Os residentes de um vilarejo no centro da Anatólia [Capadócia], na Turquia, abandonam suas casas em seqüência. Tuzkoy está se tornando uma cidade fantasma e pode mesmo sumir do mapa. O local ficou conhecido como “cidade do câncer”, fama que ganhou após os altos índices de incidência da doença no local. Além disso, muitos dos moradores sofrem com moléstias pulmonares.
A razão dos problemas são os altos índices de erionite, um mineral encontrado em rochas vulcânicas, informou o jornal britânico The Telegraph. A taxa de morte de Tuzkoy devido ao câncer é de 700 a 800 vezes maior do que as médias mundiais, de acordo com o diário, que informou também sobre diversos planos para destruir a cidade.
Uma das iniciativas defendidas é que Tuzkoy seja enterrada, de acordo com o jornal turco Hürriyet. A idéia é que o enterro do lugar evitaria a contaminação de outros locais por transferência de rochas, árvores ou outros elementos.
Os habitantes estão sendo transferidos para a Nova Tuzkoy, um local sem os problemas naturais do anterior. Nova Tuzkoy deve receber os moradores do antigo vilarejo até o início de 2011.
A causa foi descoberta pelo médico Izzettin Baris, que, em meados da década de 70, começou a estudar pacientes de Tuzkoy e de duas outras cidadezinhas afetadas pelo problema – Karaiun e Sarahidir. “Na época, os médicos estavam diagnosticando esses pacientes com tuberculose, que era muito comum no período”, diz Baris. “Mas eles não entendiam por que o tratamento habitual para tuberculose não estava funcionando.”
Baris descobriu que os pacientes estavam na verdade sofrendo de mesotelioma, uma forma violenta de câncer causada por exposição a amianto, também conhecido como asbesto, uma fibra natural que pertence ao grupo dos silicatos cristalinos hidratados.