Alguns pesquisadores sempre se opuseram à idéia de uma classificação de ocupantes (1) de OVNIs apresentando argumentos que poderiam ser resumidos da seguinte forma: “A raridade deste tipo de observação, a pobreza de dados que possuímos sobre os ocupantes, as condições ambientais das observações, a falta de conhecimentos biológicos apropriados das testemunhas para esse tipo de observação etc, eliminam o valor desses casos para fins de uma classificação tipológica”. Vamos analisar por partes essas afirmações.
RARIDADE DO FENÔMENO — A extrema escassez de casos e sua rara distribuição pelos cinco continentes não se torna um obstáculo à sua compilação e análise, visto que, justamente por serem esses casos raros e de grande valor intrínseco, os pesquisadores se dedicam aos mesmos com mais atenção, formando uma casuística especial dentro do próprio estudo geral do fenômeno. Este estudo acurado aumenta a credibilidade de cada caso.
POBREZA DE DADOS — Está diretamente ligada às afirmações de “falta de conhecimento biológico apropriado das testemunhas para este tipo de observação” e “condições ambientais das observações”. Este argumento é insustentável, já que a classificação de “tipos” de indivíduos baseia-se em fatores psico-sociais e nada tem a ver com raças ou espécies. O tipo é caracterizado pelos aspectos aparentes como características corporais, expressão facial, cabelos, vestimenta etc.
A testemunha não necessita ser nenhum especialista em anatomia para descrever um tipo de indivíduo. UM ÚNICO CASO, com alta credibilidade e uma boa descrição dos tripulantes, PODE DEFINIR UM TIPO. Este é denominado \’Caso Típico\’ à volta do qual se agrupam outros casos em que os detalhes descritivos estejam, em sua memória, de acordo com o tipo básico. O tipo não é um agregado de dados de vários casos e uma quantidade de casos duvidosos não forma nenhum tipo. É a estabilidade do tipo básico que serve como ponto seguro de orientação na classificação.
Este método simples e objetivo é o único que se pode aplicar na presente situação do estudo do fenômeno. Seria irrazoável tentar se criar um método mais sofisticado que, em realidade, só teria validade se tivéssemos à disposição observações mais completas, feitas por testemunhas especialmente treinadas para isso.
FATOR ESTRANHEZA — Os casos de contatos de testemunhas com ocupantes apresentam variados graus de estranheza (fatos incompreensíveis, quebra da seqüência lógica dos acontecimentos etc) que aumentam na mesma proporção da aproximação e contato direto da testemunha com os tripulantes. Os casos mais difíceis de serem analisados e interpretados são aqueles em que a testemunha sofreu a maior quantidade de experiências quando em contato com os tripulantes.
Acreditamos que a melhor atitude do pesquisador para vencer esta barreira seria não levar cm consideração esses fatores, pois do contrário poderá recusar casos verdadeiros somente por apresentarem graus de estranheza muito elevados.
Em resumo, a dificuldade em se fazer pesquisas rigorosas sobre os casos envolvendo tripulantes é um problema intrínseco da própria faceta que este aspecto do fenômeno apresenta. Todos os casos com tripulantes são difícil aceitação, visto que nos aproximam mais do fenômeno em estudo. Sua eliminação seria uma evasiva em assimilar o fenômeno com toda a carga de mistérios que apresenta. A nossa posição é a de que não se deve tentar entender tudo, e muito menos formular hipóteses a priori, mas simplesmente analisar e entender o que podemos e deixar o incompreensível para que o tempo resolva.
Outros pesquisadores argumentam que um estudo dos ocupantes é inviável porque só poderíamos estudá-los comparando-os a nós próprios e com o que conhecemos sobre a vida na Terra. Através de nosso estudo, verificamos ser esta idéia sem fundamento, pois não somente é a aparência física dos tripulantes semelhantes à nossa, mas também o seu procedimento psicológico e social é em grande parte compreensível, o que nos permite realizar um estudo com uma margem de erro bastante razoável.
SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE CASOS
O presente trabalho é resultado de um levantamento feito em escala mundial das observações de tripulantes de OVNIs que foram detalhadamente pesquisadas e creditadas como reais. Este é essencialmente um trabalho de gabinete, porém está calcado sobre pesquisas de campo realizadas por grupos de estudos ufológicos que cobrem praticamente toda a Europa e as Américas com sua atividade. África e Ásia são continentes pobres em matéria de pesquisa ufológica, com exceção de algumas regiões menores como África do Sul e Japão (2).
As observações de OVNIs e de seus tripulantes é um fato antigo, porém só foi a partir da Segunda Guerra, quando o fenômeno aumentou de intensidade, que se começou a dar crédito a esses relatos. Em 1954 ocorreu uma grande “onda\'” de observações de OVNIs e seus ocupantes na França, quando então o termo “humanóide” começou a ser usado para designar os tripulantes de OVNIs, já que na quase totalidade dos casos a morfologia dos seres observados era semelhante à humana.
Esse tipo de observação (OVNI perto do solo, com ou sem tripulantes) passou a ser denominada nos anos recentes de “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”. Nós preferimos chamar simplesmente de \’Contatos Tipo III\’ e os subdividimos em 3 grupos: Observações Isoladas, com distâncias maiores de 15 metros e em geral rápidas; Contatos Breves, com distâncias menores de 15 metros e duração dc vários minutos, raramente ultrapassando 30 minutos; Contatos Longos, com duração de várias horas e quase sempre envolvendo experiências biológicas com seres humanos.
Para o estudo dessas observações, criou-se uma ficha para cada caso, contendo 44 itens subdivididos em mais de 130sub-itens, cobrindo todas as possíveis variações de cada ocorrência.
O levantamento foi leito com base na literatura existente sobre o assumo até 1970, além de relatórios particulares feitos por diversos grupos de pesquisa no Brasil e no estrangeiro. Foram coletados 333 casos, distribuídos por 31 países. Após unia rigorosa seleção, foram eliminados 103 casos, restando 230, sobre os quais se baseou o estudo. E aqui já obtivemos a primeira evidência da pesquisa: para observações Tipo III a proporção de enganos ou fraudes era bem menor (apenas 31%) do que para observações à longa distância (93% segundo o Projeto Blue Book (5)). Os cri
térios de seleção de casos se basearam nos seguintes pontos:
1) Número de testemunhas;
2) Conceito das testemunhas;
3) Outras testemunhas somente do OVNI;
4) Evidências posteriores (marcas no solo, radiotividade etc);
5) Nível da investigação realizada.
Constatou-se que a profissão da testemunha está em geral relacionada com o próprio local da observação: fazendeiros e agricultores em primeiro lugar (38 casos), já que a maior quantidade de observações ocorre no campo. O levantamento geral apresenta uma enorme gama de níveis culturais, desde índios e agricultores analfabetos até engenheiros, médicos, pilotos, professores etc. O contato real normalmente ocorre com testemunhas que não têm nenhum interesse específico no assunto, estão em seu ambiente de trabalho ou em outras atividades comuns, é ocasional e jamais volta a repetir-se.
CRITÉRIOS NA CLASSIFICAÇÃO DE TIPOS
Dos 230 casos aceitos para a pesquisa, 16 não apresentam indicações sobre a forma corporal dos ocupantes. Dos 214 restantes, 205 apresentam ocupantes de forma humana ou humanóide, atingindo a altíssima percentagem de 95,8%. E aqui surge mais uma evidência da pesquisa, e talvez a mais importante: seres de diferentes origens extraterrestres apresentam em sua quase totalidade uma forma humanóide comum. A questão é delicada, sem dúvida, pois atinge diretamente diversos preconceitos e idéias existentes entre a comunidade científica no momento. Nós apenas registramos os fatos e cada um julgue como quiser.
Dos 205 casos com humanóides, somente 138 apresentam dados suficientes para uma classificação de tipos, representando 60% do total de 230 aceitos para a pesquisa.
A primeira divisão feita foi entre tripulantes sem qualquer aparelhagem protetora fora de suas naves7 (87 casos, 63%); aqueles que surgem com \’roupa de escafandro\’ totalmente fechada (47 casos, 34%); e tripulantes usando urna máscara respiratória cobrindo parcialmente o rosto (4 casos, 3%). Aqui surge mais um problema: como saber se os tripulantes que estão dentro do objeto sem escafandro não estariam usando escafandro fora do mesmo? Como também existem casos em que os ocupantes foram observados usando escafandro dentro do objeto, optamos por desconsiderar este detalhe. Os casos de “homens-contato (indivíduos que afirmam manter contato constante com tripulantes, ou já terem viajado a outros mundos) foram eliminados a priori.
A seguir, foi feita a classificação de tipos com base nas características corporais e faciais. Sempre que possível, procurou-se juntar ao tipo ou à variação suas principais características de procedimento. Em resumo, a qualidade dos dados fornecidos pelas testemunhas nos obrigou a usar os seguintes critérios de distinção;
1) Características métricas: dimensões do corpo, membros ou de órgãos, olhos, boca, nariz, orelhas).
2) Características qualitativas: forma do corpo ou de partes corporais (cabeça, membros), forma de órgãos sensoriais, ausência ou presença de órgãos sensoriais ou de pêlos, cor e aspecto da pele, vestimenta, uso de aparelho respiratório ou de escafandro.
3) Características psico-sociais: procedimento dos ocupantes, diálogo.
A classificação final de tipos ficou como segue: Tipo e Variação (TI.VI por exemplo), formando 12 tipos básicos num total de 23 variações; Casos [solados (Cl), compreendendo aqueles casos com insuficiência na descrição dos tripulantes ou na pesquisa para formar uma nova variação dentro dos tipos já estabelecidos. Ficam no aguardo de novos casos similares para formar um \’Tipo Suplementar\’; Tipo Suplementar (TS), denominação visando abranger novos casos com descrições de tripulantes que não se enquadrem dentro dos tipos já estabelecidos.
Assim, esta tipologia é apenas a padronização de uma amostra representativa de indivíduos, servindo para um estudo diferencial e como referência em futuras observações de tripulantes.
OS TRIPULANTES HUMANÓIDES: CLASSIFICAÇÃO DE BASE
Os tipos de 1 a 6 não usam roupa de escafandro nem aparelhagem para respirar. Tipo 7 usa aparelhagem para respirar deixando parte do corpo descoberta. Tipos de 8 a 12 usam roupa de escafandro. A ordem de numeração dos tipos de 1 a 6 é na proporção de sua maior diferença com o ser humano.
TIPO 1 – Estão incluídos neste ripo todos os tripulantes que apresentam características normais do ponto de vista humano. Altura de 1,60 a 2m. Se normalmente vestidos passariam por seres humanos comuns (8). Ocorreram 27 casos subdivididos em 3 variações.
TIPO 2 – Estão incluídos neste tipo todos os ocupantes que apresentam características normais do ponto de vista humano, porém de pequena estatura. Assemelham-se a crianças. Ocorreram 20 casos subdivididos em 3 variações.
TIPO 3 – Este tipo inclui todos os ocupantes que apresentam uma aparência masculina mas usam cabelos longos (assinalamos mais uma vez que os cabelos longos podem caracterizar um tipo de indivíduo). Existem 13 casos registrados subdivididos em 3 variações.
TIPO 4 – São incluídos neste tipo os tripulantes que apresentam uma pele com características incomuns tal como totalmente enrugada, cheia de caroços, aspecto \’grosseiro\’ etc. Temos 10 casos que foram divididos em 3 variações.
TIPO 5 – Aqui se incluem todos os ocupantes que apresentam uma cabeça desproporcionalmente grande em relação ao resto do corpo. Registrados 11 casos subdivididos em 2 variações.
TIPO 6 – Este tipo inclui todos os tripulantes que apresentam o corpo coberto de pêlos. Ocorreram 7 casos e não existem variações.
TIPO 7 – Ocupantes que usam máscara para respirar, deixando parte do rosto ou do corpo descoberta são enquadrados neste tipo. Temos 4 casos sem variações.
TIPO 8 – Estão incluídos neste tipo todos os tripulantes de pequena estatura e usando roupa de escafandro. Registrados 24 casos subdivididos pela altura em 2 variações.
TIPO 9 – São incluídos neste tipo os ocupantes usando roupa de escafandro e com uma altura variando entre 1,70m e 2m. 10 casos sem variações.
TIPO 10 – Se incluem aqui os tripulantes com altura de 2m a 2,50m usando roupa de escafandro e apresentando grandes olhos arredondados. Registrados 4 casos sem variações.
TIPO 11 – Incluem-se neste tipo os ocupantes com ou sem escafandro que apresentam uma característica peculiar ciclópica (um único olho frontal). Temos 7 casos divididos em 2 variações, com e sem escafandro.
TIPO 12 – Este tipo inclui tripulantes com escafandro e uma estatura bastante superior ao normal (2,40m a 3m). Registrad
os 4 casos sem variações.