Israel iniciou um trabalho de perfuração e escavação das profundezas do Mar Morto que permitirá aos cientistas conhecer centenas de milhares de anos de história geológica da região. É o maior projeto nesta área já realizado no país.
As ações tiveram início em 16 de novembro na costa do Mar Morto, proximidades de Ein Gedi, patrocinadas pela International Continental Drilling Program, um consórcio de vários países que realiza escavações científicas, pela Academy of Sciences and Humanities e pelo Tamar Regional Council.
O trabalho, que deverá custar aproximadamente 2,5 milhões de dólares, faz parte de um projeto regional realizado em conjunto com a Jordânia, a Autoridade Palestina e com a participação da Alemanha, Suíça, Noruega, Japão e Estados Unidos.
É liderado pelo professor Zvi Ben-Avraham, diretor do Minerva Dead Sea Research Center, da Universidade de Tel Aviv, e pelo Dr. Moti Stein, do Instituto Geológico de Jerusalém, gerenciados pelo Dr. Michael Lazar, da Universidade de Haifa.
Com as prospecções, os cientistas poderão identificar a formação de fenômenos, como tempestades de poeira, inundações, terremotos e secas, bem como os valores de precipitação pluviométrica. O material retirado também revelará as condições do clima centenas de milhares de anos antes da intervenção humana, além de mudanças ocorridas no nível da água devido aos ciclos solares.
Pilhas de tubos de ferro estão prontos para descer até 300 e 500m pelo menos. Bolsas de plástico serão inseridas nos tubos de metal, que irão conter o material extraído. As amostras serão mantidas por um curto período de tempo em Ein Gedi e, em seguida, serão enviadas para um laboratório especial da Universidade de Bremen, na Alemanha. Lá, ficarão a uma temperatura de 4ºC e examinadas por dezenas de cientistas de universidades em Israel, Nova York e no centro de pesquisa alemão para geociências em Potsdam.
“Cientistas da China à Califórnia estão interessados na pesquisa. Pessoas que lidam com a química do clima, geoquímica, geofísica, o campo magnético da Terra, é muita gente”, disse Ben-Avraham.