Em 1999, a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) lançou a sonda Stardust [do inglês poeira espacial] para coletar o pó de um cometa e trazê-lo de volta à Terra. Para este fim, utilizou a substância aerogel, constituída de silício, sendo a primeira missão com esse objetivo e, em 02 de janeiro de 2004, aproximou-se do cometa Wild-2, coletou as amostras e fotografou o núcleo gelado, retornando em janeiro de 2006 com seu precioso conteúdo.
Quando os cientistas analisaram o material capturado pelo aerogel, descobriram que ele continha aminoácidos, os elementos básicos da proteína. Isso foi uma grande surpresa – já que as proteínas são os motores da vida -, uma nova possibilidade para o surgimento da vida na Terra, pois esses compostos orgânicos estão presentes em cometas e muitos caem na Terra. A questão era se conseguiriam resistir aos percalços da passagem pela atmosfera, viajando muito rápido, e à explosão do choque. Essa nova vertente não surpreende, pois desde que desceu das árvores e caminhou nas savanas africanas, o homem (Homo sapiens sapiens) iniciou sua saga em busca da própria origem e da vida em si mesma. Daí surgiram os tantos mitos que nos acompanham e, alguns – guardadas as devidas proporções e dado o conhecimento científico de cada época -, são muito bons.
Sabemos, pelos métodos científicos, que nosso planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Era um inferno de lava e uma atmosfera muito diferente da atual, totalmente tóxica para a vida atual. Em 1953, dois químicos, Stanley Miller e Harold Urey, realizaram uma experiência para simular esse planeta logo após seu surgimento. Um conjunto de frascos e tubos, que representava um oceano evaporando, ligado a outro representando a atmosfera, que tinha eletrodos, para se aplicar descargas elétricas, como fariam os raios. Conforme os dias foram passando, o líquido começou a ficar marrom escuro. Depois de sete dias, desligaram a “máquina” e analisaram as substâncias criadas. Vários componentes da solução são altamente tóxicos, como o cianeto de hidrogênio, mas também foram encontrados alguns aminoácidos. Um aluno e herdeiro da experiência e das idéias, Jeffrey Bada, nunca conseguiu que os aminoácidos se combinassem a ponto de produzir proteínas.
Então, Jen Blank resolveu fazer um experimento para ver o que aconteceria com aminoácidos incrustados em cometas e meteoros, com uma arma do Laboratório de Ondas de Choque da Caltech (California Institute of Technology), que tem 20 metros de extensão e dispara projéteis a mais de 25.000 km/h. A bala da pesquisadora imita um cometa, contém água e aminoácidos dissolvidos. Em diversos tiros, com dois aminoácidos, glicina e prolina, conseguiu-se uma grande quantidade de substâncias derivadas desses dois, demonstrando que a origem da vida é mais viável vinda do espaço. A cada ano, parece que confirmamos de forma mais concreta nossa origem extraterrestre, não só da vida orgânica como do próprio planeta e Sistema Solar. Segundo estas descobertas e testes, tudo veio, originalmente, “de fora”.
Esta possibilidade ou teoria – que está, aos poucos, sendo testável – é chamada de panspermia e existem três tipos:
Panspermia Naturalística: a semente da vida veio de outro planeta ou corpo celeste, carregado por pedaços meteoríscos ou cometários ejetados destes corpos;
Panspermia Dirigida ou Direta: alguma forma de vida inteligente, oriunda de outro planeta, intencionalmente “semeou” outros planetas, inclusive a Terra, com sua própria forma de vida – esta foi defendida por um dos pais do DNA, Francis Crick;
Panspermia do Design Inteligente: formas de vida inteligentes de outros planetas vieram pessoalmente para a Terra, desenharam e criaram toda a vida do planeta.
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