavam nas proximidades de Wanaque, naquela época, fossem fenômenos naturais, como alegaram os céticos, eles manifestavam uma capacidade que seria de grande utilidade para uma nave que requer o uso de água para propósitos desconhecidos. Outro incidente na represa esteve relacionado com um raio de luz brilhante com forma de funil, “tão potente quanto o farol de uma locomotiva”, segundo o chefe de polícia John Casazza. A luz parecia proveniente de um objeto que não era visível a olho nu, talvez devido à qualidade quase cegante do raio.
Casazza tinha certeza de que a luz não era originada de nenhum artefato conhecido. O objeto que projetava o raio sobre a represa estaria sugando a água da mesma maneira que os artefatos vistos na Flórida pelo doutor Manson Valentine. A associação entre o desaparecimento de água e o Fenômeno UFO prossegue até os nossos dias, como mostram casos de datas mais recentes. Em 1988, os ufólogos Richard Dell’Aquila e Dale Wedge investigaram casos de atividade extraterrestre nas águas do Lago Erie, o mais raso dos Grandes Lagos da América do Norte e o único que se co
ngela completamente no inverno — que possui uma central nuclear e uma central elétrica movida a carvão em suas proximidades. Uma moradora da região afirmou ter visto um objeto em forma de dirigível e com uma luz em cada extremo da fuselagem se balançando sobre o lago, com o movimento que já é característico dos UFOs.
Pesquisa e acobertamento
O artefato era cinza e suas dimensões foram estimadas como maiores do que as de um campo de futebol norte-americano. “Aquilo fez ranger e quebrar o gelo da superfície do lago congelado”, disse a testemunha. Quando o “dirigível” desapareceu, os observadores pensaram que havia submergido da superfície gelada do lago, já que pedaços de gelo gigantescos podiam ser vistos na zona da suposta aterrissagem. Tratava-se de um veículo extraterrestre buscando onde se ocultar ou, talvez, tentando obter água em estado sólido? O veredicto da Guarda Costeira dos Estados Unidos foi de que os “planetas Júpiter e Vênus estavam em conjunção naquela noite, e isto era o que as testemunhas tinham visto”. Risível, sim. Afinal, estávamos no auge do ceticismo quanto à presença alienígena na Terra, ainda sob influência dos programas oficiais norte-americanos para pesquisa e acobertamento ufológico.
Toda a complexa fenomenologia ufológica também tem mostrado certa predileção pelos lagos congelados, como o Boshkund, de Minden, também no Ontário. Testemunhas das aterrissagens de aparelhos estranhos naquela região disseram que os artefatos pousavam sobre o gelo do lago ou flutuavam sobre os cabos de alta tensão. Ou, mais curioso ainda, que flutuavam sobre os buracos que permaneciam no gelo depois que os pescadores haviam retirado suas tralhas de pesca da superfície. Quando não existem lagos, até cisternas funcionam como substituto para a ação de UFOs. Em 19 de março de 1993, um enorme objeto circular foi avistado por três crianças que se encontravam na entrada do Parque Estadual Bosque Seco, em Porto Rico. Os meninos — identificados como Hector, Raúl e José — chamaram outros vizinhos da região para que testemunhassem o enorme veículo que banhava a área com luzes policromáticas, enquanto ficava suspenso sobre a torre da cisterna no centro do bosque.
Também na Amazônia
Raios luminosos de várias cores banharam a mata, deixando as testemunhas atônitas. Ainda que se tenha dado parte às autoridades, não se sabe se chegou a ser feito um relatório na delegacia de polícia de Guánica, a mais próxima. Em um relato sobre avistamentos de UFOs no Brasil, publicado em 1995, a ufóloga Encarnación Zapata Garcia registrou visitas de naves alienígenas à represa de Ituparanga, em Votorantim, São Paulo. Uma das fontes de Encarnación foi Marcos Lara, que costumava visitar o local com amigos e, às vezes, passava a noite acordado, em vigília, aguardando a eventual manifestação de objetos voadores não identificados.
Em uma ocasião, Lara viu artefatos inusitados que se movimentavam sobre a superfície da água antes de levantar voo, mas a distância o impediu de constatar se estavam envolvidos em algum tipo de atividade. Enfim, casos como estes abundam em todo o globo, em especial nos locais já citados e na Amazônia, evidentemente pela maciça quantidade de água que contêm.