Milagres da moderna tecnologia em Marte: agora não é mais preciso um avião para fazer vôos rasantes sobre o solo do planeta vermelho; com as imagens ultradetalhadas da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, os cientistas da Nasa conseguiram reconstruir em detalhes, e em 3D, as regiões do mundo atualmente exploradas pelos jipes robóticos Spirit e Opportunity.
Ambos chegaram ao planeta vermelho em janeiro de 2004, após pousos bem-sucedidos em lados opostos de Marte. O Spirit, primeiro a chegar, pousou no interior da cratera Gusev, um imenso buraco que foi provavelmente escavado por um impacto de asteróide no passado remoto do planeta. Lá, o robô explorou várias montanhas, batizadas de Columbia Hills em homenagem aos astronautas mortos na tragédia do ônibus espacial, em 2003. Na animação ao lado, que simula um vôo rasante em trajetória circular, esses montes aparecem em toda a sua glória.
O Opportunity, por sua vez, desceu numa planície conhecida como Meridiani Planum. Mas o que parecia um cenário pouco interessante se revelou o mais revelador de todos – em poucas semanas, o jipe havia detectado sinais indisputáveis de que água líquida já correu pela superfície marciana em grande quantidade no passado. Depois de explorar seu local de pouso, o robô foi despachado rumo a uma grande travessia até uma cratera batizada de Victoria, que foi localizada por imagens de satélite. No momento, é lá que o Opportunity está, e ao olhar atentamente o vídeo ao lado é possível vê-lo, na borda da cratera.
A missão dos jipes Spirit e Opportunity tinha prazo inicial de três meses. Depois de mais de três anos, os dois seguem firmes e fortes, e a Nasa espera continuar contando com a dupla para o futuro da exploração de Marte.