O americano Roger D. Kornberg, ganhador do Nobel de química deste ano, disse que “quando o telefone tocou, eu estava completamente aturdido”, e que “ainda estou tremendo. Espero conseguir me acalmar em breve”. Kornberg, filho de Arthur Kornberg, que ganhou um Nobel de medicina nos anos 50, foi premiado por seus estudos sobre o processo de transcrição, que usa a informação dos genes para produzir proteínas.
A compreensão da transcrição é importante no estudo de doenças como o câncer, e também para o uso terapêutico das células-tronco. Kornberg recebeu a notícia de que havia sido premiado ao voltar para sua casa, na Califórnia, depois de uma viagem à Europa. Ele fez as primeiras declarações públicas sobre o prêmio numa entrevista coletiva, por telefone, com jornalistas reunidos na capital da Suécia, onde são anunciados os prêmios Nobel.
O pai de Kornberg, Arthur, dividiu o Nobel de Medicina de 1959 com Severo Ochoa, por seus estudos sobre a transferência de informação genética de uma molécula de DNA para outra. Roger Kornberg disse que se lembra de viajar com o pai para Estocolmo, para a cerimônia de entrega do prêmio.
“Sempre fui um admirador do trabalho dele e de muitos outros que o precederam. Vejo-os como os verdadeiros gigantes dos últimos 50 anos. É difícil me colocar como um deles”, disse. “Embora soubesse da possibilidade – de ganhar o Nobel -, nunca pude conceber ter imaginado que virasse realidade”.
Os Kornbergs são o sexto conjunto de pais e filhos ganhar o Nobel. Existe apenas um par de pai e filha: Pierre Curie e Irene Joliot-Currie ganharam os prêmio de física e química, respectivamente. A mãe de Irene, Marie Curie, ganhou dos prêmios Nobel, de química e de física.