Desde a aposentadoria da frota de ônibus espaciais em 2011, os Estados Unidos têm dependido de voos da nave russa Souyz a fim de transportar seus astronautas até a Estação Espacial Internacional (ISS), a um custo de 70 milhões de dólares por assento. Neste último dia 16, a NASA, a agência espacial norte-americana, anunciou que a partir de 2017 as naves Dragon versão 2 e CST-100, respectivamente das empresas SpaceX e Boeing, passarão a realizar esse serviço.
Após uma concorrência que durou mais de quatro anos a NASA anunciou que o contrato, dividido entre 4,2 bilhões de dólares para a Boeing e 2,6 para a SpaceX, irá eliminar a dependência norte-americana das naves russas. Devido à crise na Ucrânia as relações entre os dois países passam por dificuldades e o fato de norte-americanos voltarem a voar em naves fabricadas em seu país foi salientado diversas vezes no anúncio, como forma de sensibilizar membros do Congresso dos Estados Unidos, alguns reticentes quanto ao programa espacial. As duas naves devem agora passar por um rigoroso processo de certificação, do qual fará parte ao menos um voo tripulado até a ISS.
A NASA garantiu que será rigorosa com os padrões de segurança da Dragon e da CST-100. Após completar a certificação, as duas naves deverão voar ao menos duas missões para a estação, sendo que o número pode ser elevado até a seis voos. Em cada um destes quatro astronautas estarão a bordo e as naves são reutilizáveis. A Dragon tripulada, tal qual a atual versão cargueira, subirá ao espaço com o foguete Falcon 9 da mesma empresa. Já a Boeing deve utilizar o foguete Atlas 5, da empresa norte-americana United Launch Alliance. Este utiliza um motor russo, o RD-180, porém a companhia já busca os serviços da Blue Origin, também participante da concorrência, a fim de produzir um motor norte-americano.
PROSSEGUE O TRABALHO NA NAVE ORION
Enquanto isso, a NASA prossegue o desenvolvimento da nave Orion, também reutilizável, a fim de realizar voos tanto até a órbita terrestre quanto à Lua e mais além. O primeiro exemplar já foi completado e entrou na fase de abastecimento e preparação no último dia 11. Em dezembro ela deve ser lançada em um voo de teste não tripulado no topo de um foguete Delta 4. O objetivo é chegar a 5.740 km de distância, a maior já atingida desde o Programa Apollo, e fazer a nave reentrar na atmosfera em alta velocidade, a fim de testar o escudo térmico. Construída pela Lockheed Martin, a Orion deverá realizar seu primeiro voo tripulado por volta de 2020. Uma das propostas é visitar um pequeno asteroide, colocado em órbita ao redor da Lua por uma missão não tripulada. E no próximo sábado, dia 20 de novembro, a SpaceX deve lançar uma Dragon cargueira, não tripulada, em uma nova missão de abastecimento da ISS.
Confira um vídeo sobre o programa comercial tripulado da NASA:
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Galeria de fotos da Boeing CST-100
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