John B. Alexander, ex-coronel do Exército Norte-Americano e ex-boina verde que combateu no Vietnã, é Ph.D., autor de vários artigos para publicações militares, incluindo a famosa Jane’s International Defense Review, e autor do livro UFOs: Mitos, Conspirações e Realidades [St. Martin\’s Griffin, 2012]. Em recente artigo em sua coluna no site Huffington Post, ele comenta a polêmica envolvendo a descoberta de um suposto cadáver alienígena, anunciada pelo controverso Steven Greer.
Após várias análises por especialistas, o corpo foi inequivocamente identificado como o de uma criança humana vítima de um severo caso de nanismo. Os crédulos procuraram trazer ainda mais confusão para a controvérsia, especialmente o filme Sirius produzido pelo grupo de Greer, utilizando a palavra humanoide. Alexander explica que o senso comum considera que um humano é humanoide, mas nem todo humanoide é humano. A maioria das pessoas, de acordo com o ex-militar, entende que humanoide é um ser similar, mas diferente de um humano. Alexander ainda lembra que o termo tem alguns usos para descrever robôs que se assemelham a humanos.
Steven Greer, principal figura do Disclosure Project, e que já se envolveu em diversas polêmicas, passou muitos dos últimos meses anunciando de maneira sensacionalista o documentário Sirius, dando grande destaque ao caso do alegado alienígena. O pequeno cadáver teria sido encontrado no deserto do Atacama, no Chile, 10 anos atrás, e em trailers e prévias os produtores do documentário afirmavam que este traria revelações bombásticas a respeito.
O pesquisador Garry nolan, professor de microbiologia e imunologia da Escola de Medicina de Stanford, foi o encarregado de realizar a análise do alegado alienígena, de pouco mais de 15 centímetros de tamanho. As análises de DNA comprovaram que este é humano e que o indivíduo teria vivido até 6 a 8 anos de idade. Os especialistas falam em alguma mutação, severa deformidade ou um caso extremo de nanismo, e Nolan comenta: “Não chegamos a uma conclusão quanto ao que causou a deformidade e a discrepância mostrada pela idade aparente dos ossos. Mas todo nucleotídeo que pudemos examinar é humano”.
O espécime foi submetido no outono de 2012 a fotografias de alta resolução, raios-X, tomografias e sequenciamento de DNA. Possui 10 costelas, enquanto um humano normal tem 12, e são nítidos os muitos defeitos e deformidades. A análise de DNA comprovou que 9 por cento não batem com o padrão humano e isso pode ocorrer devido à degradação, à preparação ou ao manuseio do espécime, ou dados insuficientes. Seja como for, o documentário Sirius tem sido considerado, mesmo exibindo todas essas conclusões, devido ao sensacionalismo com que tratou da questão, mais um atentado contra a seriedade da Ufologia praticado por Steven Greer.
John Alexander, entrevistado na edição 196 da Revistra UFO, aponta esse episódio como um entre muitos enganos e fraudes que abalam a credibilidade da Ufologia e alerta que é devido a este fato que a absoluta maioria dos cientistas reluta em dedicar-se a esse assunto e a outros, no campo dos fenômenos anômalos. Muito embora existam muitas evidências que serviriam para corroborar um estudo científico sério e sistemático a respeito, quase todo cientista recusa terminantemente a participar de tais esforços. Alexander explica que a maioria absoluta deles depende de verbas para suas pesquisas e ninguém arriscaria perder seu sustento colocando em perigo sua credibilidade, estudando um campo tão controverso. O assunto se torna especialmente delicado quando se trata de um campo de estudo com potencial de questionar paradigmas largamente aceitos da ciência.
Um exemplo apresentado por John Alexander é o sensacionalismo que tomou conta do mundo em 1989, quando do anúncio da obtenção da fusão nuclear a frio. Stanley Pons e Martin Fleischmann, os cientistas da Universidade de Utah que anunciaram a descoberta de forma bombástica, o fato de nenhuma outra equipe científica obter os resultados alegados arruinou suas reputações, mesmo Fleischmann sendo um dos mais importantes eletroquímicos do mundo na ocasião. E assim a fusão a frio entrou na galeria das fraudes científicas, mesmo que alguns resultados tenham sido inconclusivos.
Alexander aproveita para alertar que, embora estejamos vivendo em um mundo repleto de produtos dos avanços científicos, incluindo alimentos e medicamentos, além de outras práticas que ampliaram grandemente a expectativa de vida, tem crescido em todo mundo um viés anticientífico preocupante. Financiamentos a grandes pesquisas são questionados, a política tem cada vez mais se esforçado por impedir ou limitar determinados campos de estudo por interesses escusos, e o mesmo tem sido feito por militantes de várias correntes ideológicas. Por sua vez, cresce o radicalismo e o fundamentalismo dos que querem acreditar, incluindo na própria Ufologia, e descobertas realizadas utilizando comprovados métodos científicos são relegadas como se fossem produto de infiéis.
Tanto na ciência quanto na Ufologia uma dose de ceticismo é saudável, colocando a necessidade das provas sobre aqueles que fazem as novas e espetaculares alegações. Contudo, muitos são aqueles que se apresentam como céticos, mas que na verdade se revelam como negadores sistemáticos. Seu método é atacar indistintamente qualquer pessoa ligada à Ufologia, não distinguindo entre ufólogos e ufólatras, e aproveitam o menor indício que existe para negar todo um estudo ufológico. Se um caso se apresenta como uma fraude, como o discutido por John Alexander, então todo o campo da Ufologia é igualmente fraudulento, alegam os negadores sistemáticos.
Infelizmente o projeto Sirius de Greer segue explorando o tal suposto cadáver alienígena, apesar de pesquisas no DNA mitocondrial terem inequivocamente denunciado que a mãe do feto é natural do Chile. Infelizmente, os crédulos usam o fato de parte do material genético ter permanecido não identificado para alegar, sem qualquer evidência, que o pai então seria um alienígena. O relatório da análise, entretanto, afastou por completo qualquer possibilidade de isso ser verdade, mas os que querem acreditar, ou enganar, a qualquer custo não se importam com fatos.
Infelizmente, apesar de veículos que apoiam a Ufologia terem denunciado a trama, o dano já está feito segundo Alexander. O objetivo de aumentar a credibilidade da Ufologia, permitindo a participação de cientistas no estudo s
ério, científico e metódico dos casos, sem que a reputação desses profissionais seja ameaçada no processo, tornou-se mais distante. E Alexander alerta que há muitos cientistas que genuinamente se interessam pelo fenômeno e secretamente estudam casos mais contundentes, e existem mesmo aqueles que já tiveram experiências ufológicas. O maior problema relacionado a alegações fantásticas e nunca provadas é a ajuda que isso representa aos negadores sistemáticos para atacar todo o campo da Ufologia.
Confira a coluna de John Alexander no Huffington Post
Sai resultado das análises da filmagem de suposto UFO no interior do Rio de Janeiro
Lua Prometheus tem formato similar a disco voador
Cientista que trabalhou para a NASA fala sobre UFOs
Refutada alegação de vida alienígena em meteorito
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
O Dossiê Cometa é o relatório da entidade homônima francesa – o Comitê Cometa – que analisou as evidências mais marcantes da atuação de ETs em nosso planeta, através de avistamentos e aterrissagens de UFOs e dos contatos com seus tripulantes. O documento foi entregue ao primeiro ministro francês e a outras autoridades mundiais, com uma séria advertência: devemos estar preparados para grandes transformações em nossa cultura, ciência e religião, pois em pouco tempo os UFOs causarão grande impacto em nossas vidas. O livro apresenta casos ufológicos ocorridos na França e em todo o mundo, incluindo pousos de UFOs com marcas físicas analisadas, perseguições a aviões civis e militares com depoimentos dos pilotos, e, sobretudo, casos em que ETs abordaram seres humanos, de forma pacífica ou não.