Por volta do ano 2040, os astrônomos do Projeto SETI terão escaneado um número de sistemas estelares suficiente para que sejam descobertos sinais eletromagnéticos que confirmem a existência de civilizações extraterrestres. A previsão é de Seth Shostak, do Instituto SETI, e foi feita durante o evento Conceitos Avançados e Inovadores 2014 da NASA, na Universidade de Sanford.
Shostak afirma: “Ao invés de observar somente alguns milhares de sistemas estelares como hoje, daqui a pouco mais de 20 anos teremos investigado talvez um milhão de sistemas. Esse pode ser o número correto para encontrarmos algo”. Ele fala baseado nas descobertas do telescópio espacial Kepler da NASA, cujos números comprovam que planetas habitáveis podem se espalhar por todos os cantos da galáxia.
Seth Shostak prossegue: “O que podemos concluir dos números do Kepler é que ao menos uma em cada estrela possui um planeta onde a vida pode existir. Essa porcentagem é incrivelmente alta. Significa que na Via Láctea, nossa galáxia, podem existir dezenas de bilhões de planetas como a Terra”. Ele e seus colegas defendem que alguns desses mundos podem abrigar seres inteligentes e civilizações extraterrestres capazes de enviar sinais eletromagnéticos, como rádio e televisão, para o espaço, como nossa própria civilização faz todos os dias. Assim, com nossos radiotelescópios poderíamos captar esses sinais.
CORRIDA PARA DESCOBRIR VIDA EXTRATERRESTRE SE INTENSIFICA
A busca SETI iniciou-se em 1960, por meio do Projeto Ozma do astrônomo Fran Drake, que tentou captar sinais de duas estrelas similares ao Sol com uma antena de 26 metros em West Virginia. O projeto desenvolveu-se consideravelmente desde então, graças a avanços na tecnologia eletrônica. Contudo, nunca foi realizado de forma contínua e sofreu repetidas vezes com falta de financiamento. O Allen Telescope Array construído no norte da Califórnia, por exemplo, foi projetado para ter 350 antenas mas somente 42 foram construídas até agora. O próprio Shostak condiciona a possível descoberta nas próximas duas décadas a um financiamento constante.
A busca por vida extraterrestre está ocorrendo em várias frentes. Lembrando que a primeira prova de vida na Terra data de 3,8 bilhões de anos atrás, a maior parte das pesquisas envolve buscar micro-organismos em mundos de nosso próprio Sistema Solar. Após o surgimento da vida na Terra foram outros 1,7 bilhões de anos para seres multicelulares evoluírem e a raça humana surgiu somente 200.000 anos atrás. Assim, boa parte da comunidade científica defende que micróbios seriam os alienígenas mais prováveis de serem encontrados. Além disso, espera-se que os telescópios que entrarão em serviço nos próximos anos possam detectar a assinatura química da vida em exoplanetas.
A frente do SETI vasculha os céus em busca de sinais de rádio de outras civilizações e já existem projetos de procura por tecnologia extraterrestre usada em grandes projetos de engenharia estelar, como Esferas de Dyson. O telescópio espacial James Webb da NASA, a ser lançado em 2018, deverá representar um grande passo em algumas dessas buscas. Seth Shostak afirma que qualquer dessas vertentes pode ser bem-sucedida nos próximos 20 anos, o que representaria um dos avanços mais significativos no conhecimento da humanidade sobre o Universo.
Site do simpósio Conceitos Avançados e Inovadores 2014 da NASA
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