A União Astronômica Internacional excluiu nesta quinta-feira Plutão como um planeta do Sistema Solar, após longas e intensas controvérsias sobre a resolução. A decisão foi votada hoje no plenário da 26ª Assembléia Geral da entidade, realizada em Praga. O Sistema Solar passa assim a ter oito planetas em vez de nove. Na quarta-feira, Junachi Watanabe, porta-voz do Observatório Nacional de Astronomia japonês e membro do “Comitê da IAU para a Definição de um Planeta” já havia antecipado a decisão da reunião.
Os mais de 2.500 analistas de 75 países reunidos na capital tcheca reconhecem, desta forma, que se cometeu um erro quando ficou determinado que Plutão pertencia a categoria de planeta, em 1930, ano de sua descoberta. A definição adotada preenche um vazio que existia no campo científico desde os tempos do astrônomo polonês Copérnico (1473-1543). A nova definição estabelece que os planetas do Sistema Solar são oito– Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Plutão, o novo objeto UB313, descoberto no ano passado, e Ceres entram na classificação de planeta anão, uma nova categoria.
Uma terceira categoria também foi criada que se refere a objetos menores que orbitam em torno do Sol, como asteróides, cometas e satélites naturais. Estes serão chamados de pequenos corpos do sistema solar. Segundo a definição estabelecida pela União Astronômica Internacional, um planeta é aquele que tem massa suficiente para ficar isolado em sua órbita, o trajeto que percorre em volta do Sol. “Em sua formação e evolução o planeta “limpa” a região a sua volta”, explica o astrônomo do Laboratório Nacional de Astrofísica Carlos Torres. “Em torno da órbita de Plutão há vários outros corpos, por isso ele não é mais um planeta”, acrescenta. Especialistas afirmam que em poucos anos deverão ser catalogados vários planetas anões no Sistema Solar. A nova definição venceu a proposta feita, na semana passada, por alguns astrônomos do encontro de aumentar para 12 o número de planetas no Sistema Solar.