
Astrônomos do Radiotelescópio de Arecibo [Foto], em Porto Rico, lançaram uma mensagem singular ao espaço em 16 de novembro de 1974. Era uma tentativa de contatar formas de vida extraterrestre pela primeira vez e nela se escrevia, com 1.679 bits de informação, vários dos aspectos mais importantes da humanidade, mas de forma gráfica: a química dos hidrocarbonetos, o DNA, a morfologia humana e a conformação do Sistema Solar. Também foi agregada à mensagem uma imagem do mesmo radiotelescópio que transmitiu o sinal. Seu destino era o conjunto estelar M13, situado na Constelação de Hércules, a cerca de 25 mil anos-luz da Terra e formado por algo perto de 40 mil astros.
Caso fosse encontrada em seu caminho — e era justamente essa a intenção —, apenas seres inteligentes poderiam decifrar seu conteúdo, que foi confeccionado por diversos pesquisadores. Dentre eles estavam Frank Drake, fundador do Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente] e então professor de astronomia da Universidade de Cornell, e renomado cientista Carl Sagan, o maior defensor da pesquisa de vida alienígena em todos os tempos. De acordo com os pesquisadores que realizaram a transmissão, a mensagem demoraria cerca de 25 milênios para chegar a seu destino e precisaria de outros 25 para voltar. Na realidade, explicou Donald Campbell, também professor em Cornell, jamais se esperou obter resposta. “Tratou-se estritamente de um evento simbólico para demonstrar que podíamos fazê-lo”, disse.
Civilizações avançadas
Essa não é a única via pela qual se tentou estabelecer contato com inteligências além de nosso planeta. O SETI, iniciado pela NASA da década de 70 e continuado de forma independente a partir dos anos 90, é uma das mais importantes organizações de busca por vida extraterrestre do mundo. Uma de suas pesquisas está centrada na busca de radiação de micro-ondas emitidas como resultado da tecnologia que teriam outras civilizações avançadas e em plena atividade no cosmos.
Estudiosos enviam continuamente sinais ao espaço na esperança de que sejam captados por extraterrestres e respondidos. E apesar de até agora não ter sido detectada nenhuma mensagem do cosmos, atualmente há mais de cinco milhões de usuários interconectados por computadores ao redor do mundo cedendo a capacidade de processamento de dados de seus computadores com o fim de decodificar a enorme quantidade de informação obtida pelos radiotelescópios do projeto SETI.