A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) divulgou nesta terça-feira (08) uma nova imagem do asteróide 2005 YU55, que se aproxima do planeta. O corpo rochoso deve passar a uma distância inferior à da Lua no momento de sua maior aproximação ainda hoje, às 21h28 no horário de Brasília.
Tem 400 m de diâmetro, equivalente ao comprimento de um porta-aviões, e foi descoberto em 2005 por Robert McMillan. Segundo cálculos, deve passar a uma distância mínima de 324 mil quilômetros, menos que a distância da Lua – cerca de 384 mil quilômetros da Terra -, mas a agência espacial garante que não há risco de colisão com o nosso planeta.
O fenômeno será visível do hemisfério norte, com trajetória favorável para o norte da Europa e Estados Unidos [No Brasil também poderá ser observado] para aqueles que tenham equipamentos adequados (preferencialmente telescópios com espelhos superiores a 150 mm) e, ainda assim, será de difícil observação, pois o asteróide é muito escuro e sua passagem ocorrerá rapidamente.
O radar planetário do Observatório de Arecibo eliminou, em abril de 2010, o risco de uma colisão do 2005 YU55 com a Terra pelos próximos 100 anos, o que levou à retirada do astro da relação de objetos perigosos da NASA. “O asteróide foi observado por Arecibo, em Porto Rico, enquanto estava a 2,4 milhões de quilômetros da Terra, ou seis vezes a distância que nos separa da Lua”, informou Michael Nolan, diretor do observatório.
As antenas do centro de vigilância do espaço profundo da NASA situado em Goldstone, na Califórnia, vigiam desde sexta-feira a sua trajetória, que, segundo os especialistas, está bem definida. O potente radar do observatório de Arecibo se une à equipe de vigilância nesta terça, quando se estima que o asteróide chegue ao ponto mais próximo da Terra.
Os cientistas já advertiram que a influência gravitacional do corpo celeste não terá nenhum efeito detectável na Terra, como marés ou movimentos nas placas tectônicas. Embora este asteróide costume realizar uma trajetória que o faz se aproximar periodicamente da Terra, bem como de Vênus e Marte, o encontro deste ano será o mais próximo dos últimos 200 anos.
Pesquisa
Os pesquisadores aproveitarão a oportunidade para estudar a superfície do 2005 YU55. A passagem do corpo celeste tão próximo assim é relativamente comum, acontece mais ou menos a cada 25 anos. O que torna esta passagem importante é que agora os pesquisadores possuem instrumentos para estudá-los apropriadamente.
Em 2010, Mark Nolan e sua equipe do Observatório de Arecibo conseguiram reproduzir imagens enquanto ele estava a 2,3 milhões de quilômetros da Terra. Mostraram que sua forma é quase esférica e viaja lentamente, com um período de rotação de aproximadamente 18 horas. Quando ele passar próximo ao planeta em 08 novembro deste ano, estará sete vezes mais próximo, o que possibilitará melhores imagens para os cientistas, que utilizarão o radar Goldstone para isso.
Espera-se uma resolução de imagem de quatro metros por pixel. A expectativa pela qualidade da imagem é tão grande, que os cientistas esperam poder estudar a composição mineral do asteróide, que faz parte do tipo C, os possíveis representantes dos materiais primordiais que formaram nosso Sistema Solar. Os astrônomos indicam que a última vez que uma rocha espacial deste tamanho se aproximou tanto da Terra foi em 1976 e a próxima conhecida com tais dimensões será no ano 2028.
A NASA detecta e rastreia habitualmente os asteróides e cometas que passam perto da Terra usando telescópios terrestres e espaciais com seu programa Observação de Objetos Próximos à Terra [Near-Earth-Objects, NEOs], apelidado de Spaceguard, para detectar se algum pode ser potencialmente perigoso ao planeta.
Acompanhe o monitoramento através do Asteroid Watch, também da NASA.