Ovinocultores das comunidades de Espinhos e Pizunha, cerca de cinco quilômetros da sede do município de Cruz, no interior do Ceará, estão em situação de desespero com reses sendo atacadas à noite e tendo os olhos arrancados. Esta informação foi enviada pelo engenheiro agrônomo e radialista Antônio dos Santos Oliveira Lima, morador na cidade. “Algumas ovelhas foram encontradas mortas, mas outras ainda amanheciam vivas, mutiladas. No entanto, sem condições de sobreviver, os donos foram obrigados a sacrificá-las”, disse Oliveira Lima. Foram mutilados principalmente animais pertencentes aos proprietários Lúcio e João Alferes e outros criadores da região. “Uns atribuem os ataques a ETs, outros acham que se trata da ação de guaxinins, aves de rapina e até de lobisomens, mas há quem culpe pessoas que retiram os órgãos para prática de magia negra”, completou.
Conforme o engenheiro, mais de 40 animais já tiveram seus olhos arrancados. Em uma única noite, 15 foram mutilados em um chiqueiro e os vizinhos não perceberam o barulho. “Observando as vítimas, tem-se a impressão de que a retirada dos órgãos é feita através de lâmina bastante afiada, pois não causa deformação na área afetada. Por isso, há quem acredite não ser ação de predadores naturais”, diz Oliveira Lima. Todos os cortes seriam conduzidos de forma idêntica e
sempre extraindo-se os olhos.
Os dados que recebemos, até o momento, foram levantados pelo Centro Sobralense de Pesquisa Ufológica (CSPU), pelo Grupo Ufológico do Guarujá (GUG) e transmitidos em testemunhos que chegaram ao Portal da Ufologia Brasileira [ufo.com.br]. A situação chegou a tal gravidade que o Diário do Nordeste veiculou, em 20 de outubro, um artigo sobre as mutilações abordando seriamente a preocupação dos ovinocultores. “Quando o dia amanheceu, encontrei de uma só vez mais de uma dúzia de ovelhas atacadas, das 16 que criava. Algumas delas estavam mortas dentro da lagoa que fica em minha propriedade. O único rastro de animal visto no local foi o de um cachorro”, contou David Geraldo de Vasconcelos. “Na mesma região, outros animais também foram atacados”, acrescentou.
Perdas significativas
Apesar de relatos de outros moradores da região, ainda não se sabe a causa do problema. Os fazendeiros que sofreram perdas nos rebanhos ainda não procuraram a polícia e nem o Sindicato Rural para comunicar o fato. Há registros desse fenômeno também na zona rural de Jenipapeiro, Correguinho e Espinho. De acordo com o professor Cleyton Albuquerque, que chegou a ver um dos espécimes vitimados, a cena chama bastante atenção. “Acredito que não seja ataque de outro animal selvagem, pois não existe marca de luta entre ambos. Se for ação do homem, é muita maldade”, disse.
O jornalista e escritor Vicente Freitas diz que a situação está deixando a população preocupada. Para ele, já há muitos fazendeiros que acreditam que alienígenas estariam atacando os animais, especialmente na localidade de Guarda, onde num único fim de semana 17 ovelhas foram vitimadas e seus olhos, removidos. Até o momento não se tem pistas de como isso acontece. “Na primeira vez, no início de outubro passado, um criador tomou o maior susto ao chegar em sua propriedade e encontrar 15 ovelhas com os olhos removidos”, disse Freitas. Uma semana depois, o mesmo fato ocorreu na Fazenda Guarda, e desta vez foram oito animais. “Tudo isso vem acontecendo também na região de Jenipapeiro, Correguinho e Matriz”, confirmou.
Instrumentos cirúrgicos
Estes novos ingredientes da onda ufológica cearense de 2010 tornam ainda mais complexa e necessária uma investigação apurada por parte dos pesquisadores. A imprensa também tem feito seu papel. Uma equipe da TV Jangadeiro, juntamente com o CSPU, visitou a região para apurar os fatos. Os ufólogos Elenilton Roratto e Jacinto Pereira realizaram estudos iniciais nos animais e locais onde exatos 25 espécimes foram mutilados, dentre ovinos, caprinos e um bovino. Todos apareceram sem os globos oculares. Nos animais que ainda não foram sacrificados, percebe-se que o corte para a extração dos globos é realizado com ferramenta muito afiada, sendo inclusive cortado parte do crânio do animal e deixado o tecido ósseo exposto.
A maior quantidade de vítimas deu-se na propriedade de Manuel Messias, 71 anos, próximo à Lagoa dos Espinhos, comunidade distante 10 km do município de Cruz. Lá, o agricultor Raimundo Freitas Vasconcelos alega não ter visto e nem ouvido barulho. Segundo ele, por volta da 01h00, escutou o latido de seu cachorro, mas foi por poucos minutos. Ao se levantar, às 05h00, percebeu que havia três ovelhas mortas na lagoa. Entretanto, ao se aproximar do piquete da criação, viu que o estrago e as perdas eram maiores. De sua propriedade Vasconcelos perdeu 15 animais e, somando aos de seus vizinhos, 25 reses foram atacadas de forma não esclarecida.
O Centro Sobralense de Pesquisas Ufológicas (CSPU) analisou os animais mortos e os que sobreviveram aos ataques, constatando incisões realizadas com instrumentos cortantes de alta precisão. Alguns tinham ferimentos superficiais na parte lombar, não configurando ataque de predadores, como guaxinim, tamanduá, cachorro, raposa, carcará ou até mesmo onça — cada um destes bichos tem peculiaridades em seus ataques a outros animais ou presas.
Fato que intriga os ufólogos
A análise da equipe do CSPU confirmou também que as vítimas não perderam sangue e os cenários não têm sinais de luta. Isso é, não permaneceram vestígios no local, mesmo com minuciosa busca na cerca que envolve o pasto — com pequeno espaço entre os arames, dificultando a entrada de predadores. O pior de tudo é que as partes extraídas dos animais não foram encontradas. A área onde as ovelhas estavam é um terreno extenso, de aproximadamente quatro hectares. Portanto, pegar animal por animal para arrancar os olhos demandaria muito tempo e destreza de algum predador, o que intriga os ufólogos. Como um predador teria capacidade para saber qual vítima já teria passado pelo processo, e no escuro? A ação seria muito mais difícil.
Com relação a rituais satânicos, os estudiosos descartaram a hipótese pelas mesmas circunstâncias apresentadas anteriormente, e também pelo fato de a comunidade estar 10 km distante da cidade, em um município altamente religioso e devoto a São Francisco, que amava os animais. Permanece, assim, o mistério, restando aos estudiosos tentar decifrar seu verdadeiro propósito. “Vamos esperar os próximos acontecimentos para fazer análises científicas nos animais, submetendo-os a testes e à perícia de médicos veterinários. E, se possível, descobrir se as vítimas têm algum tipo de radiação ou anomalia química ou biológica em seus corpos”, destacou Elen
ilton Roratto, do CSPU.
É necessário transmitir calma e segurança aos moradores e ovinocultores, pois a hipótese ufológica é a última a ser considerada — e ainda assim somente após todas as demais serem descartadas. Atento ao desenrolar destes episódios, no entanto, o que mais chama a atenção é a ausência de avistamentos ufológicos típicos nas áreas onde ocorrem as mutilações, sejam de luzes ou de objetos voadores, como é comum em cenários argentinos e norte-americanos, onde este fenômeno é bastante conhecido [Veja edição UFO 094, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].