Cientistas ligados à Agência Espacial Norte-Americana (NASA) apresentaram novas estimativas do número de planetas existentes na Via Láctea, nada menos que 50 bilhões. Destes, 500 milhões podem ter temperaturas compatíveis com a vida. Os dados foram apresentados neste sábado (19) durante a reunião da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência [American Association for the Advancement of Science, AAAS] em Washington (EUA) e saíram dos primeiros resultados da missão Kepler, que enviou um telescópio ao espaço para descobrir a existência de orbes fora do Sistema Solar.
Para chegar a esse número, William Borucki, cientista-chefe da missão e sua equipe levaram em conta a quantidade de candidatos a planetas já encontrados pelo Kepler (cerca de 1200, 54 deles dentro da zona habitável) e estimaram que uma a cada duas estrelas têm pelo menos um, e em uma a cada 200, este pode ser compatível com vida. Os números então foram extrapolados para a quantidade de estrelas estimados na galáxia, 100 bilhões. “Mas o Kepler só consegue ver planetas que orbitem perto da estrela”, explicou. “Se ele estivesse observando o Sol, a chance dele captar a Terra, por exemplo, seria pequena”.
A missão Kepler descobre os planetas ao registrar a diferença de brilho de sua estrela quando os mesmos passam entre a Terra e ela. “Os resultados até agora são muito animadores”, disse Sara Seager, professora de astronomia do Massachusetts Institute of Technology (MIT). “Muitos dos planetas que descobrimos desafiam as leis da física como as conhecemos hoje. Já encontramos mais de 100 planetas com o tamanho de Júpiter, por exemplo. Não achávamos que poderiam haver tantos planetas tão grandes”, explanou. “Kepler está nos mostrando que tudo é possível.”
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