Os corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas, que produzem objetos extremamente brilhantes são conhecidos como Supernovas. No dia 14 de maio, a NASA anunciou à imprensa a descoberta da mais recente Supernova de nossa galáxia. Localizando-se a rápida expansão de seus restos.
Este resultado foi obtido através do Observatório de Raios-X Chandra da NASA e o Observatório Nacional de Astronomia a Rádio com alta resolução, e ajudará a melhorar nossa compreensão da freqüência que as supernovas explodem na Via Láctea.
A explosão da Supernova aconteceu há aproximadamente 140 anos, e foi a mais recente explosão na Via Láctea. A última explosão desse objeto conhecida em nossa galáxia ocorreu em 1680, uma estimativa baseada na expansão de suas sobras, Cassiopeia A.
Encontrar uma Supernova recente é o primeiro passo para se fazer uma melhor estimativa da freqüência com que as explosões estelares acontecem. Isto é importante porque as supernovas aquecem e redistribuem grandes quantidades de gazes, e retira elementos pesados de seus ambientes. Elas podem ativar a formação de novas estrelas como parte de um ciclo de morte e renascimento estelar. A explosão também pode deixar ainda, além de sua sobra se expandindo, uma estrela de nêutron central ou um buraco negro.
A recente explosão de uma Supernova não foi vista com telescópios ópticos porque aconteceu perto do centro da galáxia e foi embutida num campo denso de gás e pó. Isto fez com que o objeto ficasse um trilhão de vezes mais lânguido, em luz óptica, do que uma Supernova obscura. Porém, a sobra resultante pode ser vista por radiografia e telescópios a rádio.
“Nós podemos ver algumas explosões de Supernovas com telescópios ópticos pelo universo, mas quando elas estão neste estágio nós podemos sentir falta delas em nosso próprio campo de visão cósmico, disse Stephen Reynolds” da Universidade Estadual da Carolina do Norte em Raleigh que conduziu o estudo em Chandra. “Felizmente, a nuvem de gás que se expandiu na explosão ficou visível claramente em ondas de rádio e radiografias durante milhares de anos. Radiografia e telescópios a rádio podem observar tudo isso por ofuscação e podem nos mostrar o que perdemos”.
Os astrônomos observam as Supernovas regularmente em outras galáxias como a nossa. Baseado nessas observações, os investigadores calculam que aproximadamente três Supernovas explodem a cada século na Via Láctea.
“Se este número sobre as Supernovas estiver correto, então deveria haver sobras de cerca de 10 explosões delas que são mais jovens que a Cassiopeia A,” disse David Green da Universidade de Cambridge no Reino Unido que conduziu o estudo em telescópio de alta resolução. “É uma grande descoberta rastrear uma delas finalmente”.
As tentativas de localização destes objetos começaram em 1985, quando os astrônomos conduzidos por Green, usaram um telescópio enorme para identificar a sobra de uma explosão de uma Supernova perto do centro de nossa galáxia. Na época pensava-se que tinha sido o resultado de um supernova que explodiu há aproximadamente 400 ou 1000 anos atrás se baseando em seu pequeno tamanho.
22 anos depois, observações de Chandra revelaram que a sobra tinha se expandido numa quantidade surpreendentemente grande, aproximadamente 16 por cento, desde 1985. Isto indicou que a sobra da Supernova era muito mais jovem do que se pensava previamente.
Esta idade jovem foi confirmada em recentes semanas quando o telescópio de alta resolução fez observações novas à rádio. Esta comparação de dados definiu a idade da sobra em 140 anos – possivelmente menos se tem diminuído – fazendo deste o mais novo registro da Via Láctea.
Apesar de ser o registro mais recente de uma supernova, o objeto é de interesse considerável por outras razões. As velocidades de expansão altas e as energias das partículas extremas que foram geradas são sem precedentes e deveriam estimular estudos mais profundos do objeto em Chandra e no telescópio de alta resolução.
“Nenhum outro objeto na galáxia tem estas propriedades,” disse Reynolds. “Esta descoberta é extremamente importante para se aprender mais sobre como algumas estrelas explodem e o que acontece depois”.