No fim da noite de 23 de setembro a Índia tornou-se a quarta entidade a inserir uma nave em órbita de Marte. As anteriores foram os Estados Unidos, a União Soviética e a Agência Espacial Europeia (ESA). A sonda é chamada Missão Orbital de Marte (MOM), mas apelidada Mangalyaan, que em sânscrito significa Nave de Marte, e efetuou com sucesso o acionamento de seus motores por 24 minutos. Assim foi capturada pela gravidade do planeta, ao final da jornada de dez meses iniciada em 05 de novembro de 2013.
O histórico feito ocorreu com um orçamento considerado pequeno para uma missão interplanetária, de US$ 74 milhões. A MOM é mais um demonstrador tecnológico a fim de testar novas técnicas e treinar os controladores da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO), porém leva uma câmera para obter imagens do planeta e mais quatro instrumentos para estudar a atmosfera e superfície marcianas. Um dos aspectos mais importantes da missão será a tentativa de detectar metano na camada gasosa de Marte.
Mais de 90 por cento do metano na atmosfera terrestre é produzido por seres vivos. E como Marte é menor e tem menos gravidade esse volátil gás, para ser detectado em sua atmosfera, necessariamente teria que ter sido produzido recentemente. A MOM deverá percorrer uma órbita que varia de 365 a 80.000 km de Marte, e sua missão deverá durar de seis a dez meses. Ela se une a Maven norte-americana, que chegou ao planeta dois dias antes, e a outras duas naves da NASA, a Mars Odyssey e Mars Reconnaissance Orbiter, além da Mars Express da ESA. Foi esta última que detectou, em 2003, os primeiros sinais de metano em Marte, achado ainda por ser confirmado.
Infográfico sobre a primeira sonda da Índia para Marte
Nave norte-americana entra em órbita de Marte
Marte teve condições de abrigar vida
Saiba mais:
Livro: O Mistério de Marte
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