O meteorito ALH-84001, encontrado no dia 27 de dezembro de 1984 ao pé das montanhas Allan Hills na Antártida, desencadeou 12 anos mais tarde uma verdadeira tempestade em meio à comunidade de especialistas sobre Marte.
Com uma idade estimada de 4,5 milhões de anos, ALH-84001 caiu sobre a Terra há 13 mil anos e se manteve intacto no gelo. No dia 7 de agosto de 1996, a Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou durante uma entrevista coletiva à imprensa que um de seus pesquisadores do Centro Espacial Johnson de Houston, David McKay, haviam descoberto no interior desta rocha rastros de vida no passado em Marte.
McKay ressaltou que tal meteorito contém bolhas de carbonatos, alguns restos minerais compostos principalmente de carbono e oxigênio nos quais podem ser observadas moléculas conhecidas pelo nome de hidrocarburetos policíclicos aromáticos (HPA). Na Terra, estes HPA podem surgir de simples reações químicas ou da decomposição de organismos vivos.
David McKay e seus colegas admitiram que, de forma separada, estes indícios não permitem afirmar com certeza sobre a presença de uma atividade biológica. Mas os cientistas da Nasa consideraram, em um artigo publicado na revista Science, que “de maneira coletiva e, sobretudo, porque coincidem em um mesmo espaço, estes fenômenos só podem constituir uma prova da existência de uma forma de vida primitiva no princípio da história de Marte”.
Esta questão provocou um grande rebuliço, e não foram poucas as críticas. Alguns especialistas declararam que estes índices eram unicamente fruto de organismos terrestres que haviam contaminado o ALH-84001 durante sua permanência prolongada na Antártida.
A equipe de McKay mantém atualmente suas conclusões, mas suas provas para a maioria dos cientistas são apenas uma teoria entre outras sobre a possibilidade de vida em Marte.