A SpaceX, empresa de lançamento espacial da iniciativa privada mais bem-sucedida do mundo, repetiu o feito. Um foguete Falcon 9 decolou de Cabo Canaveral a partir da histórica plataforma 39A, a mesma utilizada pela missão Apollo 11, lançou sua carga útil para o espaço e regressou para um pouso perfeito na Zona de Pouso 1, instalação de pouso na empresa no próprio Cabo Canaveral. A novidade desse voo, que aconteceu em 07 de setembro último, foi a carga do foguete, o avião robô X-37B da Força Aérea norte-americana (USAF). O Falcon 9 novamente teve um desempenho perfeito, separando-se do segundo estágio após 2 minutos e 30 segundos de voo e retornando para o pouso conforme previsto, enquanto o segundo estágio levou o X-37B até a órbita.
Esta é a missão chamada OTV-5 do X-37B, e como se tornou praxe os objetivos, carga útil e duração total da missão não foram divulgados. A USAF possui dois exemplares do avião espacial robótico, que mede somente 8,8 metros de comprimento. A missão OTV-1 decolou em abril de 2010 e passou 224 dias em órbita, ao passo que a OTV-2, lançada em março de 2011, teve uma duração de 468 dias. A OTV-3, de dezembro de 2012 a outubro de 2014, passou 675 dias no espaço, e a OTV-4, de 20 de maio de 2015 a 07 de maio de 2017, completou 718 dias em órbita. A OTV-5 teve um de seus experimentos divulgado, uma carga da própria Força Aérea que testará equipamentos eletrônicos experimentais e tecnologias de oscilação e condução de calor durante uma exposição de longo tempo ao ambiente espacial.
Como muito pouco tem sido divulgado a respeito das missões do X-37B, algumas especulações apontam que o drone espacial seria algum tipo de arma, o que tem sido negado veementemente pela USAF. As missões anteriores haviam sido lançadas com foguetes Atlas V, da United Launch Alliance, e a OTV-5 irá operar em uma órbita de maior inclinação que as missões anteriores. Esse foi o segundo lançamento da SpaceX envolvendo missões relacionadas à segurança nacional norte-americana. A primeira aconteceu em maio, quando foi lançado um satélite espião para o Escritório de Reconhecimento Nacional. E esse foi o décimo sexto pouso bem-sucedido de um Falcon 9 da SpaceX, sendo sete na zona de Pouso 1 e nove em seus navios robóticos no mar. Estes navios drones são utilizados quando o Falcon 9 gasta a maior parte do combustível para colocar a carga em órbita, restando pouco para conseguir retornar às proximidades do local de pouso. Esta técnica de reaproveitamento de foguetes é parte da estratégia de Elon Musk, CEO da SpaceX, a fim de reduzir os custos dos lançamentos espaciais e tornar viáveis voos mais longos, como o projeto da empresa de viagens tripuladas a Marte.
Confira um vídeo com o lançamento do X-37B e o pouso do Falcon 9
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