Os astrônomos amadores Cristóvão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro estão atentos à imperiosa necessidade de sabermos mais a respeito de asteroides próximos da Terra, pelo perigo que esses corpos podem representar contra nossa civilização. Com esse propósito construíram o Sonear (Observatório de Pesquisa do Sul para Asteroides Próximos à Terra).
O grupo já havia descoberto dois cometas e um asteroide no cinturão principal desses corpos, entre Marte e Júpiter, mas essa é a primeira vez em que localizaram um objeto para o qual o Sonear foi construído. A partir da cidade de Oliveira, a 120 km de Belo Horizonte, Cristóvão, Eduardo e João são os únicos a realizar esse tipo de busca no hemisfério sul. Eles utilizaram um telescópio de 20 cm de abertura (o principal tem 45 cm e estava em manutenção), para fazer a descoberta em 20 de maio.
Quando localizaram o asteroide, os brasileiros contataram a União Astronômica Internacional, que repassou a informação para a comunidade astronômica auxiliar na confirmação do achado. O trio ainda contratou tempo em um telescópio da Austrália, a fim de seguir o corpo celeste quando a noite chegou ao fim no Brasil. Esse procedimento é essencial para que a órbita do asteroide seja determinada com precisão.
TAMANHO SUFICIENTE PARA CAUSAR DANOS EM ESCALA CONTINENTAL
Após dois dias monitorando a rocha espacial, os astrônomos determinaram que o asteroide, já denominado 2014 KP4, está em uma órbita elíptica de 3,6 anos de duração. No periélio, ponto de máxima aproximação ao Sol, sua distância da estrela é de 63 milhões de km e no afélio, o ponto de máximo afastamento, de 645 milhões de km. A órbita tem 10 graus de inclinação em relação a dos planetas do Sistema Solar.
Cristõvão explica que a maior aproximação do 2014 KP4 com a Terra é de 7 milhões de km, próxima mas absolutamente segura, e não foi descoberta qualquer evidência de que o asteroide possa ameaçar nosso planeta nom futuro próximo. O tamanho do 2004 KP4 foi estimado entre 200 e 600 metros de extensão, e em caso de impacto os danos se estenderiam em escala continental. Jacques e sua equipe seguirão monitorando esse asteroide e procurando outros, pois como disse: “Esse é o objetivo do observatório, descobrir novos asteroides que passam perto da terra e monitorá-los para saber se podem apresentar risco de colisão”.
Visite a página oficial do observatório Sonear
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