Utilizando o telescópio Subaro, de 8 metros de abertura, situado no Havaí, astrônomos anunciaram a descoberta de um novo corpo no Sistema Solar. Designado V774104, o novo objeto deve medir entre 500 e 1.000 km de diâmetro, cerca de metade das dimensões de Plutão, e está a cerca de 15,4 bilhões de quilômetros do Sol, ou 103 unidades astronômicas (1 UA é a distância médida entre Terra e Sol, 150 milhões de km). Como comparação, Netuno está em média a 30,1 UA de nossa estrela, e Plutão varia entre 29 e 49 AU.
O astrônomo Scott Sheppard, da Instituição Carnegie para Ciência e coautor do estudo, disse: “É praticamente tudo que sabemos sobre ele. Ainda não é possível determinar sua órbita pois só o descobrimos há duas semanas. Estamos realizando a mais profunda investigação para objetos do Sistema Solar exterior, buscando coisas que está além de Plutão, e além do Cinturão Kuiper”. Este último é uma vasta região, do qual Plutão é o membro mais visível, que contém milhões de cometas, asteroides e rochas de todos os tamanhos, resquício da formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos.
O novo corpo vem se juntar a outros orbes, como o planeta anão Eris, e cuja distância varia de 37 a 97 AU. Sedna, descoberto em 2003, tem uma órbita que se aproxima até 76 AU, mas se distancia até 940 AU do Sol. Sheppard e Chadwick Trujillo, do Observatório Gemini do Havaí, descobriram também o objeto 2012 VP 113, que orbita entre 80 e 452 AU do Sol. Vale lembrar que as naves Voyager 1 e 2 estão atualmente a 133 e 109 AU respectivamente, e que cometas de longo período partem da mesma região, entre 5.000 e 100.000 AU do Sol. Isso é bem além dos limites do Cinturão Kuiper, já na parte interna da Nuvem de Oort, um grande envoltório esférico formado por incontáveis cometas que circulam o Sistema Solar.
POSSIBILIDADE DA EXISTÊNCIA DE PLANETA AINDA NÃO DESCOBERTO
Sedna e VP113 estão tão distantes que não são afetados pela gravidade de nenhum outro planeta do Sistema Solar. Os cientistas concordam que eles não se formaram em tais órbitas muito excêntricas, logo algum corpo maior os perturbou e os colocou nelas. Esse é o principal objetivo de Sheppard e Trujillo, encontrar outros pequenos mundos na mesma situação. Eles podem ser evidência de que o Sol nasceu em uma nebulosa repleta de outras estrelas, que podem ter perturbado esses planetas anões e os colocado em suas trajetórias atuais. Outra possibilidade é que exista naquela região exterior um planeta de grande porte, do tamanho de Marte, ou até mesmo da Terra, que poderia perturbar gravitacionalmente esses pequenos mundos e influenciar suas trajetórias. Sheppard afirma que tais corpos, se existirem, estão muitos distantes para serem detectados com a tecnologia atual, mas se conseguirem encontrar um grande número desses planetas anões com órbitas excêntricas, poderão determinar qual das teorias tem maior validade.
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