Uma professora da Califórnia alegou em 1966 ter sido raptada e narcotizada a bordo de um Cadillac preto dirigido por um homem que vestia um manto branco e comprido. Cordelia Donovan acordou dentro de um disco voador, onde foi seduzida por um alienígena, reportou o ufólogo forteano norte-americano John Keel em seu livro Our Haunted Planet [Nosso Planeta Assombrado. Greenwich, Fawcett Publications, 1971]. Keel cita o livro Those Sexy Saucer People [Aquele Pessoal Sexy dos Discos. San Diego, Greenleaf Classics, 1967], de Jan Hudson, que menciona boatos sobre bebês espaciais que estariam nascendo na Inglaterra, na América do Sul, no México e nos Estados Unidos. “Tais rumores têm preocupado alguns ufólogos que temem que os extraterrestres estejam empenhados em uma experiência biológica de massa visando a criação de uma raça híbrida que irá dominar a Terra”. Em Strange Creatures from Time and Space [Estranhas Criaturas do Tempo e Espaço. New York, Fawcett Books, 1972], Keel afirma que “existe um grande número de fatos notáveis que sugerem que tais cruzamentos estejam sendo realmente feitos”.
Em um extenso artigo intitulado Aterrissagem na África do Sul, a revista inglesa Flying Saucer Review descreveu a aventura vivida por Elizabeth Klarer, falecida em1994, referendada pelo veterano ufólogo sul-africano Edgard Sievers, autor do livro Flying Saucer Über Südafrika [Discos Voadores Sobre a África do Sul. Sagittarius Verlag, 1955]. Klarer viu um disco voador pela primeira vez aos sete anos de idade, ansiando, desde então, pelo seu retorno, que só ocorreria décadas depois. Em um belo dia, desceu em sua propriedade um disco tipo Adamski pilotado por um “galã do espaço”, por quem se apaixonou. O caso em si é bastante indigesto e qualquer psicólogo concluiria que a “heroína” catalisou frustrações sentimentais e sexuais, como fizeram contatados como Truman Bethurum — para enfrentar a solidão no Deserto de Mojave, nos Estados Unidos, Bethurum criou a miragem de uma encantadora mulher espacial. Na solidão da fazenda no sul da África, Klarer idealizou o homem de sua vida.
A ufóloga sul-africana Cynthia Hind envolveu-se pessoalmente com a protagonista, quebrando todos os protocolos da Ufologia, que exigem imparcialidade e distanciamento. Apesar de ela ter dito que nunca tomara partido da história, seus escritos demonstram o contrário — ela nunca escondeu sua simpatia por Klarer, classificando o caso como “um dos melhores da África”. Hind chegou a ser acusada de credulidade excessiva e de ter sido hipnotizada por Klarer, a quem retratara como “uma mulher surpreendente, de vida suave e que nunca se importou em aceitar publicamente ter concebido uma criatura ilegítima”. Ou seja, uma precursora do feminismo. “Klarer é uma mulher bonita, com olhos em forma de amêndoa, vivos e verdes, e tem cabelos castanhos lustrosos. Ela tem enorme carisma e magnetismo pessoal. Ao conhecê-la, encontrei uma senhora atraente, inteligente, aparentando muito menos idade de que ela efetivamente tinha. Ela me pareceu um pouco fria, apesar de gentil, e tinha um certo fascínio, um charme que permanecia com o passar dos anos”, disse Cynthia. Ela a conheceu em 1989, quando Klarer contava 79 anos de idade e residia em Joanesburgo, a maior cidade do país.
Objeto metálico arredondado
Natural de Natal, África do Sul, cresceu em uma fazenda aconchegante da Cordilheira de Drakensberg, uma das áreas mais frescas da província, que se estende por mais de mil quilômetros, paralelamente à costa oriental do país. Aprendeu a navegar e a pilotar, formando-se em meteorologia em Cambridge, Inglaterra. Na juventude, fazia longas caminhadas na Montanha de Drakensberg, perto do Rio Mooi, o local da fazenda dos pais, onde, em outubro de 1917, viu, junto à sua irmã, uma bola laranja-avermelhada que parecia um meteorito em curso de colisão com a Terra — um objeto metálico arredondado circulou três vezes em torno da bola luminosa, desviando-se a tempo de evitar a colisão. Klarer ficou mistificada. Durante anos voltava sempre ao mesmo ponto, esperando que a visão se repetisse. Os anos transcorreram e ela acabou casando com o capitão John Philips, piloto de provas, indo morar longe da fazenda. Klarer costumava voar com Philips e, em um entardecer de 1937, no trajeto de Durban a Baragwanath, a bordo do pequeno avião Havilland Leopard Moth, viu uma luz branca azulada rasgando o céu.
Aproveitando a visita à fazenda onde agora moravam a irmã e o cunhado, em 27 de fevereiro de 1954 Klarer subiu a colina que tanto apreciava. Às 10h00, surgiu um disco metálico com cerca de 18 m de diâmetro que ficou pairando a uns 4 m de altura. Havia um homem em pé na portinhola, com os braços cruzados, sem expressão, como se apenas observasse a paisagem. A face era magra, o nariz afilado, os ossos molares eram altos e os olhos rasgados. O deslocamento de ar tornou-se quase insuportável e a nave partiu repentinamente. Klarer não contou o fato a ninguém, exceto à sua irmã. No feriado de Páscoa de 1956, estava no litoral com seus dois filhos. Sentindo uma forte compulsão para voltar à fazenda, não pensou duas vezes: colocou as crianças no carro e correu para lá. Na manhã seguinte, 07 de abril, acordou cedo e escalou a colina, que agora chamava de “A Colina do Disco Voador”.
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